Alicia Walsh é a caçula da família. Sendo a única menina entre dois irmãos, ela foi criada sob proteção intensiva. Agora, aos 23 anos, ela é quem está disposta a assumir o legado da família: a Walsh Publishing House, já que seus irmãos mais velhos n...
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ALICIA
Dentro do elevador eu checava minha maquiagem no espelho de uma das paredes de aço antes de encarar mais um dia na empresa. Escolhi um batom cor de uva para chamar atenção para os meus lábios enquanto minhas roupas tinham um tom neutro, fazendo um belo contraste. Alisei minha saia lápis preta e que fazia conjunto com meu blazer por cima de uma blusa marfim de seda. Ajeitei meus longos cabelos castanhos e fiquei satisfeita com o visual naquela manhã. Ouvi o toque do elevador avisando que estava chegando ao meu andar e girei nos calcanhares e saí daquela caixa de metal.
A atmosfera da empresa era onde eu me sentia bem. Secretárias atrás de suas mesas com olhares concentrados nos monitores à sua frente, homens de terno de um lado para outro sempre com pressa e correndo contra algum prazo final, a sinfonia de toques de telefone a todo momento e por fim, o silêncio do corredor que dava para a vice-presidência. Há seis meses meu pai confiara em mim para este cargo tão importante e eu me sentia lisonjeada. O mais engraçado era ver a expressão no rosto de todos aqueles homens machistas que acreditam que uma mulher não daria conta e muito menos a filha de Anthony Walsh, a princesinha mimada. Por mais que meu pai tivesse me criado com as melhores condições que uma garota poderia ter, ele sempre fora muito firme quando o assunto era sua empresa, portanto, não bastava apenas seu uma Walsh para conseguir a vaga, era preciso competência e desde que saí de Yale, eu tinha conseguido meu lugar ao sol e eu adorava ver a cara dos acionistas e diretores quando eu provava que tinha capacidade para estar ali.
— Olá, Lorraine. – cumprimentei minha secretária assim que ultrapassei as portas duplas de madeira – Algum recado para mim?
Lorraine Marshall era uma excelente secretária de vinte e oito anos, com cabelos ruivos presos quase sempre em um rabo de cavalo impecável e algumas sardas no nariz. Ela tinha se tornado meu braço direto desde que eu tinha ido para a vice—presidência.
— Bom dia, Srta. Walsh. – ela desviou o olhar do monitor – O Sr. Walsh pediu para que você fosse até a sala dele assim que chegasse.
— Tudo bem. Obrigada.
Entrei em meu escritório e assim que fechei a porta atrás de mim, senti o meu celular vibrar dentro da bolsa. Coloquei—a sobre a mesa de madeira assim que me aproximei. Eu adorava minha sala. Era neutra, com poltronas de couro vinho e um sofá de dois lugares do mesmo material. Uma divisória com várias colunas de madeira separava a entrada do resto da sala, logo atrás do sofá. As paredes eram claras e o chão todo coberto por um carpete cor de areia. Atrás da mesa, uma estante de madeira avermelhada e do lado esquerdo a imensa janela que mostrava boa parte de Nova York. Para mim, essa sala era extremamente aconchegante, como deveria ser, já que eu passava várias horas aqui.
Peguei o meu celular dentro da bolsa e vi uma mensagem de Ryan acesa na tela de bloqueio. Usei minha digital para desbloquear a tela e ver o conteúdo completo.
