Prólogo

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Por que existimos?

Dizem que nas épocas mais difíceis os homens recorrem a sua fé, ou a soluções mágicas. Talvez, dependendo de quão sombrios esses tempos sejam, alguns homens optem por ambos.

Esconder-se sob a religião sempre foi o caminho mais fácil para aqueles que não sabem lidar com as situações. É fácil pedir por um milagre e esperar sentado por uma solução. Evita conflitos e grandes envolvimentos. Da mesma forma, é essencialmente simples pedir por soluções mágicas e recusar-se a acreditar em magia.

Nada muito surpreendente, na verdade, especialmente não quando se considera o quão hipócrita a humanidade pode ser.

Ouvi uma vez que “quem é seguro, não se segura em nada”, o fato é que, nunca houve, e provavelmente nunca haverá, uma única criatura nesse mundo completamente segura de si.

O que podemos fazer é seguir em frente, na esperança de que, algum dia, uma alma torne-se boa e determinada o suficiente para lutar por um mundo melhor, sem importar-se com seu passado, presente ou futuro.

Talvez, um dia, exista uma alma altruísta o suficiente.

Não ouso pensar que essa é minha função no mundo.

Não.

Eu não tenho alma.

A promessa de uma vida após a morte nunca me foi dada.

Eu fui criada por mãos humanas, e por elas será dado meu fim. Um fim único, sem “se”, sem dúvidas, sem arrependimentos ou saudosismo.

Eu não sou ninguém.

Em minha vida, se é que posso me dar o luxo de chamá-la assim, vi homens brincando de deuses, dando e tirando a vida quando bem lhes era conveniente, homens lutando como feras, a fim de sobreporem-se uns aos outros.

O fato, para mim, é que não passam de bestas vis e dotadas de pouco conhecimento ou sabedoria.

Infelizmente, minha opinião não importa.

Eu não fui criada para pensar. Questionar não é parte de quem eu sou.

Então, para que existo?

A-LIIWhere stories live. Discover now