Capítulo 1

1.6K 121 26
                                    


Essa história ainda está sendo construída, mas pelo que está na minha cabeça eu imagino que vai ser curta. E imagino que a melhor amiga da protagonista também ganhe uma história depois também. É uma tentativa de romance histórico, pois nunca fiz nada parecido. Se vai dar certo não sei, só sei que escrevo para aliviar o stress e que estou me divertindo com ela.

Os capítulos serão semanais, começando agora com esse pequeno, que é tipo um prólogo. Se possível, comentem. Vocês podem não saber, mas os comentários além de dar o estímulo podem ajudar na construção da história. :)

****


Capítulo 1

Katherine Moore era uma menina solitária. Mas não porque fosse tímida, pelo contrário. A jovenzinha tinha a tendência, se lhe permitissem, de falar pelos cotovelos. O problema é que sua mãe vivia com enxaquecas constantes, fazendo questão do silêncio na enorme casa. E o pai, que estava sempre afundado em livros, tanto os de literatura quanto os de contabilidade, já que ele sentia um extremo prazer em lidar com números, também fazia questão do mesmo silêncio.

O pé direito alto da propriedade e as paredes, em grande parte de pedras, faziam que pequenos ruídos, ampliados através do eco, reverberassem pelo ambiente. Por isso, Katherine tinha que frear a língua, nunca podendo falar quanto gostaria. E sempre se policiava para falar mais baixo também. Até mesmo quando se enfiava na cozinha, na companhia dos criados.

Ela era uma menina calma, porém, na tenra idade dos sete anos, seu cérebro era povoado de perguntas. Perguntas que nem sempre podia fazer. Nem sua preceptora, que estava iniciando a menina na leitura e na matemática, estava disposta a conversar com ela.

Afinal de contas, Katherine ainda não sabia sequer formar frases escritas, e isso era o que realmente importava. Os outros assuntos que a menina questionava, como porque o céu era azul, e às vezes rosado ou com tons alaranjados, não faziam muito sentido.

Por isso, a menina se controlava para se manter calada. Por mais que na sua cabeça houvesse muitas perguntas. Afinal, parecia que ninguém mais se interessava em saber por que as rosas eram chamadas de rosas, quando também podiam ser amarelas, brancas ou vermelhas. E assim, ela se limitou a perguntar à preceptora coisas tal como se escrevia a palavra rosa, e isso pareceu alegrar a velha senhora, sempre carrancuda.

E, se tinha uma coisa da qual Katherine tinha mais do que curiosidade, era a sua vontade de agradar aos adultos. Sua mãe, quando não estava com dor de cabeça e quando se sentia bastante satisfeita com a única filha, era muito gentil com ela, lhe dando fitas de cabelo coloridas. E, se tinha outra coisa que Katherine gostava quase tanto quanto fazer sua mãe sorrir, era de coisas coloridas. Como o céu azul com tons alaranjados, ou como as flores rosas que ousavam não ser rosa, apesar do nome.

Katherine não sabia de muitas coisas aos sete anos, mas sabia que devia obedecer aos adultos. E sabia que devia aceitar as regras ditas por eles. Assim como já sabia com quem deveria se casar. Seu casamento já estava acertado desde seu nascimento, como foi no caso dos seus pais.

Mas havia um mundo dentro dela que ela controlava, pois os adultos não pareciam entender. E ela era a única criança da casa. Até mesmo os criados já tinham filhos crescidos. A mais jovem desfrutava de 16 anos, já era casada e tinha sua própria família. E ninguém tinha o interesse em brincar com Katherine.

Até que, num dia nublado e nem tão belo, tudo mudou. A criança se arriscou a sair da grande casa, apesar da ameaça de chuva, pois era lá que ela podia perder um pouco daquele controle imposto. No enorme pátio e no imenso terreno da propriedade abastada de sua família, ela podia correr e, enfim, gritar. Ela se sentia livre, porém sozinha.

Sob a magia do luar (degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora