Tudo o que eu mais queria era poder me libertar desse segredo que eu guardava no meu coração, mas eu sabia que não podia e jamais o faria. Edward jamais saberia o que eu sentia por ele, porque mesmo que não houvesse impedimentos, mesmo que ele não fosse casado e meu chefe, nós ainda assim éramos diferentes demais.

Sob os olhos da sociedade eu sempre seria a garota pobre, a pistoleira interesseira. E ele o príncipe encantado que estava levando um golpe.

Bem, a vida não é um conto de fadas e a maldade é algo que nós vemos com muita frequência, sei disso por experiência própria desde a infância.

— Então você ainda vai encontrar essa pessoa, mas tome cuidado — alerta. — O coração não se engana, mas a razão sim. Então lhe aconselho que antes de achar que aquela é a pessoa destinada a você, pare e deixe-se ser guiado pelo que você sente, assim você terá certeza se realmente ama aquela pessoa, ou se é apenas ilusão, a influência das pessoas a sua volta às vezes pode fazer com que você se engane.

Olho para ele e tenho a sensação de que há algo de estranho em seu olhar, algo que eu não tenho palavras para descrever. Um sentimento escondido.

Seus olhos verdes haviam mudados de cor, estavam num tom de azul escuro e cinzento — ou talvez fosse apenas o reflexo das luzes do ambiente.

— Bom, às vezes eu acho que é o oposto — sussurro.

Ele sorri.

— Não é — disse. — Confie em mim.

Suas palavras puseram um fim a nossa conversa.

Edward insistiu em pagar a conta do restaurante alegando mil e umas coisas sobre cavalheirismo e foi simplesmente impossível argumentar. Ele me acompanhou até o carro no estacionamento da empresa.

Já era tarde e o prédio estava deserto.

— Obrigada. Por tudo — agradeci a Edward desativando o alarme do carro.

— Não há de que, Sarah — ele abre um meio sorriso. — Nos vemos amanhã, então?

— Claro — sorri. — Boa noite — digo a ele, abrindo a porta do carro, mas paro quando ele se aproxima.

— Sarah, por favor, espere — Edward murmura de repente, com uma expressão indecifrável. Era como se estivesse preso em um dilema.

— O que foi? — pergunto com o coração disparado.

— É sobre a viagem que eu teria de fazer para a Itália... — começa a dizer, mas eu o interrompo.

— Está tudo organizado, não se preocupe — o tranquilizo. — Como solicitado, você irá embarcar durante a madrugada de sexta para sábado.

— Não é isso — balança a cabeça. — Eu sei que Faith esta de férias e que o correto seria que você ficasse aqui enquanto eu estou no exterior, mas se para você não tiver problemas, eu gostaria que viesse comigo.

— O que? — indago confusa. — Mas por quê?

— Sarah, eu vou precisar da ajuda de alguém confiável com todas as reuniões que terei e neste momento, só consigo pensar em você — justifica. — Por favor, venha comigo.

— Meu Deus, Edward, amanhã já é sexta feira — lembrei. — Esta muito em cima da hora para mandar todas as informações para companhia aérea e até onde eu sei só iria você, seu irmão e mais uma acompanhante — suspiro. — E como eu vou justificar isso para o fiscal tão em cima da hora? Ele vai querer a minha cabeça numa bandeja, sabe como eles são — murmurei temerosa.

Edward sorri.

— Eu sei, mas não se preocupe com eles — deu de ombros. — Se disserem alguma coisa, peçam para me procurar. Querem eles gostem ou não, eu sou o CEO e eles não têm poder sobre mim. Se você for será atendendo ao meu pedido. Não há o que eles dizerem, basta que você diga sim e o resto eu resolvo.

Te Amarei em Silêncio (Amostra)Onde histórias criam vida. Descubra agora