-Você me negou uma informação, não pode me negar mais. – ele disse e eu assenti, pois não consegui pensar em qualquer outra coisa melhor que poderia negar – Por que você tem medo dele?

Senti o sangue fugir do meu rosto e meu irmão me encarou assustado, como se soubesse o motivo.

-Eu vi... – engoli em seco e xinguei – Merda de regra! Uma vez, quando todos estavam fora de casa... Todos deveriam estar longe... Mas então eu voltei para pegar algo que tinha esquecido...

-Valentina. Fale tudo. Agora.

-Eu o vi tirando a roupa, enquanto fodia uma mulher no balcão... Na época eu nem sabia o que ele estava fazendo, mas eu não gostei... E então ele começou a foder ela, estando no meio da transformação do urso. – corri as palavras pela minha boca e meu irmão ficou branco igual papel – Nunca falei nada. Depois daquela vez, eu nunca mais o vi. Se eu suspeitava que ele estava em casa, corria para meu quarto e me trancava. Eu juro que não fiz de propósito.

-Ele sabe disso? – perguntou e eu neguei, balançado minha cabeça de um lado para o outro tão forte que senti dor – Nunca. Eu digo sério Valentina. Nunca deixe que ele descubra que você viu. Esse tipo de sexo ocorre apenas entre as espécies e é extremamente íntimo. Eu me lembro dele me pedindo permissão para vir pra cá, pois era época do cio e nós estaríamos fora. Mesmo adolescente ele sentia isso e... Não é divido esse tipo de sexo fora do clã. Nunca deixe que ele descubra isso Valentina. Nunca mais repita isso. Nem pra mim nem para ninguém.

Assenti, mas agora um novo medo crescendo em mim.

-Eu vou ver algumas coisas da faculdade. – falei tensa e ele assentiu, sem me olhar.

Corri para o meu quarto e assim que abri minha porta, a porta ao lado se abriu e eu vi Lucca saindo do quarto. Seu cabelo negro estava molhado, algumas gotas ainda caindo pelos seus ombros largos que infelizmente estavam cobertos por uma camisa larga e cinza. Olhei para baixo, suas pernas musculosas cobertas por grossas calças de moletom e seus pés descalços. Reparei que não tinha nenhum pelo e seus pés pareciam gigantes... Assim como todo seu corpo.

Voltei meu olhar para o seu e o ouro dele brilhou. Medo. Desejo. Loucura!

-Bom dia. – sua voz estava grossa, rouca.

-Bom dia... Você dorme aqui? – perguntei tensa.

-Ocasionalmente. – ele disse – Mas tenho minha outra casa... Não vai descer?

Engoli em seco e sem responder, entrei no meu quarto e tranquei a porta.

-Você sabe, não é? – a voz dele estava rouca, bloqueada pela porta, mas ainda assim clara aos meus ouvidos e isso fez meu corpo arrepiar – Não vai adiantar por muito tempo krolik. Você não vai conseguir fugir... Você não vai querer fugir.

Inspirei profundamente e fui para a cama.

Peguei alguns documentos da faculdade, mas parecia impossível de me concentrar.

Acabei ficando o dia inteiro trancada dentro do meu quarto, sem sair nem pra comer, com muito medo do que pudesse acontecer.

Dormi cedo, o sono veio fácil ao começar a ler um livro ruim que me emprestaram.

"Soltei um grito ao ser chutada. Acabei rolando para o meio da rua, onde senti meus braços nus esfolarem, mas o arranhão que ganhei agora, não se comparava com o que eu sentia pelo resto do meu corpo.

Ofeguei com a dor presente em mim e olhei para cima, vendo o gigante homem se aproximar e ao me olhar de cima, me senti mais inútil, mais frágil do que nunca.

Possessivo - DegustaçãoWhere stories live. Discover now