Chegamos mais perto e Peter e Patrick nos avistaram. Eles vieram nos cumprimentar radiantes, em seus ternos pretos e gravata brancas. Cumprimentei Laurien e Selena, e com isso Rhys e eu acabamos nos separando.

– Você está maravilhosa! – Selena diz com Laurien em seu enlaço, concordando. – O vestido é perfeito!

– Obrigada, mas vocês duas são a alma da noite.

De fato as roupas de ambas chamavam bastante atenção. Laurien estava com um vermelho exuberante, que ia até o meio das coxas, as costas com poucas tiras de cetim atravessadas, deixando grande parte da pele exposta. Selena usava um vestido lilás pálido, alças trançadas, a saia era grande e estufada, até o chão.

– Gostei do que fez no cabelo. – Selena comenta. – Depois poderia me ensinar.

– Claro. – Respondi, apesar de que eu mesma me surpreendi por conseguir fazer aquilo.

– Bom, mas agora venha. – Laurien me puxa, assim como Selena. – Não vamos deixar de aproveitar o melhor da festa, a comida.

Selena e eu rimos e acompanhamos Laurien até a mesa grande. Me servi de cordeiro assado, arroz e purê de batata.

– Se estiver saboroso – Laurien comenta, jogando os cabelos loiros para trás. –, foi eu quem fiz. Caso não, foi Selena.

– Está tudo saboroso. – Digo colocando uma grande quantidade de purê na boca. Selena cutuca as costelas de Laurien com o cotovelo.

– Foi eu quem fiz. – A loira declara e eu sorrio, enquanto Selena revira os olhos.

Depois que acabamos de comer, continuei conversando com elas por quase uma hora. Quando me cansei, fui me sentar em uma das cadeiras solitárias, um pouco afastada da roda de dança animada. Procuro Rhys com o olhar, mas há muitas pessoas passando e andando e dançando e conversando; e não consigo localizar ele.

Então, como se sentisse que eu o procurava, ele apareceu na minha frente, segundos depois. Um sorriso nos lábios, a mão estendida.

– Então, senhorita. – Não posso evitar o sorriso também. – Me concederia a honra desta dança?

Aceito sua mão e controlo os arrepios no corpo. Me levantei devagar, o vestido se esvoaçando com o vento suave.

– É claro.

Rhys me conduz até a roda de dança sorrindo de orelha a orelha. Eu mesma não estava diferente. Era o ato mais afetuoso que estávamos tendo em público, e aquilo com certeza renderia bastante conversa pelo resto da semana, já que todos sabiam que em todas as festas Rhys não aceitava dança e apenas ficava sentado, observando.

Tentei impedir que meu coração se explodisse em milhões de faíscas de felicidade ao encarar a verdade que Rhys já havia jogado para cima de mim. Laurien mesmo contara que ele jamais participava. E aqui estávamos nós.

Como se por uma ordem silenciosa de Rhys, os músicos trocam a música animada para outra mais melancólica, suave e calma. Rhys calmamente colocou as mãos quentes em volta da minha cintura, me puxando para mais perto. Passei os braços pelos seus ombros, e os acomodei ali. A pele musculosa de seu braço roçava as minhas costelas pelo tecido fino do vestido. Não pude controlar os arrepios àquela altura.

Então, começamos a nos mover, devagar. Eu sabia dançar, pelas aulas de etiqueta, mas Rhys... Rhys era gracioso, elegante e suave, como se dançasse a vida toda.

Ficamos nos encarando enquanto dançávamos, ignorando os olhares curiosos e estupefatos das pessoas ao redor. Dançamos em perfeita sincronia, o céu negro salpicado de estrelas brilhantes acima de nós, a brisa suave balançando meus cabelos de leve e acariciando nossos rostos. Rhys ainda sorria, e eu também. Não havia nada que tiraria meu sorriso naquele momento.

Floresta do SulWhere stories live. Discover now