O Diário de Lia

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Através de, O Diário de Lia, adentramos na questão do envelhecimento do nosso corpo e da força da nossa mente, da aceitação e da rejeição das nossas vestes físicas. E ainda, podemos ver que as nossas memórias se ligadas aos sentimentos, nunca envelhecem. O tempo não consegue envelhecer nossas memórias, ele pode ter o poder de envelhecer o corpo, mas a nossa mente está fora de seu alcance.

O tempo não envelhece o amor verdadeiro que sentimos por alguém, porque quando se trata do amor da nossa vida, este amor vence o próprio tempo e vai além da vida.

Porém o tempo não é um vilão, é um amigo que possui uma mão suave quando se trata de levar nossa juventude.

Lentamente e suavemente, com suas mãos ele nos leva dia após dia. E tudo possui uma razão de ser. Até nisso Deus é perfeito quando nos criou e nos deu espírito e vida. Imagina se tivéssemos que permanecer vestidos com uma determinada veste para sempre! Ninguém suportaria vestir a mesma roupa eternamente! É preciso trocar de roupa, vestir outras vestes, outras cores e outras estampas para se sentir bem, e para se sentir bonito e jovial, renovando o entusiasmo pela vida.

Com o corpo físico, eu penso que seja também assim! Nenhum espírito ativo suportaria vestir o mesmo corpo para sempre, eternamente! É preciso vestir outras vestes, viver outras experiências, ver outras estações, contemplar outras cores, e outras emoções.

A Autora.

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Lia Fernandes

Armando Torres

DEMAIS PERSONAGENS

Luís Pedro

Thiago

Dalila

Prof. Antônio

Francisco

Elizabete

Tereza

Tarsila (mãe de Lia)

Graciliano (pai de Lia)

Adriana


Capítulo 1



Enquanto caminhava pelo passeio do extenso bosque, Lia Fernandes fazia uma intensa viagem ao seu passado, revivendo as recordações de sua adolescência. Lembrava-se de cada detalhe, de cada emoção experimentada, e dos tantos sonhos que alimentara em sua juventude. Vinha-lhe a memória as lembranças dos momentos felizes, e das decepções que tantas vezes a fizeram chorar. Recordava-se com clareza dos amigos, das vivências e sensações que experimentara no auge de sua mocidade. Quanta disposição tinha em seu corpo! Poderia passar a noite em claro, brincando com os amigos, que no dia seguinte seu corpo continuava com a mesma disposição. Não sentia tanto os efeitos de suas estripulias de juventude. Agora Lia estava vivendo apenas de suas recordações, pois já não tinha mais força física pra viver aventuras. Ela estava com setenta e nove anos de idade, o corpo já não obedecia aos comandos de sua mente, já contabilizara alguns quilos indesejáveis pelo corpo. Seus cabelos se pareciam com uma grande bola de algodão em sua cabeça, de tão brancos que já estavam.

Se havia uma coisa de que Lia não gostava, era de se olhar no espelho, pois quando o fazia sentia vontade de chorar, ou mesmo, de quebra-lo! Odiava-o, porque ele mostrava o que ela não queria aceitar. Os anos haviam maltratado sua aparência, mas não tinha envelhecido sua mente e nem apagado suas memórias.

O Diário de LiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora