– Realmente. Esses meses tem sido bastante românticos para bastante gente do acampamento, não acha? – Ela olha para mim enquanto finalmente conseguimos controlar as risadas. — Você foi tão boa para todos neste lugar, na vida de Rhys... – Faço silêncio por um minuto, e então suspiro.

– Bom, eu espero que sim.

– Lhe garanto que é verdade. Eu, mais do que ninguém, adoraria se fosse nossa líder também.

Deixo a frase no ar e não respondo. Não sei o que responder. Então, simplesmente voltamos a encarar os portões apertando mais as mantas em nosso corpo. O sol começava a nascer, embora devagar. Alguns pássaros cantavam. Não nevou na noite anterior, de novo, nem antes dessa, de modo que a rua estava seca e sem nenhuma neve. Agradeci por isso, significava que Rhys teve menos problemas na volta.

Laurien e eu não sabíamos a que hora do dia eles voltariam, ou até mesmo se era hoje, mas nos mantemos firmes ali, por um longo tempo, esperando e torcendo.

Continuamos em silêncio. As pessoas acordavam e iam direto para cozinha, não precisavam perguntar para saber quem estávamos esperando.

Selena nos trouxe café, mas voltou rápido para cozinha antes de abrirmos a boca pedindo para que contasse mais sobre o que aconteceu entre ela e Oliver. Ela estava sorrindo, as bochechas ainda coradas, estava quase saltitando. Laurien e eu apenas reviramos os olhos rindo quando ela se foi.

– Quem diria... – Laurien foi interrompida quando os portões começaram a se abrir.

Automaticamente já deixamos as canecas e as mantas de lado e nos levantamos, quase ao mesmo tempo.

E estava lá. Os cabelos brancos em completa bagunça, o couro lhe cobrindo até o pescoço. De longe observei atentamente todo seu corpo à procura de ferimentos, mas ele parecia inteiro. Ele parou na minha frente, abrindo um sorriso preguiçoso enquanto pegava minha mão e beijava o dorso, os olhos fixos nos meus. Apesar de ele tentar transmitir tranquilidade, as sombras em seus olhos pareciam mais escuras do que antes. Não dissemos nada para ninguém quando simplesmente nos afastamos e subimos nossa rua, em direção a casa.

Nos deitamos juntos em meio aos beijos carinhosos, e me aninho em seu peito. Abaixo um pouco a cabeça e ele apoia o queixo ali no topo, meu rosto em seu pescoço, meus dedos vermelhos e feridos fazendo pequenos círculos imaginários em seu peito. Nossa posição preferida.

— O que descobriram? — Pergunto em um sussurro depois de algum tempo apenas apreciando um ao outro novamente.

— Não se preocupe. Eu já resolvi o que tinha de resolver.

Fecho os olhos.

— Então está tudo bem?

— Vai ficar.

O peso dos outros dias preocupada, o alívio e o sono me atingem com força. E acabo adormecendo.

Quando acordei já era fim de tarde, estava faminta. Rhydian dormia ao meu lado, um sono calmo e sereno. Me levantei devagar vestindo calça preta e regata marrom pálido, e desci até a cozinha antes de todos chegarem. Sem trocar muitas palavras, como o assado que Selena me oferece. Converso pouco com ela, esclarecendo que Rhys agora dormia e eu havia acabado de acordar. Ela não faz muitas mais perguntas, deve imaginar que ainda estou tão desenformada sobre a missão quanto ela. Então, assim que acabo de comer e lavo meu prato, volto para casa.

Rhys ainda dormia, provavelmente exausto da viagem e do pouco conforto que teve em suas noites na floresta. Me sentei ao seu lado com cuidado, tirando algumas mechas brancas de seu rosto. Sua respiração pesada indicava o sono profundo.

Floresta do SulWhere stories live. Discover now