— Que estranho. — puxo meu vestido e olho meu tornozelo. Continua inchado, roxo e dolorido. — Por que o meu não sarou também?

— Eu não sei meu amor. — Adam levanta-se e caminha em direção a porta. — Tenho uma surpresa para você. Algo que vai lhe ajudar a se locomover.

Ele sai do quarto e depois de uns dois minutos volta empurrando uma espécie de cadeira, mas essa tinha rodas.

— O que é isto? — pergunto analisando a cadeira.

— Ainda não tem um nome específico. Eu chamo de cadeira com rodas, meio óbvio, mas é o que posso fazer. — ele sorrir sem jeito e me pega  no colo, colocando-me sentada na cadeira. — Othon criou isto hoje cedo, disse que viu tudo pela bola de cristal e quis te presentear.

— Ah! Depois irei agradece-lo. — olho a cadeira e, até que é confortável. — Eu preciso de um banho, como faço pra isto andar?

— Eu posso te levar pro banheiro e...

— Pode parar! — digo firme. — Não vais me dar banho. Me ensina a fazer isto aqui se mexer e chama a Joana, ela me ajudará a tomar banho.

Adam finge uma expressão de tristeza e diz:

— Como quiser! Basta empurrar as rodas maiores para frente ou para trás, depende da direção que queres seguir. Eu já volto. — disse e logo se direcionou até a porta.

Resolvo tentar ir até o banheiro com essa cadeira. Seguro firme em cada uma das rodas e impulsiono para frente, primeira tentativa falha. Mais uma vez seguro nas rodas e uso toda a minha força para empurra-la para frente, a cadeira se move. Repito os movimentos até chegar na frente do banheiro. Está cadeira é grande demais para passar pela entrada do banheiro, fico parada lá esperando Adam voltar.

— Bom dia, princesa Elena! — Joana entra no quarto.

— Bom dia, Joana! Onde está o Adam?

— Ele disse que iria preparar o café da manhã para senhora. — ela caminha em minha direção com um sorriso travesso. — Ou seja, pedir para as cozinheiras fazer algo, que ele trará. 

Solto uma leve risada.

— Tens que me ajudar a tomar banho, não consigo entrar no banheiro sozinha. — informo-a um tanto frustrada por não conseguir fazer algo tão simples.

— Claro que lhe ajudarei, vamos! — Joana puxa a cadeira para trás posiciona-se ao meu lado e segura minha cintura colocando meu braço envolta de seu pescoço. Em um movimento rápido levanta-me e entramos no banheiro, passando de lado pela porta. — Prontinho, sente-se aqui enquanto eu preparo o banho.

Joana me deixa sentada em uma mesinha e eu aproveito para ir tirando parte da roupa. Vejo ela se locomover tão rapidamente e me vem a cabeça: quantas vezes ela havia feito isto?

— Joana! — ela para seu trabalho por alguns segundos e me olha. — A quanto tempo trabalhas para a família real?

— Ah, princesa, desde que me entendo por gente. — ela volta a fazer suas coisas. —  Cresci vendo minha mãe fazer isto e como não tínhamos uma boa condição financeira não pude escolher as profissões reconhecidas: medicina e pedagogia. Mas eu gosto do meu trabalho, nunca tive problemas com ninguém.

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