— Sim, gosto muito do que vejo — sussurrei em seu ouvido enquanto via os pelinhos de seus braços se eriçarem. — Mas você já sabia disso — acrescentei — O que acha de irmos para algum lugar mais reservado?

Ela piscou rapidamente, como que espantada com minha sugestão.

— Essa proposta não seria uma surpresa se viesse de qualquer outro homem, mas vindo de você me surpreende Rafael. — levantou o queixo, altiva — Afinal o senhor não é um homem qualquer! — ela disse aquilo fazendo alusão a última sms que enviei para ela há cinco anos “Não sou um homem qualquer Valentina, nosso relacionamento é inviável, por favor não me procure”. Fugindo de minhas lembranças retornei à suas palavras — Enfim, prefiro ficar aqui, seria um desrespeito com minha cliente.

 — Acho que você já não é necessária para sua cliente  Valentina — seu nome escorreu como mel em minha boca dei ênfase para que ela sentisse certa sensualidade, em seguida desviei o olhar para a autora rodeada de fãs em busca de autógrafos.

— Pensariam que sou uma má agente Rafael.

— Eu não me importo com o que pensam. — eu nunca segui regras. Minha fama de inflexível, mulherengo e intransigente fazia de mim o que eu era.

— Eu me importo afinal preciso passar uma boa reputação aos meus clientes — Ela inclinou a cabeça, zombeteira.

— Você tem razão — disse, sorrindo fingindo certo arrependimento.

Ela sorriu abertamente e eu fiquei sem ar e senti meus joelhos fraquejarem. “Porra! O que estava acontecendo comigo? Eu já dormi com essa mulher, não deveria chamar tanto minha atenção.

     — Ótimo — ela retrucou, virando-se e afastando-se. — Agora, se me der licença, Rafael...

   Não! Eu não a deixaria escapar assim! Segurei seu braço suavemente, pois sabia que minhas mãos grandes e meu excesso de força poderiam machucá-la.

— Um tempo Valentina. Só te peço dez minutos. — pedi rápido, ainda balançado pela suavidade de sua pele, foi como se uma onda elétrica tivesse me atravessado. Vi quando sua respiração ficou irregular e ela arregalou os olhos, surpresa com minha reação. — Você é a mulher mais linda aqui hoje, e não estou conseguindo me conter aos seus encantos — pela primeira vez eu estava sendo sincero com uma mulher.

— Tente outra, Rafael. Essa cantada já não funciona mais! — ela disse esquivando-se, como se eu representa-se certo perigo.

— Fui sincero Valentina, sabe que não preciso cantar mulher alguma. Quando quero uma eu a tenho! — respondi confiante, sempre tive uma fila de mulheres atrás de mim.

— Que bom, mas não terá a mim, Rafael—  ouvir aquilo causou certa decepção em mim, mas não desistiria. — Não mais.  Completou em um sussurro.

 — Desculpe-me — eu disse com certo arrependimento — Acredite Valentina essa é uma palavra que não costumo usar.

—   Esse pedido de desculpa está com cinco anos de atraso. Você se importa de soltar meu braço? — ela pediu, depois de fazer várias tentativas fracassadas, só então me dei conta de que ainda a segurava.

— Sim, me importo — sussurrei, virando meu o dedão em uma  suave carícia.

— Eu também. Por favor, não se aproxime de mim. — pediu puxando o braço em um safanão.

 Eu não esperava ouvir aquilo. E tentei mudar de assunto

— E o que você fez nos últimos anos, Valentina? — ela apenas ficou me encarando em silêncio

— Ou será que eu cometi uma gafe e você não faz  mas nada? Ela me lançou um olhar triste em seguida seu semblante mudou para determinada.

— Como vê, trabalho com novos autores, e represento o senhor T.B. Renner. — Ela tentou não deixar transparecer um tom de orgulho ao dizer a última fra­se, mas, ao ver  meu sorriso zombeteiro, percebeu que não conseguira.

—  Agora, com licença. Está tomando meu tempo e eu posso não estar sozinha.

— Sei disso, você está comigo. — Eu disse confiante.

— Não me referi ao senhor.

— E qual desses homens  mais exuberantes fortes e inteligentes do  que eu;  vai se aproximar e reivindicá-la? — eu perguntei apontando para o salão.

  Ela ficou corada,  endireitou os ombros e me fuzilou com os olhos, eu sabia que estava provocando deliberadamente.

— Acho que isso não é da sua conta, senhor. Rafael — disse com calma, enquanto escapava de mim. E eu invés de ir atrás dela só conseguia acompanhar o balançar exuberante de seus quadris...

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