13. você deve me permitir...

Start from the beginning
                                    

Pfff, você é muito mais importante do que ela, querida. Só venha para casa.

Alia sorriu sem vontade e encerrou a ligação. Ela deixou o bilhete em cima da escrivaninha, próximo ao livro de pacote azul que o Sr. Henderson comprou de presente de casamento para Jane na livraria da Sra. Mendez, e pegou a mala.

Dando uma última olhada no quarto, Alia suspirou. Era a coisa certa a ser feita.

---

O Sr. Henderson subiu os degraus e suspirou aliviado ao chegar ao calmo e silencioso segundo andar.

Todos estavam enlouquecendo no gramado. Carol não parava de falar sobre as flores, o vestido de Jane, os arranjos das madrinhas e da inépcia dos garçons. Rupert, Edward e o tio Tom eram incapazes de entrar num acordo sobre a melhor champanhe que deveria ser servida dali a poucas horas. Christine, a mãe de May, ajudava os assessores de Jane e Edward a enganar os jornalistas, servindo suco e tentando bloquear a visão dos mais ousados, que esticavam os pescoços para espiar as preparações.

Apesar da cerimônia estar organizada para o pôr do sol, eles não tiveram tempo de checar tudo. Jane contratou um time inteiro de organizadores de casamentos, mas a família possuía a necessidade básica de se sentir útil, correndo para cima e para baixo do gramado como se a cerimônia fosse começar dali a dez minutos, e não no final do dia.

Foi um alívio encontrar a casa vazia, sem sinal algum de agitação. O Sr. Henderson girou a maçaneta do quarto deles e riu para si mesmo, fechando a porta e balançando a cabeça.

— Você não vai acreditar nisso, mas um dos organizadores do casamento encontrou Dylan e May transando debaixo de uma mesa e... Alia?

O Sr. Henderson franziu o cenho para a cama desarrumada e as portas abertas da sacada. Ignorando a vontade súbita de estender os lençóis, ele esticou o pescoço para o banheiro. A porta estava aberta, mas não havia sinal de Alia. Será que ela desceu?

— Alia?

Sem resposta. Ele se aproximou da escrivaninha de mogno e viu o bilhete preso pelo pacote azul. Franzindo o cenho, O Sr. Henderson pegou a nota, reconhecendo imediatamente a caligrafia firme e simples dela.


Sinto muito, mas precisei ir. Conversamos em NY.

– A.


O sr. Henderson leu o bilhete novamente, girando o papel entre os dedos. O que aquilo deveria dizer? Os lençóis bagunçados o chamaram, mas ele os ignorou outra vez. Conversamos em NY. Ela estava indo embora? De repente, ele soube o que fazer.

Evitando olhar para a cama, o Sr. Henderson pegou o presente, o bilhete, as chaves do carro e saiu do quarto. No gramado, ele ignorou os garçons, organizadores e o chamado de Rupert para que ajudasse a escolher a champanhe, só parando ao chegar no carro.

— Ei, camarada, está com pressa?

A voz alegre de Sagger o impediu de abrir a porta. O Sr. Henderson se virou para os amigos. Zelda franziu o cenho, quase como se percebesse algo errado. Ele ergueu o bilhete e perguntou:

— Vocês viram Alia hoje?

— Não, querido — disse Zelda. — Acabamos de chegar. O quê...

— Ela foi embora. Voltou para Nova York — interrompeu ele, confuso. Finalmente, tomado por determinação, perguntou: — Para onde você iria se quisesse ir embora, mas não tivesse carro?

Cláusula de Amor | ✓Where stories live. Discover now