Terceiro Selo

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Pouco antes de saírem da Ilha de Gabriel, Carl e Mayra ouviram os gritos de alguém vindo lá de cima da montanha, era Zeff junto a outros cinco Domadores em forma de rinocerontes. Não eram gritos, eram os rugidos dos homens em forma de animais. Vinham correndo e tremiam toda a ilha.

Por que não estavam dormindo como os outros?

– Acabem com eles – dizia Zeff lá de cima. Ele havia mesmo voltado para capturar Carl e desta vez, de brinde teria Mayra, aquela que atravessou cinco portais num dia. – Vocês morrem se falharem, animais imprestáveis.

O feiticeiro era um sujeito peculiar, Carl jurava que ele estaria à quilômetros de distância, mas não, havia mesmo voltado e iria tentar bater de frente com ele, o próprio Carrasco do Rei.

– Não vale a pena ficar perdendo tempo com eles, – disse Mayra – vamos andando.

Mayra tocou em seu cavalo e usou a arte da levitação, as patas do cavalo agora podiam pisar o vento e pisar a água. Assim ela usou as rédeas para que sua montaria saísse do lugar e o animal correu muito, era uma besta desenfreada que usava da própria energia de Mayra.

Carl continuava parado, apenas observando aqueles enormes rinocerontes correndo e quase tropeçando um no outro, quando chegassem não teriam sequer forças para levantar o machado de guerra contra ele.

– Não vem, Carl? – Perguntou Mayra quase no meio do mar que separava a Ilha de Gabriel da Ilha de Rafael.

De repente a única coisa que o Carrasco escutou foi a batida de algo a sua frente, virou seu rosto e pôde ver uma barreira mágica se formando no meio do mar, não era a fronteira, estavam longe da ilha ainda, aquilo era obra de um feiticeiro. Ao olhar para o pico da montanha, Zeff estava rindo de Mayra que tinha dado de cara na barreira mágica.

– Avisei a você que se não sumisse acabaria morto – os Olhos de Rapina se ativam e Carl pôde ver melhor a feição de prazer no rosto do feiticeiro na montanha, ainda não tinha certeza se ele havia nascido com descendência do sol ou da lua, ele podia muito bem ser um bruxo.

Carl levantou os braços para o céu e os dois se transformaram em braços de sombra, como grandes nuvens de fumaça. Foram adquirindo um tamanho maior e ficando mais longos, com os rinocerontes quase chegando, ele esticou os braços até eles e segurou dois.

Com o braço direito ele usou do rinoceronte para jogar dois ao mar e depois arremessou o que estava em sua mão. Com o braço esquerdo arremessou o quarto ao mar e o quinto ele jogou com toda força em direção ao feiticeiro acima da montanha, apesar da distância, o rinoceronte passou bem perto, no entanto, Zeff o acertou com uma estaca de luz no peito.

A barreira dele era roxa, puxando para o lado das sombras e suas estacas de energia eram brilhantes, como a maioria das habilidades dos Filhos do Sol, não fazia sentido para Carl.

Os braços do Carrasco voltaram ao tamanho e as formas normais. Agora não havia chance de perde-los por culpa de uma brisa que levasse a fumaça.

– Te desafio para um duelo, Zeff – grita Mayra na direção do feiticeiro. – Aposto que você é covarde demais e vai recusar.

Ele não disse nada, a barreira mágica cortando o mar desapareceu e junto se foi Zeff, era apenas uma projeção de seu corpo, parte da magia de transcendência, enquanto Carl podia fazer com que algo sumisse do mundo por alguns segundos, Zeff era o contrário, podia fazer com que algo se duplicasse no mundo por um tempo maior que o de Carrasco.

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⏰ Last updated: Feb 22, 2018 ⏰

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Renegados parte. 1 - CarrascoWhere stories live. Discover now