─ Aí está o problema, não consigo, eles não deixam, me evitam... menos a Clara.

─ Insiste, nada é impossível quando se quer de verdade.

─ Mamãe? ─ ouço a voz alegre do meu filho e me viro o olhando. Eric o carregava no alto e ele gargalhava, ele bateu os bracinhos e riu abertamente. ─ Sou um passalo!

─ Uma águia! ─ Eric o corrigiu também sorridente.

─ Ele está crescendo tão rápido... ─ Jéssica comenta baixinho o olhando. ─ E cada dia que passa se parece mais e mais com você, em tudo.

─ Só os cabelos que estão ficando claros, igual o desgraçado do pai ─ sussurro indignada. 

─ Infelizmente o pai do Luquinhas é aquele desgraçado, querendo ou não ele irá puxar algo dele.

─ Infelizmente ─ suspiro. ─ Jéssica?

─ Oi?

─ Acha que ele ainda se lembra de mim? Que pensa no que fez comigo?

─ Acho que sim... não sei, mas eu espero que ele não se lembre, que ele não procure e nem pense, ele vai pagar, vai sim.

─ Será que ele tem família?

─ Capaz ─ ela diz e me encara, toma minhas mãos nas suas. ─ Para de pensar nele, superamos isso juntas, se lembra?

─ Lembro, desculpa.

─ Vem, vamos arrasar na nossa dança e mostrar pra Eric que as panteras que mandam aqui ─ me puxa pela mão e vamos pro centro da sala.

Ela coloca uma música animada e nós dançamos de forma engraçada junto de Lucas que pula, e logo Eric se junta conosco e fazemos nossa festa maluca. Gargalhamos e dançando, e no final, nós quatro estávamos mega cansados e na sala comendo pizza com refrigerante, mas em vez de refrigerante, Jéssica tinha optado por vodca.

─ Essa pizza é uma maravilha ─ Jéssica afirma rolando os olhos.

Naquele instante só pude imaginar se os trigêmeos provassem dessa pizza, minha nossa, ela era magnífica, literalmente. Não sei porque pensava tanto no gêmeos, mas eles já haviam tomado conta do meu dia até mesmo quando não estava com eles.

Eles eram crianças espetaculares, de certa forma, mas também já haviam sofrido muito.

─ Papai iria amar essa pizza ─ Eric comenta mordendo seu quarto pedaço.

─ Mamãe? ─ Lucas me chama ao meu lado e me viro o fitando. ─ Eu tenho papai? 

Meu coração para de bater um minuto, meu corpo todo fica imóvel e minha garganta seca. A sala fica em silêncio, os olhos curiosos de Lucas me analisam, e eu? Estou sem reação nenhuma.

Como responder isso pro seu filho de três anos? As palavras engataram em minha garganta e eu abri e fechei a boca diversas vezes.

─ Tem! ─ Jéssica diz por mim. 

─ E cadê ele, titia?

─ Ele é uma estrelinha... ─ digo rindo nervoso.

─ Uma estelinha? ─ Lucas me olha confuso. ─ Que brilha lá no céu?

Confirmo rindo nervosamente.

─ Todos os papais são estelinhas

─ O do Eric e o seu sim porque vocês dois são especiais...

─ Como eu faço pra vê o meu papai? ─ sua pergunta faz meus olhos se encherem de água.

─ Qualquer dia a mamãe te leva pra ver o papai? Tá bom? Mas agora vamos pra cama, já está tarde.

─ Tá bom, mamãe ─ ele estica seus bracinhos pra mim e boceja.

O agarro nos braços e aperto seu corpo frágil contra o meu sentindo seu cheiro gostoso de criança pequena, ele me aperta e enfia seu rosto em meu pescoço. O levo pro banheiro onde ele toma um banho e escova os dentes e depois vamos juntos pro quarto, coloco um pijama nele, ligo o ventilador e me deito do lado dele.

─ Mamãe? ─ ele me chama baixinho.

─ Oi, meu anjo ─ acaricio seus cabelos macios.

─ Por que meu papai é um estelinha? ─ indaga abraçando seu ursinho.

─ Porque você é especial, você veio do céu, é meu anjinho, meu anjo da guarda.

─ Sou um anjinho? 

─ Sim.

Ele fica em silêncio, aquilo me quebra por dentro.

─ Mamãe? 

─ Oi ─ sussurro olhando o teto.

─ Te amo ─ ele diz e se vira me abraçando. ─ Você e o papai.

─ Eu também te amo, muito.

Ele se aconchega em meus braços e o assisto pegar no sono, cansado. Acaricio suas bochechas alvas e rosadas e me recordo de tudo, desde o princípio, quando ele era apenas um bebê concebido em uma má hora em minha barriga.

Me recordo de como descobri ele, sentada no chão do banheiro da escola, com aquele teste de gravidez positivo que me tirou o sono durante meses. 

Não o aceitei naquele tempo, pensei em fazer besteira, mas ele não tinha culpa, ele era uma vida, uma pequena vida que se tornou a minha hoje em dia. 

Quando o segurei em meus braços pela primeira vez só eu sei exatamente a felicidade extrema que senti, mal sabia que segurava minha vida em meus braços.


REV


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Oi, galera de cowboy! Tudo bem com vocês? Se sim, ótimo, se não, vamo animar, bota logo um rei da cacimbinha pra ouvir no youtube e vamo dançar! 

Eu estou de computador! Sim! Meu papi querido rei dos reis me deu meu presente de aniversário beeeem adiantado, mas estou sem celular, Heitorzinho jogou no chão e quebrou. Enfim, agora ficou ótimo pra escrever, porque como vocês sabem, odeio escrever por celular.

Vim agradecer imensamente por todos os comentários, todos os votos, e vocês não tem noção do quanto fico feliz em ver que Meritíssimo, mesmo com tão pouco tempo, cresceu tanto! Eu agradeço de coração, espero que se emocionem muito e gostem cada vez mais, ainda tem muito por vim!

Quando à um comentário que eu li, sobre a atitude de Isabella com os trigêmeos, eu vim responder: Não sou mãe, digo, não biologicamente, mas de criação eu sou mãe do meu sobrinho que passa metade do tempo dele comigo, inclusive até me chama de mãe, eu o vi crescer desde a barriga e cada dia eu me surpreendo mais e mais em vê-lo crescer e se desenvolver: aprendeu até a dar tchau, a coisa mais linda do mundo. Os trigêmeos são crianças difíceis de se lidar, porque eles simplesmente não querem receber amor e carinho. Não é porque Isabella não quer dar isso à eles, mas simplesmente porque eles não querem, eles passaram todo esse tempo sozinhos e privados desse tipo de carinhos que acabaram se trancando.

Isabella tenta compreender eles, mesmo sendo difícil. Mas isso não quer dizer em momento algum que será impossível.

Aguardem... nada de tirar conclusões precipitadas, a história mal começou.

Hoje ainda tem mais capítulos! Beijos <3


Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now