— Tudo bem. — Digo apenas. Ouvir ele pedir desculpas não era algo que achei que aconteceria em qualquer momento que estivesse aqui.
— Vi você lutar. — Comentou. Agora já estávamos bem próximo do Pântano. — Você foi ótima, fiquei impressionado. Onde aprendeu a lutar?
— Não sei lutar. — Enfiei a mão nos bolsos da calça quando um vento frio passou por nós, carregado de um cheiro de água e lama e folhas, vindo do lago do Pântano. — Apenas aprendi algumas coisas no orfanato quando um homem apareceu lá para dar algumas aulas para os garotos. Acabei entrando também. Eu não treinei muito depois que o Sr. Oliver, o treinador, foi embora, então eu também me impressionei pelo quanto consegui sobreviver contra aquele Legionário.
E então me lembrei que Rhys o matou. Na minha frente, para me salvar, ele o matou. Eu devia me sentir mal pelo homem, e ainda ficava tensa ao lembrar de seu corpo jogado, mesmo que eu não tenha visto muito com toda a fumaça; mas era ele ou eu. Ele não era inocente.
Assim como Rhys também não era...
— Você sabe lutar. — Contrariou ele. — Talvez possa treinar de novo. Imagino que era uma das melhores no orfanato.
— Quebrei o nariz de um garoto uma vez... — Soltei baixinho e Rhys arregalou os olhos e riu. Ele riu. Uma risada tão suave, tão espontânea e graciosa que sorri também. — Foi sem querer.
E quando já estávamos quase na porta da Cabana do Pântano, eu resolvi falar o que se passava na minha cabeça momentos antes:
— Você matou aquele Legionário para me salvar...
— Não queria que tivesse visto. — Qualquer resquício da diversão que estava ali sumira. As vozes vindas de dentro da cabana estavam tensas, não havia risadas ou diversão ali também.
Rhys abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido quando a porta se abriu diante de nós e Peter — Com o anel de volta. — nos encarou.
— Eu iria te procurar para a reunião... — Disse o gêmeo, e Rhys apenas deu um aceno de cabeça agradecido e indicou para que eu entrasse. Seja lá o que ele estava prestes a dizer antes de Peter abrir a porta, fora esquecido e jogado no ar.
Todos do acampamento já estavam ali dentro, empoleirados nas cadeiras e nos bancos ao redor das mesas. Todos vestidos de negro. Devia haver alguma coisa relacionada a cor do traje para os grupos, já que os Legionários do Norte estavam todos de vermelho.
Dressa parecia a um passo de voar para cima de mim quando me viu entrando ao lado de Rhys, mas quando este sentou-se ao lado dela, um sorriso vitorioso atravessou seu rosto bonito e cruel. De fato, eles combinavam; ambição de líder, faces impecáveis, mente argilosa e calculista. Tentei ignorar o revirar em meu estômago ao pensar nisso.
Me sentei ao lado de Patrick e outra pessoa que não conhecia. A nossa frente Dressa comentou alguma coisa no ouvido de Rhys que assentiu com um pequeno sorriso. Desviei o rosto.
O homem ao meu lado parecia ter minha idade, era alto, musculoso, olhos esverdeados e a pele bronzeada.
— Vi você lutando. — Disse ele. — Desculpe, sou Joseph.
Apertei sua mão estendida.
— Acredito que já saiba meu nome. — Sorrio fraco.
— Sim, Chloe. Você luta bem.
— Realmente, eu também vi. — Patrick disse, entrando na conversa.
— Aprendi pouca coisa no orfanato. — Apesar de um pouco constrangida, permaneço com o olhar suave e queixo erguido.
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Floresta do Sul
Fantasy• Livro I • Segundo livro já disponível: Colina do Sul. Chloe Lidell. Desde a barriga foi destinada a algo grande. Ao posto de princesa e logo depois, rainha. Mas ela não queria isso. °•°•°•°•°•°•°•°• Ao ver que sua esposa estava grávida, Marcus, qu...
Capítulo XII
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