O Banquete

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6 anos antes.

- UUUOOOHH!

- Hannah! Vai começar! – Daniel me chama.

- Eu sei! – Grito de volta, rindo.

Estamos correndo rápido pela grama baixa do campo. A noite está chegando e ninguém nesta cidade é louco de perder o maior evento do mundo. Hoje é quando nossas mesas ficam fartas, nos divertimos e claro, lutamos e matamos.

De repente eu paro de correr e encaro Daniel.

- Você acha que eu vou conseguir? Digo... Matar? – A apreensão de toda uma vida voltou à tona.

- Claro! Está no seu sangue. Na verdade, no sangue de todos nós. – Sorrindo, meu melhor amigo tirou todas as minhas preocupações.

- Você está certo. – Sorrio de volta.

Começamos a correr de novo para a cidade.

O Banquete. Uma vez ao mês, demônios invadem a cidade. No começo matávamos para não sermos mortos, enterrávamos seus corpos e seguíamos a vida com medo. Hoje matamos para comer, nos especializamos nisso, não temos mais medo.

Há 50 anos, depois de uma guerra severa contra os demônios, vários morreram e ficamos sem recurso animal, ainda temos condições de plantar, mas a comida está escassa, a floresta que temos não nos dá frutos, fazemos o possível para mantê-la viva.

Por isso comemos demônios.

Minha mãe diz que eles têm gosto de galinha, infelizmente não sei qual é o gosto de uma. Ela ainda nem tinha nascido quando tudo começou, porém teve o privilégio de comer as iguarias do passado.Mas isso não importa, pois, finalmente, é o meu primeiro mês. Daniel já participa há dois anos e se tornou um dos melhores Caçadores de Demônios, eu o admiro muito.

Na nossa sociedade temos três classes: Comedor de Demônios, Caçador de Demônios e Matador de Demônios. Para decidir em qual nos encaixamos passamos por um teste, temos até os 15 anos para descobrir, se não, somos Normais. O teste é o seguinte: Consigo matar, mas me preocupo em comer e coletar, isso me torna uma Comedora; se me alimento e mato tranquilamente, sou Matadora; se mais mato do que como, auxilio os demais e não deixo os demônios fugirem, sou Caçadora. O seu Dom também define quem você será. Ser um Normal é não conseguir matar ou não se adequar ao Banquete. Nesse teste estamos acompanhados por um instrutor Caçador, que garante nossa defesa. É um instinto, no momento é uma reação natural, e em um piscar de olhos você sabe qual é sua classe ou se não é de classe nenhuma. Todos os cidadãos que desenvolveram Dons são aptos para lutar a partir dos 12 anos.

Chego à cidade e fico maravilhada com a grandeza do evento. Giro a cabeça de um lado a outro, absorvendo tudo que posso. O Banquete acontece na avenida principal, em baixo dos trilhos de um antigo metrô, que agora está desativado e enferrujado. Uma mesa gigante é posta do início ao fim da cidade e é coberta por um pano branco maior ainda, bancos, estilo piquenique, acompanham o visual. Pratos e talheres são postos, além de muita bebida. Observo o fogo nas tochas, que ficam posicionadas na base das pilastras, crepitando e emitindo estalos, transmitindo um visual um pouco macabro. Os demônios são, como as mariposas contadas nos livros, atraídos pela luz do fogo e acabam se desintegrando pela mesma, por isso a iluminação é feita por tochas.

A maioria das pessoas já chegaram e estão se acomodando para o evento, há muita conversa e as pessoas parecem animadas, até eufóricas, devo dizer.

Sento-me ao lado de Daniel, que já se acomodou em um banco.

Fico nervosa. Meu coração dispara e sinto-o querer sair pela minha boca, estou nauseada. Passo as mãos suadas pela calça e olho para meu amigo.

Dani percebe e segura minha mão.

- Não se preocupe, eu vou te proteger. – Ele sorri.

Eu acredito nele, acredito na sua palavra, mas algo em mim está se remexendo, é como se eu fosse entrar em convulsão a qualquer momento.

Engulo em seco e balanço a cabeça, concordando.

Nesse momento um alarme alto reverbera pela cidade, como um presságio do que está por vir. Sobressalto-me, alarmada. Mas Daniel põe a mão em meu ombro e me faz sentar.

- Não! Todos têm que esperar eles chegarem, independente da classe. Não se esqueça! Além do mais, esse será o seu teste, terá que saber o que você vai ser! – Ele me alerta.

Gritos começam a invadir meus ouvidos, viro para o lado do barulho, à minha esquerda.

"Lá estão eles!"

As criaturas correm por todo o lugar, sobem na mesa, pulam de cima dos trilhos, vem pelas paredes ou até mesmos pelas encruzilhadas, em dois segundos os malditos já ocupam o local quase todo. O meu sentimento de medo foi embora, o que veio foi uma onda de adrenalina forte, me senti excitada, um fogo iluminou minha alma. A incerteza já esquecida deu lugar a um único desejo: Matar!



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Gostaria de deixar pequenos recados após este prólogo.

1. Esse livro é baseado em um sonho que tive (cliché não?), mas essa é a verdade e eu até lanço um desafio: adivinhem qual é o capítulo que contém meu sonho (hehehe, adoro mistérios).

2. Eu tenho, sim, inspiração em vários autores do mesmo gênero, mas não é plagio, não é cópia, não é fanfiction é totalmente autoral.

3. Em relação ao tópico 2, por incrível que pareça eu prefiro ler romances, mas eu prefiro escrever ficção com aventura. (Loucura, eu sei.)

4. Pretendo lançar de 15 em 15 dias cada capítulo... prazo longo, eu sei! Mas eu me dou esse tempo para qualquer modificação de última hora.

5. E por último, aproveitem, vocês estão entrando na minha cabeça, minha louca cabeça e meus pensamentos malucos, nem tudo no livro terá explicação agora. Mas uma hora vocês irão entender.

Me sigam no insta para ver o progresso do livros e outros projetos: c.f.watson, no momento zero seguidores (conta nova :D).

Obrigado por ler. Até a próxima.

C. F. Watson

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⏰ Laatst bijgewerkt: Sep 14, 2017 ⏰

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