Um crime e a vida começa

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SUZANA

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SUZANA

Estou sentada na minha confortável poltrona no escritório olhando para a tela do computador pensando em como escreverei a história da minha vida, o tsunami que me fez realmente começar a viver e consegui a minha realização pessoal.

Depois de raciocinar por alguns segundos olhando o cursor piscando na tela em branco, concluo que antes de qualquer coisa, tenho que me apresentar: meu nome é Suzana, tenho cinquenta e dois anos de idade, uma mulher que se considera feliz de fato, bem diferente daquela da época em que tudo mudou.

Toda história, ou melhor, o tsunami aconteceu há vinte anos. Era solteira, sozinha e tinha na minha profissão a única oportunidade de ser alguém, ou seja, não passava de uma jornalista em busca de sucesso na carreira.

Como hoje, o que na época mais me movia era algo que muitos seres humanos já abandonaram, o poder de crer nos sonhos e lutar por eles, acreditava que alguém sem iniciativa e desejos é uma pessoa estagnada que jamais sairia da mediocridade.

Considero-me uma lutadora, quando narrar um pouco da minha aventura. Entenderão porque admiro pessoas que não param diante dos obstáculos.

Bem, vou começar:

Desde que me entendo por gente, o meu sonho era ser jornalista, achava fascinante aquele mundo de aventuras, descobertas e a descrição exata do que era a realidade. Ficava extasiada com reportagens policiais e de guerra, eram pessoas arriscando a vida apenas para que o mundo soubesse dos verdadeiros fatos.

Consegui com muito sacrifício, principalmente financeiro, que o meu desejo de infância se tornasse realidade, por isso o dia mais feliz da minha vida foi a minha formatura. No momento que me vi naquele salão segurando o meu diploma de jornalista, fiz a promessa que seria a melhor repórter que o mundo já havia visto, seguindo tudo que acreditava.

Mas a realidade nos surpreende com situações que não imaginamos nos nossos momentos de delírio. E depois de dez anos da minha formatura, o máximo que consegui no jornalismo foi ser a chefe da coluna do obituário.

Por isso, todas as vezes que arrumava a coluna para enviar para a edição dizia ao meu coração que seria por muito pouco tempo, mas dois anos fazendo essa mesma tarefa, confesso que perdi totalmente a esperança.

O meu maior obstáculo para crescer profissionalmente naquele jornal era o editor chefe, um verdadeiro carrasco inescrupuloso, que não escondia o fato de estar bem longe da sua lista de preferidos. Cheguei a essa conclusão, porque por mais que me esmerasse em buscar uma boa pauta, ele sempre tinha algo de ruim para dizer. Mesmo quando conseguia um furo buscava uma maneira de acabar com minha alegria.

- Desista Suzana, ele nunca lhe dará uma chance, estou no jornal há quinze anos e ainda não tive uma oportunidade. Ele só gosta dos que puxam o saco. Disse Raul, chefe da coluna dos classificados.

Suzana ( Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora