Capítulo XIII

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— Foi sim, perguntei de tarde. — Mas ele sorri.

— Mas eu tenho muitas perguntas, mereço que você, pelo menos, responda primeiro essa.

Ele sorri de leve.

— Tudo bem. — Se endireita. — Não acho que ele é um bom treinador porque... — Então hesita.

— Não vou acreditar que é porque ele não é um bom treinador, simplesmente, sem outro motivo aparente.

Ele faz outra careta.

— Acho que...

Ele levanta um pouco e se inclina. Nesse momento meu coração dispara e eu congelo. Rhys passa um braço por cima de mim, fico com o olhar a frente, vidrado, que acaba sendo na sua barriga coberta pela camiseta negra. Prendo a respiração, mas tudo que acontece é o escuro. Ele apenas desligou a lanterna e voltou a se deitar. Tinha lua, mas não penetrava muito sua luz pela barraca de lona. Não conseguia ver praticamente nada do seu rosto. Só um de seus olhos que brilhavam pela luz parca que entrava por uma fina fenda na barraca.

— Por que apagou a luz? — Pergunto em um sussurro.

— Você tem medo de escuro? — Ele parecia carinhoso ao perguntar, não foi um tom zombeteiro.

— Não. — Afirmo.

Acho que ele sorri.
— Então faça silêncio para que pensem que dormimos. — Pediu ele, tão baixo que tive de me inclinar um pouco para ouvir.

— Ainda não respondeu minha pergunta. — Sussurro de volta.

— Sim, porque irei te mostrar ao invés de falar.

Ele pega minha mão e meu corpo inteiro treme, um arrepio passa por minha coluna, tão forte que me remexo no lugar. Rhys se levanta e me puxa para fora da barraca depois de abrir a mesma cuidadosamente, sem fazer barulho. Quando estamos de pé do lado de fora ele chega tão próximo do meu ouvido que sinto sua respiração em minha pele, fazendo cócegas e me arrepiando dos pés à cabeça.

— Vou te ensinar como não fazer barulho. — Sussurra e meu corpo inteiro reage novamente.

Ele me indica onde pisar, como pisar e até como respirar. Cuidadosamente e sem fazer barulho já saímos dos arredores do acampamento. Estou apenas o seguindo, sem dizer nada, obedecendo suas instruções e segurando sua mão. Silenciosa como um felino, como Rhys.

Não sei por quanto tempo andamos, nem por onde passamos, mas quando fui me dar conta estávamos nos enfiando entre rochas e folhas, e entrando no que parecia ser uma caverna. No entanto, depois de adentrar totalmente, percebi que era ainda melhor.

Já na entrada dava para ver que não era um lugar totalmente fechado. Era a céu aberto, e a lua iluminava bastante. Havia um rio, como aqueles bem escondidos do qual você quer guardar só pra você. Rhys fechou a cortina de folhas que parecia cobrir a entrada para ninguém ver. Talvez ele realmente tenha guardado este lugar.

Ele continuou me puxando em silêncio e me conduziu a grama que havia na frente do rio, se sentou calmamente e fiz o mesmo. A água corria para além da iluminação da lua, descendo pelas rochas que escondiam o lugar e sumindo além delas. A correnteza era calma, quase inexistente, e o rio era largo e fundo, ao que parecia.

— O que acha? — Pergunta Rhys em um sussurro.

— É... Incrível. — Solto sincera. Era, de fato, um dos lugares mais bonitos que eu já vira.

— Também acho. — Ele faz uma pausa longa. — Eu me importo.

— O que? — Me viro para ele, mas seu olhar está preso em algum pequeno túnel do outro lado do rio.

Floresta do SulWo Geschichten leben. Entdecke jetzt