— Er... Oi Melina.
— Mel — corrigi.
— Mel — ele consertou. — Você... hã... como foi a meditação?
— Mão na nuca. E pelos céus, dá pra colocar mais persuasão?
Tanay colocou uma mão na nuca e a magia ao nosso redor ficou mais intensa. Deixei minhas bochechas corarem e meu sorriso mais doce antes de responder num tom de voz simpático:
— Foi muito boa. E como foi o treinamento com a linda, maravilhosa, diva e deusa Kary?
Ele revirou os olhos com meu exagero.
— Se ela parasse de ser tão molenga, teria sido ótimo.
— E se meu treinador não fosse tão insuportável, o treino não seria tão chato — rebati, fazendo uma careta.
— E se minha aprendiz não fosse tão infantil, talvez desse pra ter um treinamento civilizado.
Soltei um longo suspiro, balançando a cabeça.
— Tudo bem, voltemos ao papel, antes que eu parta pra luta corporal.
— Você fala como se conseguisse ganhar de mim. — Agora havia um sorriso convencido no seu rosto.
— Quer que eu prove que eu consigo? — meu tom saiu em desafio.
— Isso é uma ameaça? — Bufei ao ouvir sua incitação.
— Tanay, os papéis. Podemos voltar por favor?
Ele assentiu, claramente satisfeito por minha desistência. Voltei a corar minhas bochechas e a colocar um sorriso doce no rosto ao perguntar:
— Que dia você vai poder me ensinar aquele golpe que você me prometeu, hein?
— Não sei, er...
— Nada de hesitação — o repreendi. — Se ela pedir alguma coisa, faça.
— Posso te ensinar agora se quiser.
— Agora ficou muito melhor. — Eu sorri e então voltei a fazer o papel de Melina: — Ótimo.
E me levantei, caminhando até ele e por fim ficando de costas pro mesmo, esperando que ele tomasse a iniciativa do próximo passo. Esperei por alguns segundos e nada.
— Não vai pôr as mãos na minha cintura?
— Hein? — ele pareceu surpreso com o que eu tinha acabado de inventar. — Não existe nenhum golpe que...
— Não importa, seu sonso. Inventa um na hora, mas coloca as mãos na cintura dela. A partir daí vai ser mais fácil criar um clima romântico entre os dois — expliquei. — Agora põe as mãos na minha cintura.
Não demorou muito até suas mãos estarem segurando firmemente minha cintura.
— Nisso ela vai ficar corada e a partir daqui, você passa a conversar nos sussurros com ela, sabe? E nunca esqueça da persuasão. Ela vai ser essencial — ressaltei. — Depois dela ficar completamente sem graça com seu gesto, ela se vira e é aí que você beija ela.
Tanay arqueou uma sobrancelha, duvidoso.
— Não vamos nos beijar — falei antes que perguntasse.
Ele balançou a cabeça em negação com uma expressão tipo "ficou maluca?".
— O que eu ia dizer é... Cara, isso vai dar certo mesmo?
— Claro que vai! Está duvidando da sua conselheira amorosa?
— Nada do que você está me dizendo é uma armação de vingança sua, não é?
YOU ARE READING
A Guardiã do Gelo - Livro 1
Fantasy[Trilogia Os Guardiões - Livro 1] "Estar no último ano do ensino médio pode ser tanto uma benção como uma porcaria. Pensa só: talvez você nunca mais vai poder ver seus amigos de sala e ainda vai ser obrigado a enfrentar o mundo adulto sozinho. Bem...
Capítulo 35 - Eu dando uma de conselheira amorosa
Start from the beginning