- O caso é serio? Não lembro quando te vi assim, irritado. - Ele diz se sentando.

- Cara, estou fodido! - apoio o rosto nas mãos e Eduardo se preocupa.

- Que merda você aprontou irmão? - toca em minhas mãos para que eu as tire do rosto.

- Estava com a Isabella ontem. Aconteceu uma coisa e isso está me matando por dentro. - Falo rápido, sem pausa para respirar.

- Você trancou com a menina e agora está arrependido? - Eduardo ri.

- Não. Estávamos quase.  Ja tinha rolado oral e tudo mais. Bem na hora, descobri que a garota é virgem. - Falo arrasado.

- CA-RA-LHO!!!!!!! Sério isso? E ai? - Eduardo parece não acreditar.

- E ai? Levantei, vesti a roupa e fui embora. - falei derrotado.

- Não estou acreditando no que estou ouvindo. Sério que você fez isso com a menina? - Eduardo me censura.

- O que você queria que eu fizesse? Transasse com a menina e depois falasse: foi uma delícia, mas sinto muito, sou casado? - Começo a me irritar. Só eu acho que agi certo?

- Cara. A menina foi trabalhar. Mas quem olhar para ela logo vê que ela está com algum problema e dos grandes. Hoje fiz minha piadinha diária e ela nem sorriu. - Fico mal quando escuto isso.

- Estou ferrado meu amigo. Não queria magoá-la. Não sei o que faço para reparar isso. - A tristeza em minha voz é evidente.

- Ah! Mas eu sei. Esquece isso de virgindade e faça ela ver estrelas antes que você perca realmente a chance de um relacionamento de verdade. - Ele fala sério, olhando para mim.

Fiquei sem resposta. Nosso almoço chega e continuamos a conversa. Começo a achar que fui radical demais e magoei a minha linda de uma maneira que talvez não consiga reparar.

Se eu não quero nada com ela além de sexo e desisti de ter, porque fico com essa sensação de perda?

Saio do restaurante, passo em uma floricultura e compro as rosas que mais se parecem com ela e escrevo num cartão um pedido de desculpas. E peço para ser entregue na clínica agora mesmo.

A tarde não consigo me concentrar. Estou muito confuso agora. Tanto James quanto Eduardo acharam que fui radical. Que não deveria ter rejeitado Isabella desse jeito.

Não consigo ler uma folha sequer das propostas e ofícios que tenho em minha mesa. Levanto, pego meu terno e saio. São quase 17h. Tenho que correr. Peço ao James que me leve até a clínica do Eduardo.

Isabella recebeu as flores mas não me mandou sequer uma mensagem. Então, pedirei desculpas pessoalmente. Não posso mais ficar com essa culpa me matando.

Nem bem o James para o carro e já desço correndo. Ao entrar na recepção não vejo a Bella.

- Boa tarde Joana. Isabella ja foi? - Pergunto desanimado.

- Boa tarde deputado. Foi sim. Ela não estava se sentindo bem e o dr. Eduardo a liberou mais cedo. - Diz Joana preocupada.

- Ela foi de ônibus, sozinha? - Começo a ficar nervoso.

- Não senhor. Um rapaz muito simpático veio buscá-la. - Agora sim, fico nervoso.

- Ela falou quem era? - Não consigo me conter.

- Não, mas pelo carinho dele com ela, devem ser bem íntimos. - Vou ter um infarto.

- Obrigada Joana. - Meu coraçao gela.

Saio praticamente correndo em direção ao carro. Não enxergo ninguém pelo caminho. Só quero sair logo daqui.

- James, me leve para a casa da Isabella. - Peço no desespero.

O caminho parecia longo. Não sei quem é esse cara e nem se ela irá me receber. Mas não vou ficar nessa agonia sem fim.

Ao chegar, desço do carro que nem a porta fecho. Como o portão estava enconstado não preciso interfonar. Entro e como é no térreo, então já chego e bato na porta.

Quem me atende é um cara, bem mais novo que eu, com cara de poucos amigos e sem camisa. Eu vejo vermelho e não consigo me controlar.
Entro ignorando o rapaz.

- Boa noite! O senhor, quem é? - Me pergunta sem se intimidar.

- A Isabella está? - ignoro a pergunta e vou logo ao ponto.

- Depende para quem. Se for para um tal de Leonardo, não. - Ele diz de cara fechada.

Perco o chão ao ouvir isso. Ela deixou dito que não quer me ver. Realmente eu a magoei demais. O que eu faço?

- Sou Leonardo e vou falar com ela você querendo ou não. - Falo em tom de ameaça.

- O senhor só vai falar se ela quiser. - Fala me encarando.

- Olha aqui rapaz, preciso falar com a Bella e só saio daqui depois que o fizer. - Me aproximo para que ele escute bem.

Ficamos nos encarando. Quase 10cm de distância um do outro. De repente, uma porta se abre e Bella sai. Olha para nós dois com espanto.

- Pode deixar Rafael, não quero brigas por minha causa. - Ela diz triste e com o rosto marcado pelo choro.

- Bella, por favor, só quero uns minutos para que você me escute. - Digo cansado.

- Tudo bem. Diga o que quer e vá embora. - Ela me olha com mágoa nos olhos.

- Podemos ir para outro lugar? Precisamos de privacidade. - Sugiro porque não quero que esse mala escute.

- Para que? Para comerçamos mais uma sessão de sexo e você não chegar até o final?

Meu Deus. Isabella não vai me perdoar nunca. E não posso encerrar nosso lance assim. O idiota ri na minha cara.

-Bella, por favor! - Peço me aproximando.

- Bella, vai logo e resolve isso. Se quiser saio para vocês conversarem. - Rafael como sempre um amor.

- Não Rafa, você fica. Aonde Vamos Leonardo? - Me olha com o queixo erguido?

- Aqui perto. Para o meu flat. - Ela entra no quarto e eu a aguardo.

Uns 30 minutos depois, ela sai do quarto vestida para matar. Um vestido vermelho colado no corpo e de salto. Não me olha, passa por mim em direção a porta.

- Não vou demorar Rafa. Avise as meninas. - Diz e sai. Corro para acompanha-la. Ela entra no carro e cumprimenta James.

Chegamos ao flat e logo entramos. Ela me olha e não diz nada. Eu tambem a olho. Durante um tempo permanecemos assim. Até que ela quebra o silêncio.

- Pronto Leonardo. Já estamos aqui. Agora me diz, o que você quer? - Fala firme, mas chateada.

- Eu quero você! - me aproximo e a beijo com fevor. No início ela tenta se esquivar, mas a medida que intensifico o beijo, ela cede.

Vou andando com ela sem parar de beijar até o quarto. Ela já está entregue.

Ja na cama, faço carícias pelo corpo e ela geme em meu ouvido. Ainda não sei o que é certo ou errado fazer. Mas vou seguir meus instintos, ou será meu coração?

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