CAPÍTULO 12 - Sequestro

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Queriam que ele usasse aquele barco, então, ele usaria de um jeito que ninguém nunca imaginou.

Maya às 15h30 estava entrando no banheiro para tomar banho e saiu de lá apenas às 16h. Ela estava com os cabelos lisos com pequenos cachos nos fios castanhos e coloridos. Vestiu um vestido com estampa de filhotes de São Bernardo e Brutus Rodolfo a olhou com ternura e apreciação, vendo como o vestido combinava com sua bota ortopédica, mesmo que ela tivesse a tirado.

Tudo já estava arrumado e Fred tinha combinado com ela de levar Brutos um pouco antes para o aeroporto e as 16h30 ela saiu de casa. A garota assim que saiu do apartamento puxou o enorme adesivo de zebra que estava na porta, deixando-a apenas branco como sempre foi, jogando o adesivo no lixo antes de descer pelo elevador e pegar um táxi para o aeroporto.

Willian estava ansioso. Não esperava que aquilo desse certo, tipo, nunca mesmo. Maya o mataria. Arrancaria sua cabeça. O caparia.

Willian estalava os dedos sem conseguir conter o nervosismo. O voo para o México não se atrasaria nem um segundo e duvidava muito que teria alguma explicação pelo fato de Maya ter perdido todas as suas bagagens e o cachorro em tão pouco tempo.

Ele observava de cima em uma de sala que tinha uma visão totalmente panorâmica de tudo o que acontecia lá embaixo e seus olhos não paravam de procurar por Maya.

Ele respirou fundo umas mil vezes até seus olhos a encontrarem na sala de espera, sentada, esperando o seu voo ser anunciado. Willian trocou algumas palavras para as pessoas que trabalhavam ali e logo ele deitou algo no rádio interno. Não demorou nem um minuto e ele viu quando um dos funcionários foi falar com Maya, fazendo com que ela saísse com ele.

A desculpa era que as bagagens do seu vôo havia se soltado e precisava ser verificada, ela e todos os outros passageiros.

Will quase pode ver o seu desespero quando todos confirmaram suas bagagens e ela notou que suas coisas não estavam ali. Que Brutus Rodolfo não estava ali!

Depois de um afrontoso momento, Maya conseguiu ser guiada a outra sala onde iriam averiguar o problema das bagagens desaparecidas assim como o cachorro, que diga-se de passagem, nunca chegou ao aeroporto.

Maya saiu nervosa demais da sala, quase soltando fogo pelas ventas e quando chegou até o lado de fora do aeroporto, ligou para Frederich. Ele iria ouvir muito. Como assim suas coisas não haviam chegado? Como assim Brutos não tinha chegado? De toda forma, ele não atendia.

— Eu vou matar você, Frederich Smith, eu não acredito que foi tão irresponsável mesmo depois de se comprometer sem eu ter pedido! Eu vou te matar! – Ela desligou o celular e jogou de volta na mochila, mas assim que o fez, sua visão foi tapada por um saco preto de pano, impedindo sua visão. Seu corpo começou a ser empurrado para algum lugar. – O que isso? – Perguntou – Me soltem! Socorro! – Gritou, mas sentiu unhas sendo fincadas no seu braço. – Ai, ai! – Disse e então ela sentiu sendo empurrada para dentro de um carro, onde lhe prenderam as mãos com algemas e entraram do seu lado. Eram mulheres pelo perfume doce e ela poderia os reconhecer, mas nunca que suas amigas fariam aquilo com elas, faria? — AAAAAH! Eu quero sair daqui! – Berrou. – Eu tenho que pegar um avião, está me ouvindo? ME SOLTEM! – Ela começava a tagarelar enquanto o carro seguia, até que não aguentaram mais E lhe colocaram uma mordaça na boca limitando seus sons a poucos grunhidos.

Maya se debatia e tentava atacar aqueles idiotas que a sequestravam. Tália, Judith e Frederich, mantinham-se em silêncio estabelecendo como comunicação uma nova língua não verbal.

A menina se calou um pouco mais quando viu que o carro estava parando, já pensando que aquilo já estava perdido, que iriam lhe cortar em pedacinhos e vender seus órgãos no mercado negro e que acordaria numa banheira de hotel ensanguentada e sem memória.

Sobre eu e você (Concluída)Where stories live. Discover now