Capítulo 22 - Final

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Comecei a me debater e a gritar para que me largassem, que precisava ligar para ajudar Bárbara, mas, quanto mais me debatia mais me seguravam. Alexandre e minha mãe me seguravam na cama e percebi quando ela olhou para meu pai, fazendo sinal com a cabeça. Provavelmente ele vai me sedar novamente, mas não podem, não entendem? Bárbara está em perigo.

- MÃE... ALE... POR FAVOR! PRECISO DO MEU CELULAR! BÁRBARA PRECISA DE MIM... - Comecei a gritar e vi quando meu pai retirou de sua maleta médica o calmante para me aplicar.

"Vocês não entendem? Não acreditam em mim!?" pensei desesperada e em prantos. Meu pai se aproximou e seus olhos estavam em um misto de cansaço, preocupação e dor pelo meu estado. Sei que ele está sofrendo por ter que me fazer isso, assim como Ale e minha mãe.

Minha mãe forçou meu braço para que não se mexesse e meu pai aproximou a agulha, porém, como se fosse um desses filmes bem clichês, Amanda abriu a porta chamando a atenção de todos. Ela ainda segurava seu celular e seus olhos mostravam a preocupação que sentia naquele momento.

- O que foi Amanda? - Meu pai perguntou ao ver sua condição.

- O celular de Bárbara só dá desligado ou fora de área. Liguei para uma amiga da faculdade e ela disse que Bárbara não apareceu hoje. - Falou me encarando. - Então liguei para Sabrina e ela falou, irada, que Bárbara a deixou na mão e não lhe devolveu o carro, o que a fez perder a consulta de seu pai... - Amanda foi se aproximando lentamente da cama e seus olhos me fitavam intensamente.

Senti quando as mãos que me seguravam afrouxaram, os olhos de todos estavam focados em mim. Não há mais o que ser feito, só quero que a salvem.

- Por favor... chama a polícia. - Falei em um sussurro quando Amanda parou ao pé da cama ainda me encarando.

Meu pai se afastou de mim e, por alguns instantes, ficou me olhando, porém, sem dizer uma só palavra, se virou e saiu do meu quarto às pressas. Sua atitude só significaria uma coisa: ele vai ligar para a amiga de tia Lu, para pedir ajuda.

Respirei aliviada por eles finalmente me escutarem, porém ainda preocupada com o que pode estar acontecendo com Bárbara. Logo agora, que finalmente descobri que gosto dela. Sei que as chances de ficarmos juntas eram mínimas, mas só em saber que ela seria feliz e estaria segura, já me confortava, afinal, se a perdesse, seria por minha culpa.

- Alice. - Amanda me chamou, me fazendo olhá-la. - Vai me explicar o que está acontecendo? - Perguntou com a voz irritada. Sei o que está acontecendo, Amanda está preocupada com sua amiga e não seria diferente.

- Amanda, agora não. - Minha mãe falou enquanto passava as mãos pelo cabelo. - Seu pai vai resolver isso com a detetive Bruna...

- Não... mãe, não! - Amanda falou cortando nossa mãe. - Eu quero saber agora. - Disse me encarando.

- Vou contar tudo para vocês. Só não quero que me odeiem. - Falei sentindo o choro preencher meus olhos. - Por favor... não me odeiem.

O pranto tomou conta de mim e minha mãe me abraçou novamente, enquanto Ale e Amanda me olhavam atentamente. Há várias coisas que temo na vida, mas nenhuma delas supera o medo de perder o amor de minha família. Eu amo minha família e nunca quis decepcioná-los na vida, porém, sei que, a partir do momento que eles souberem da verdade, os farei se decepcionar comigo.

Amanda continuava a me observar com o semblante duro, Ale, estava em choque e minha mãe afagava meus cabelos com carinho, dizendo em meu ouvido que tudo ficaria bem. Mas eu sei que nada ficará bem, que nada será como antes.

Meu pai entrou no quarto afobado, fazendo com que quase todos nós o olhássemos, pois minha irmã manteve o olhar fixo em mim. Ele chamou minha mãe, pedindo para ela ligar para o síndico do condomínio onde moramos para pedir algumas coisas e pediu para Ale ir até a portaria, já que ele ligou e ninguém atendia.

Doce Obsessão (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now