Por que existimos?
Dizem que nas épocas mais difíceis os homens recorrem a sua fé, ou a soluções mágicas. Talvez, dependendo de quão sombrios esses tempos sejam, alguns homens optem por ambos.
Esconder-se sob a religião sempre foi o caminho mais fácil para aqueles que não sabem lidar com as situações. É fácil pedir por um milagre e esperar sentado por uma solução. Evita conflitos e grandes envolvimentos. Da mesma forma, é essencialmente simples pedir por soluções mágicas e recusar-se a acreditar em magia.
Nada muito surpreendente, na verdade, especialmente não quando se considera o quão hipócrita a humanidade pode ser.
Ouvi uma vez que “quem é seguro, não se segura em nada”, o fato é que, nunca houve, e provavelmente nunca haverá, uma única criatura nesse mundo completamente segura de si.
O que podemos fazer é seguir em frente, na esperança de que, algum dia, uma alma torne-se boa e determinada o suficiente para lutar por um mundo melhor, sem importar-se com seu passado, presente ou futuro.
Talvez, um dia, exista uma alma altruísta o suficiente.
Não ouso pensar que essa é minha função no mundo.
Não.
Eu não tenho alma.
A promessa de uma vida após a morte nunca me foi dada.
Eu fui criada por mãos humanas, e por elas será dado meu fim. Um fim único, sem “se”, sem dúvidas, sem arrependimentos ou saudosismo.
Eu não sou ninguém.
Em minha vida, se é que posso me dar o luxo de chamá-la assim, vi homens brincando de deuses, dando e tirando a vida quando bem lhes era conveniente, homens lutando como feras, a fim de sobreporem-se uns aos outros.
O fato, para mim, é que não passam de bestas vis e dotadas de pouco conhecimento ou sabedoria.
Infelizmente, minha opinião não importa.
Eu não fui criada para pensar. Questionar não é parte de quem eu sou.
Então, para que existo?