· Cognições: descrença, sensação de presença, preocupações e alucinações (GENEZINI, 2009);

· Comportamentos: distúrbios do apetite e do sono, comportamento aéreo, sonhos com a pessoa que morreu, isolamento social, evita lembranças da pessoa que morreu, suspiros, procurar e chamar pela pessoa que morreu, hiperatividade, choro, visitar lugares e carregar objetos que lembrem a pessoa que morreu (GENEZINI, 2009);

· Entorpecimento: é uma reação inicial à morte, onde ocorre choque, entorpecimento e descrença, podendo durar de poucas horas a muitos dias. A pessoa enlutada sente-se aturdida, desamparada, atordoada, perdida e imobilizada (GENEZINI, 2009);

· Anseio e protesto: a pessoa enlutada sente forte emoções, sofrimento psicológico e agitação física. Conforme desenvolve-se a consciência da perda, há anseio em reencontra a pessoa que morreu, com crises de profunda dor e espasmos incontroláveis de choro (GENEZINI, 2009);

· Desespero: a pessoa enlutada deixa de procurar pela pessoa que morreu e reconhece a irreversibilidade da perda, sendo o processo de superação lento e doloroso, persistindo a falta de sono, perdas de apetite e de peso e distúrbios gastrointestinais (GENEZINI, 2009);

· Recuperação e restituição: na pessoa enlutada, a desesperança e a depressão começam a se entrelaçar e inicia-se um processo de sentimentos mais positivos e menos devastadores. Nesta fase, a pessoa enlutada desiste da ideia de recuperar a pessoa que morreu (GENEZINI, 2009);

De acordo com Genezini (2009), a comunicação é um dos principais aspectos de sucesso ou insucesso na construção do vínculo e condução do caso no que se diz respeito aos cuidados paliativos. Embora haja particularidades em cada família, quanto à cultura, crença, valores, modo de expressar sentimentos e dúvidas, uma comunicação clara facilita a adaptação e é vital no processo da perda. A comunicação deve-se iniciar no diagnóstico, sendo clara em cada etapa do processo, na evolução da doença e da morte do paciente. Alguns fatores podem interferir no processo de morte e luto, sendo eles: (1) natureza e significados relacionados com a perda; (2) qualidade da relação que se finda; (3) papel que o paciente ocupa no âmbito social e familiar; (4) recursos de enfrentamento da pessoa enlutada; (5) experiências prévias com morte e perda; (6) cultura e religião da pessoa enlutada; (7) idade da pessoa enlutada e da pessoa que morreu; (8) questões não-resolvidas entre a pessoa enlutada e a pessoa que morreu; (9) percepção individual do que foi realizado em vida; e (10) perdas secundárias, consequentes da doença terminal. Esses fatores fornecem possibilidade de compreensão da dinâmica e relação do núcleo de cuidados, facilitando o estabelecimento do ritmo e tempo da comunicação por parte do profissional.

Segundo Genezini (2009), existem princípios referentes às tarefas que os familiares vivenciam durante o processo do luto, sendo que a primeira diz respeito à necessidade de o familiar tornar-se consciente que, de fato, a pessoa morreu. O segundo princípio consiste em auxiliar as pessoas enlutadas a identificarem e expressarem os seus sentimentos (raiva, culpa, ansiedade, desamparo e tristeza). O terceiro princípio consiste em ajudar a pessoa enlutada a viver sem a pessoa que morreu. E o quarto princípio consiste em fornecer tempo para o luto, pois os familiares tem dificuldade em entender e aceitar essa necessidade.

Para Genezini (2009), é interessante que a equipe de cuidados paliativos encoraje a família da pessoa que morreu a planejar e participar de rituais memoriais, funerais e visitas ao túmulo. A equipe responsável pelos cuidados paliativos poderá, no pós-morte, dar um telefonema de condolências, oferecendo um momento de acolhida, o qual pode se dar dentro ou fora do ambiente hospitalar. Par aos familiares, esse ato representa o fechamento de um ciclo, o qual necessita de um ritual de passagem para que possam voltar as suas vidas e rotinas sociais.

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