5. ela estabelece as regras

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Quando bateu um minuto para fechar os 20, uma caminhonete preta estacionou perto do meu prédio. Eu olhei, ainda sentada, enquanto ela fazia todos os movimentos calculados para estacionar em perfeita distância do meio fio. O brilho da luz da rua batendo contra a cor escura do carro.

Eu me levantei, sem saber exatamente se era o meu futuro importuno ou não, minhas mãos contra o chão e então contra a minha calça escura, limpando a sujeira e questionando quantas vezes já tinha colocado aquela calça para lavar, tentando lembrar no meio daquele caos se eu precisava colocar na lista os materiais de limpeza.

Encarando o veículo, fiquei mais apreensiva ainda quando um homem de cabelos castanho claro saiu do lado do motorista. Ele vestia uma camiseta normal e um rosto igual o meu: incerto.

Sem tardar, ele me encarou, ainda vestindo um sorriso sem certeza. Minhas sobrancelhas se juntaram enquanto eu via uma espécie de esperança entrelaçada nos seus olhos, e então Aquiles saiu do lado do carona, e a raiva tomou conta do meu corpo.

— Demorou o suficiente. — Falei, não me importando com o amigo que ele tinha trazido junto. Meus braços se cruzaram, e sob o olhar dele senti uma necessidade maior de cobrir o meu corpo. Seus olhos cruzaram da minha gravata até os meus saltos, e algo sobre os seus olhos curiosos e o rosto confuso faziam eu ficar envergonhada. Não gostava de me sentir daquele jeito.

O amigo dele deu uma risada, o que fez Aquiles olhar feio para ele, enquanto o motorista ia até onde eu estava. Ele era alto, tão alto quanto Aquiles, e o que mais me chamava atenção naquele homem era o fato de ele se mover confortavelmente, de um jeito que mostrava o quanto era seguro na sua pele sem perceber. Bem diferente de Aquiles.

— Tu deve ser a sortuda. — estendeu a mão — Meu nome é Apolo.

Olhando para a sua mão e de volta para o outro, minhas sobrancelhas se juntaram. — Que isso? Reunião grega? — Disse, com o meu mais formoso sarcasmo.

O homem riu, dando de ombros. — Podemos dizer que sim. Sou o irmão dele.

— Hm... — Respondi, ignorando sua palma estendida e olhando para Aquiles, que mordia seu lábio rosado e olhava incessantemente para a mão de quem eu descobri ser seu irmão. Confusa, dei um aceno com a cabeça e arrumei meus braços cruzados para que eles ficassem mais firmes contra meu corpo.

— Tá, tá, vamos descarregar as coisas. — Disse Aquiles, emburrado.

O modo como ele mudou de humor enquanto desceu do carro e ficou encarando tudo aquilo só fazia eu ficar mais irritada.

— Agora tu quer apressar as coisas, né. — Acabei comentando, revirando os olhos e querendo mostrar o quanto estava insatisfeita com o seu atraso. Ele ia acabar pagando por aquilo, mas eu ia esperar para falar tudo o que estava trancado quando não estivéssemos na presença do seu irmão.

Ele foi até a parte de trás da caminhonete, abrindo o tampão e mostrando quatro grandes caixas e uma mala igualmente grande. Olhando para mim, ele puxou a mala e levantou a alça na parte de cima. Seus olhos não pediam ajuda, e mesmo assim ele me entregou a mala. Alguma coisa dentro de mim se incomodou mais ainda com o fato de ele saber que eu queria de alguma forma me ocupar.

Por mais que evitasse admitir e por mais que odiasse Aquiles e seus maneirismos, queria me sentir útil ao ponto de esquecer o que estava acontecendo ali. Eu aceitar alguém conhecido por trovar tudo que andava, que me tinha como alvo, e que era minha última e única opção. Ele se botava ao meu dispor mesmo sabendo minha vontade de arruinar sua vida.

Com os lábios em uma linha estreita, Aquiles pegou duas caixas, enquanto seu irmão pegou as outras duas, apoiando elas no chão para fechar o carro.

Boa noite, Aquiles ✓Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu