Mas que garoto petulante.

Não sei explicar se é os hormônios que falou por mim, mas a raiva que eu sentia nesse momento era perceptível.

— Olha aqui cara, eu cheguei atrasada no meu turno, coisa que nunca me aconteceu. Perdi meu notebook, onde quase todo meu estudo estava, eu estou grávida de gêmeos. Acordei com enjôos, vomitei até minha tripas saírem — digo entredentes.— Nesse momento estou com tonturas, estou com fome, poderia comer um leão. Minha dor de cabeça começou no momento em que vi seu rostinho de merda — puxo a prancheta de sua mão. — Vou começar o meu trabalho, o qual eu amo demais. Vou começar com ou sem você. Babaca.

Viro de costas para o homem, e sigo em direção ao meu primeiro serviço do dia.

[....]

Me sento em uma das cadeiras do refeitório. A comida em minha frente não estava nada apetitoso.

Eu daria tudo para comer um hambúrguer recheado.

— Alguém aqui pediu uma entrega? — a voz rouca pergunta chegando a minha frente.

Enrico. Fiquei surpresa ao vê-lo no hospital e em minha frente.

Mas pelo menos ele trouxe comida. Espero que seja algo bom, pelo menos.

— Por favor, me diga que é algo mastigável? — o questiono apontando para o saco marrom.

— Hum, então quer dizer que a mãe dos meus bebês está com desejo ? — indaga se sentando, ele não me entrega logo a porra da comida. — Me diga meu amor, o que deseja ?

— Nesse instante desejo duas coisas — me inclino para frente. — O primeiro desejo é comer o que tem nesse saco, o segundo é bater sua cabeça nessa mesa até que não escute mais sua voz pedindo para parar. Mas isso só vai acontecer se não me entregar isso aí em suas mãos. — digo por fim.

Ele bufa. — Certo, a comida é mais importante que eu. — diz me entregando.

— Comida é quase mais importante que tudo. —murmuro.

Ah Santa mãe dos hamburguês.

— Enrico, eu poderia lhe dar um beijo nesse momento — murmuro pegando um pedaço. —Hummmm, maravilhoso.

— Primeiro, eu super aceito esse beijo — diz me olhando. — Segundo, para de gemer assim Anna, por favor.

— Desculpe, mas é que isso está muito bom. — aponto para o lanche.

— Aqui não tem um daqueles quartinhos que os enfermeiros ou médicos vão? O quarto do descanso?

— Tem, por que?

— Curiosidade — da de ombro. — Por que não me leva para lá? — indaga me olhando.

— Enrico, não começa. — resmungo.

— É só para eu poder conhecer — bufa. — Quem está pensando em outras coisas aqui é você. Safada.

Nego com a cabeça. Não lhe dou atenção, apenas fico degustando do meu lanche e suco deliciosos.

[....]

— Aquela sua amiga estranha não faz estágio aqui com você? —Enrico me questiona assim que termino meu lanche.

— Sim, mas ela avisou que não estava se sentindo bem. — dou de ombros.

— Hum, sei — murmura. — Está tudo bem com você e os bebês ?

— Sim, estamos bem. — digo apenas.

— Certo — suspira. — Hoje uns amigos que irá trabalhar comigo no meu futuro restaurante, irão lá em casa jantar, queria que estivesse presente.

ENRICO » Série Irmãos Ambrosio # III Where stories live. Discover now