Capítulo 35 - Eu dando uma de conselheira amorosa

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— Er... Oi Melina.

— Mel — corrigi.

— Mel — ele consertou. — Você... hã... como foi a meditação?

— Mão na nuca. E pelos céus, dá pra colocar mais persuasão?

Tanay colocou uma mão na nuca e a magia ao nosso redor ficou mais intensa. Deixei minhas bochechas corarem e meu sorriso mais doce antes de responder num tom de voz simpático:

— Foi muito boa. E como foi o treinamento com a linda, maravilhosa, diva e deusa Kary?

Ele revirou os olhos com meu exagero.

— Se ela parasse de ser tão molenga, teria sido ótimo.

— E se meu treinador não fosse tão insuportável, o treino não seria tão chato — rebati, fazendo uma careta.

— E se minha aprendiz não fosse tão infantil, talvez desse pra ter um treinamento civilizado.

Soltei um longo suspiro, balançando a cabeça.

— Tudo bem, voltemos ao papel, antes que eu parta pra luta corporal.

— Você fala como se conseguisse ganhar de mim. — Agora havia um sorriso convencido no seu rosto.

— Quer que eu prove que eu consigo? — meu tom saiu em desafio.

— Isso é uma ameaça? — Bufei ao ouvir sua incitação.

— Tanay, os papéis. Podemos voltar por favor?

Ele assentiu, claramente satisfeito por minha desistência. Voltei a corar minhas bochechas e a colocar um sorriso doce no rosto ao perguntar:

— Que dia você vai poder me ensinar aquele golpe que você me prometeu, hein?

— Não sei, er...

— Nada de hesitação — o repreendi. — Se ela pedir alguma coisa, faça.

— Posso te ensinar agora se quiser.

— Agora ficou muito melhor. — Eu sorri e então voltei a fazer o papel de Melina: — Ótimo.

E me levantei, caminhando até ele e por fim ficando de costas pro mesmo, esperando que ele tomasse a iniciativa do próximo passo. Esperei por alguns segundos e nada.

— Não vai pôr as mãos na minha cintura?

— Hein? — ele pareceu surpreso com o que eu tinha acabado de inventar. — Não existe nenhum golpe que...

— Não importa, seu sonso. Inventa um na hora, mas coloca as mãos na cintura dela. A partir daí vai ser mais fácil criar um clima romântico entre os dois — expliquei. — Agora põe as mãos na minha cintura.

Não demorou muito até suas mãos estarem segurando firmemente minha cintura.

— Nisso ela vai ficar corada e a partir daqui, você passa a conversar nos sussurros com ela, sabe? E nunca esqueça da persuasão. Ela vai ser essencial — ressaltei. — Depois dela ficar completamente sem graça com seu gesto, ela se vira e é aí que você beija ela.

Tanay arqueou uma sobrancelha, duvidoso.

— Não vamos nos beijar — falei antes que perguntasse.

Ele balançou a cabeça em negação com uma expressão tipo "ficou maluca?".

— O que eu ia dizer é... Cara, isso vai dar certo mesmo?

— Claro que vai! Está duvidando da sua conselheira amorosa?

— Nada do que você está me dizendo é uma armação de vingança sua, não é?

A Guardiã do Gelo - Livro 1Where stories live. Discover now