Um final feliz nem tão feliz

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Nas ruínas de um reino definhado ao fogo esverdeado, chifres de tamanha perfeição se declararam ao ser de completa angústia, raiva resfriada por decepção à suas penas negras. Seus lábios cantavam o canto da morte, a tragédia vívida por uma fada sem suas asas para dá-la total liberdade de utiliza-las, espalhar a coloração esverdeada de seu fogo a quem a mesma sempre desejou. Mesmo com o coração dominado por escuridão; pecados corrompidos e desejo por vingança, a mesma sorria perante seu trono feito de pedra. Especialmente feito para as estátuas em completo estado de petrificação, corações dilacerados a quem ousasse olhar em seus olhos. A medusa medieval sorria, sem qualquer senso de que o castelo que um dia desejou para si, era entregue a outra pessoa.

Sua inimiga mortal, cachos louros como os raios de sol lampejando o dourado; os lábios tão vermelhos quanto rosa, a beleza e a voz que todos os homens almejavam obter. Malévola, a fada injustiçada por sempre querer mais, fora derrotada por uma espada enfeitiçada na tentativa de uma vingança severa. Sua história mal contada a provocava tristeza, embora não tanto quanto ira. Diaval era sua única companhia, o corvo negro transformado em pedra pelas fadas fora recuperado pela solidão da fada beirando seu título de bruxa.

Malévola tinha em sua consciência que o mal era um lado difícil de se aliar, mesmo convencida de que fizera um ótimo trabalho como vilã. Pelo menos a vilã que todos achavam que a mesma poderia ser. Suas vestes negras caminhavam a uma abertura do castelo em ruínas, olhando o reino feliz, sem pretendentes maléficos para arruinar um futuro onde malévola não passaria de uma lenda.

"Sem futuro, sem final feliz." A mesma pensou.

Malévola olhou para Diaval com a brilhante ideia que seu coração almejava, a queda da rainha Aurora acompanhada do rei Philip, o responsável por seu coração ser ainda mais vazio. Seu cetro negro brilhou o profundo verde, observando a imagem reproduzida ao seus olhos. Philip e Aurora com seus filhos, cachos louros e pequenos correndo em um jardim inofensivo. Eles eram felizes, tiveram tudo o que sempre desejavam, menos o que Malévola desejara. Quando a imagem focou na aparência de Aurora, Malévola sabia que nunca seria tão bonita, tão amada quanto Aurora se tornou ao longo de sua história. A fada injustiçada não queria ser Aurora, ela deseja sua sepultura todos os dias em seus sonhos.

- Tolos... Seu futuro está comprometido, Aurora. A bênção das fadas nunca a salvou de seu fim certo, Philip teve a principal bênção que nunca você terá a chance de conquistar. A coragem de enfrentar um dragão... - Malévola sorriu para o doce corvo, onde tinha o centro de seu cetro como descanso. - E isto está prestes a mudar.

Malévola retirou toda as gotas de seu poder momentâneo para mover a direção dos mares, alterar o aroma do vento que rodeavam sua torre obscura. Com isso, o relógio dera-se como confuso, reiniciando suas profecias de ponteiro a ponteiro. O tempo regressou, e assim seus sentimentos foram renovados, a única parcela de seu enorme poder se tornou um poço enorme de energia. Um movimento arriscado, mas Malévola não tinha nada a perder.

- O tempo regressará no dia em que Aurora nasceu, o momento em que meu erro fora cometido miseravelmente. A subestimei por ser apenas um bebê indefeso no que eu poderia cuidar. A história que todas as formigas deste reino estão acostumadas a ouvir, será mudada pela poderosa fada jamais superada desta terra. Eu sou Malévola, e se o rei é páreo para mim, veremos do que a rainha será capaz.

Malévola provocou uma luminosidade verde até o salão principal do palácio. Todos a olhavam com armas apontadas bruscamente para seu corpo, inúteis atitudes para quem concentra seu poder todo na ira da angústia. Os olhos verdes a enxergaram, o doce bebê que espetou seu dedo no fuso de uma roca. Malévola não mataria as fada responsável para dar a bênção que salvaria a garota, ela gostaria de vê-la tentar se aventurar nos espinhos.

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