Capítulo 4 - Cecília

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Nunca imaginei que um homem pudesse ser tão grande e grosso. O rapaz com que transei era um menino perto dele, sem qualquer comparação. Antônio era assustadoramente lindo e eu cheguei a ficar com medo, achando que nem metade de tudo aquilo caberia em mim. E, ao mesmo tempo, ansiando loucamente saber.

Para mim, os pênis dos homens seguiam mais ou menos o tipo de corpo deles. O rapaz com quem transei, Jonathan, era magro e pouco mais alto que eu, seu membro mediano e fino. Mas me dava conta que não havia uma regra para aquilo.

Como Antônio era alto, como ombros largos e músculos do corpo bem definidos, tinha pensado até em algo assim, talvez longo, mas normal. Não aquilo! Grande e largo, cheio de veias, com a base maior ainda e uma cabeça robusta. Era realmente de encantar e amedrontar. E eu me vi ansiando saber como seria, como me sentiria quando estivesse dentro de mim.

Tentei desviar o pensamento, nervosa. Devia primeiro pensar em conhecê-lo, me sentir segura e amada. Só então me entregar ao sexo. Mas quem disse que eu conseguia ser racional perto dele? Era só fixar aqueles olhos azuis claros penetrantes em mim, que eu virava uma massa trêmula de sensações.

Devia ter aprendido com a vida a ser comedida, a me preservar mais. No entanto, sentia tudo tão intensamente, não conseguia me poupar, mergulhava de cabeça nas coisas. E desde que conheci Antônio estava desnorteada, completamente encantada por ele.

No dia seguinte, quando cheguei da faculdade e almocei, ele me ligou. Só de ouvir sua voz grossa e vigorosa, meu coração disparou, meu corpo todo reagiu e eu sorri sozinha, como uma boba.

- Oi, Cecília.

- Oi. – Murmurei, me jogando no sofazinho da sala, cheia de felicidade, de uma alegria profunda. E antes que pudesse me conter, confessei baixinho: - Senti a sua falta, Antônio.

Ele ficou em silêncio um momento. Então disse num tom mais rouco:

- Também senti sua falta. Quer jantar fora comigo hoje?

- Quero. – Sorri, muito feliz. – Quero sim.

- Passo para te pegar às oito da noite. Está tudo bem?

- Tudo.

- Já teve aula hoje?

Ficamos conversando banalidades, apenas para ficar ouvindo a voz um do outro. Mas ele tinha que voltar ao trabalho e desligamos.

Passei o resto do dia ansiosa, sem conseguir me concentrar em nada. Por fim desisti de tentar estudar e fui me cuidar. Fiz minhas unhas e massagem no cabelo. Queria ficar bonita e caprichei um pouco mais no visual, escovando os cabelos e me maquiando.

Escolhi um vestido azul marinho com cintura marcada e saia solta, caindo até o meio das coxas. E uma sandália rosa chá, delicada, de saltos, com uma bolsinha. Quando fui avisada de que Antônio estava lá embaixo, já andava ansiosa de um lado para outro e desci correndo.

Estava lindo como sempre, recostado em seu carro. Os cabelos negros estavam displicentes e usava jeans, blusa de malha por baixo e jaqueta de couro preta, com botas masculinas e brutas. Fitou-me com aqueles olhos azuis acesos que me faziam tremer por dentro e fiquei impressionada com sua masculinidade, com a força que emanava dele como uma força viva.

Sorri para disfarçar meu nervosismo ao parar à sua frente. Antônio nem piscava e na hora sua mão foi em minha cintura, puxando-me para ele, ainda recostado na porta do carro. Fitou meus lábios pintados de rosa e disse baixinho:

- Você é uma dessas mulheres que não gostam de borrar o batom quando vão sair?

- Não. – Passei minhas mãos em seu pescoço, adorando finalmente tocá-lo, feliz de verdade em estar ali.

REDENÇÃO AO AMOR - Livro 3 da Série Redenção.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora