Olhava atentamente ao redor, analisava cada pessoa que adentrava aquele bar. Eu havia chegado alguns minutos antes do horário combinado apenas para segurar a nossa mesa. Não que tivéssemos algum problema em utilizar as outras mesas, apenas tornou-se costume aquele lugar.
O bar era amplo e espaçoso, haviam mesas redondas espalhadas por todo o local. Era uma mistura de marrom escuro com preto e as luzes fracas colaboravam para um ambiente ainda mais escuro.
Não precisava ser fim de semana para estar lotado. A verdade é que muitas pessoas costumavam frequentar lá, independente do dia que fosse. Embora muitos deles vinham após o expediente no trabalho acabar.
Júlia e Patrick adentraram pela porta juntos, causando um enorme estrondo, fazendo com que todos parassem o que estavam fazendo para olhar o que estava acontecendo.
Ambos se olharam e riram com a situação, assim como eu sozinha na mesa.
— Que milagre você ser a primeira a chegar. — Júlia falou debochada, agachando-se para me abraçar. — Parabéns pelo trabalho.
— Eu ainda não comecei a trabalhar, é apenas um treinamento. — Expliquei.
— Com certeza você será aceita. — Patrick afirmou, enquanto levantava a mão chamando por um garçom.
Querendo ou não, todas as pessoas que trabalhavam naquele bar nos conheciam e já sabiam o que costumávamos beber. Cerveja. Pois é, a princípio era a bebida que eu menos tomava na vida, mas a presença de Patrick na nossa vida, fez com que alguns hábitos fossem alterados.
— A cerveja de sempre? — O garçom perguntou.
— Também, mas queremos três doses de tequila. — Avisou.
Olhei para ele admirada. Normalmente ambos recusavam bebidas mais fortes durante a semana, por conta de seus trabalhos.
Eu por outro lado, adorava fazer bagunça na presença deles.
Viramos a tequila de uma vez só e assim o garçom retornou com nossos copos para trás do balcão.
— Você fez a entrevista com quem? — Patrick perguntou interessado.
— Com o dono, Roberto. — Respondi.
— Que chique, já começa com moral para cima do dono. — Júlia sempre debochada e faladeira.
Estávamos na segunda garrafa de cerveja escutando as histórias de Júlia. Segundo ela, havia encontrado o amor da sua vida, enquanto circulava no andar de baixo, onde ficava a loja.
Percebeu que havia um homem vestido com roupas sociais, o que nós tínhamos em comum era amar como alguns homens ficavam charmosos em ternos.
— Enquanto uma das vendedoras atravessava a loja para atendê-lo, eu fui mais rápida. Acabei vendendo uma cama para ele, que inclusive fiz questão de acompanhá-lo para testá-la, já que ele estava com vergonha de deitar sozinho. — Contou, e fazia questão de fazer caras e bocas, das mais sacanas possíveis.
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DEIXE-ME SER SUA? (DEGUSTAÇÃO)
Romance"Eu chorei porque eu te amo mas eu não sei amar. Eu chorei porque eu sempre canso de tudo e tudo sempre cansa de mim. Chorei de cansaço profundo de sempre cansar de tudo e tudo sempre cansar de mim. Chorei de apego ao cheiro do novo e principalmente...