Your Eyes • Dean Winchester → One-shot

Chapter Single

Eu ainda estou te olhando, desde que entrou aqui... Eu não estou acreditando. A mulher que eu mais amei no mundo. Numa cama de hospital. Entre a vida e a morte...

Mas não quero ainda falar das coisas más. Vamos falar tudo o que houve de bom?

Você. Você me fez enxergar que havia coisas no coração, que eu nem imaginava que poderia sentir... Você me fez enxergar o amor. A felicidade. Que eu poderia ser uma pessoa melhor, em meio a tudo que eu fazia. Você sabia de tudo. Das caças, da minha vida, tanto atual quanto anterior, e mesmo assim, confiou em mim. Mesmo sabendo que Eu não era confiável. Mesmo sabendo que eu poderia te deixar a qualquer minuto.

Mas... Eu não o fiz. Não te deixei. Você acendeu algo em mim. Você era tão perfeita, eu não te merecia. E mesmo assim, você continuou comigo. Me apoiando. Ajudando. Meu braço Direito, esquerdo, e qualquer outro que imagine. Para nós dois, apenas o nós bastava.

Tínhamos planos. Tantos planos... Formar uma família, e ser feliz pra sempre. Bem... Caçando, também.

E agora... Tudo acabado. Os sonhos. A família. A felicidade. Mas, não o amor. Eu te prometi, lembra? Na saúde e na doença. Até que a morte nos separe. Talvez muitos não acreditem.

"Dean Winchester? Casado? Amando alguém? Essa é nova."

Mas, eu realmente te amava. Te levei para o altar. Fiz os votos, e tudo mais. Bobby, Sam, Cass, e até o pinguim, estavam lá, de prova.

O seu Sim foi uma luz em minha vida. Me fez enxergar o mundo. Me deu a luz novamente. Eu mudei depois de você. Porque? Porque você me ensinou a mudar. Ver o mundo de outra forma. E você levava a mesma vida que eu! Mas, antes, era eu quem via o mundo do jeito que eu acreditava que ele era. Vazio. Frio. Escuro. Você veio e colocou alegria em tudo.

Mas... Está a tirando de mim. Não necessariamente você. Esta doença. Nós sabíamos que uma hora ou outra, você iria morrer. Eu só não queria acreditar. Meu sonho com você era lindo, eu não queria vir a realidade, sabendo que em um piscar de olhos eu poderia te perder. E o pior, é que você me fez prometer que eu não tentaria nada para te salvar.

Eu só estava te olhando. Como se fosse a primeira vez que te vi. Ou a última. Analisei todas as coisas que haviam ali.

Seus cabelos negros um pouco bagunçados, que sempre voavam ao vento quando andava em sua moto, ou grudados em seu rosto, quando estávamos suados depois daquela noite. Seus olhos, mesmo que não abertos, seu lindos e grandes olhos verdes intensos, que tanto me alegravam, como me repreendiam quando eu estava errado, tinham tanto poder sobre mim. Suas sardas em seu rosto, as quais você não gostava, mas eu achava simplesmente lindo em você. O seu sorriso, por mais que não estivesse ali, aquele sorriso que contagiava o mundo. Suas unhas pintadas num azul escuro, quase preto, sua cor favorita. Seus lábios rosados, e meio carnudos, aos quais eu me perdia de todas as formas possíveis.

Já ouvi que nada é pra sempre. E em alguns termos, eu realmente concordo. Há coisas que vêm e vão o tempo inteiro. Mas... O que eu sinto por você... Eu creio que não vai passar. É forte. Estou chorando enquanto falo. Não me aguentei. Eu não preciso ser forte o tempo todo, não foi o que me disse uma vez?

É curioso como pessoas passam pelas nossas vidas e deixam marcas profundas. Eu te conheci num bar. Foi sim, sexo no primeiro encontro. Dois bêbados, havia como algo dar certo? Não, claro que não. Muitas pessoas dizem que sexo no primeiro encontro é dar tchau pra uma vida com a pessoa. Mas, eu amei você. Te levei pro altar. Planejei uma vida. Você me marcou. Marcou fundo. Eu juro que não vou te esquecer.

Mas... Sempre me lembro do que mais me chamou atenção em você.

Seus olhos. Seus olhos verdes claros. Seus olhos eram tipo o mar. Eu me afogava nos oceanos verdes e intensos dela. Era incrível. Era tudo o que eu mais amava.

• • • •

Me retiraram da sala faz meia hora. Estou tão impaciente. Estou chorando também. Eu sabia do que se tratava. Mas não queria acreditar. Não mesmo. Vejo o doutor vir em minha direção. Ele tocou em meu ombro, e pediu que eu me sentasse, para ele poder falar.

- Pode falar, doutor. - digo, e escondo meu rosto, chorando baixo

- Ah... A hora de sua morte foi 02:34 da madrugada. Espero que entenda que não podemos fazer nada, seu estado estava muito avançado... - ele diz, tocando meu ombro.

Eu me derramei em lágrimas novamente. Meu maior pesadelo se tornou realidade.