- A Bruna? – Falei surpresa. Nesse meio tempo, ela não falou comigo e eu também não falei com ela, estava realmente buscando meu tempo, mesmo com toda saudade que eu estava sentindo. – Você tem falado com ela?

- Sim, ela conversa comigo as vezes. Ela me disse que você brigou com ela.

- Eu não briguei com ela.

- Ela disse que brigou, mas ela está sempre perguntando por você, como as coisas estão, essas coisas. Mãe, a Bruna não tem família, ela é igual a Rose. – Sim eu sabia, e por mais que eu não quisesse pensar, eu queria saber como ela passaria o natal.

- Veja com suas tias, Kat e Michele, se elas permitirem você pode chamar a Bruna.

- Michele disse que tudo bem, acho que tia Kat não se importaria.

Eu tentei não pensar no fato de que Bruna iria comparecer a nossa ceia de natal, cozinhava com Michele, enquanto Helena e Kat assistiam Dirty dance, ritmo quente. Quando a campainha da casa tocou, Michele me olhou rindo.

- O quê?

- Você não quer abrir?

- Não. – Sim eu queria sair correndo para abrir e vê se era Bruna, mas decidi não fazer, continuei focada em cortar legumes.

- Vou fingir que acredito em você. – Michele riu de mim, eu tentava ao máximo não olhar para a sala, mas meu olhar era naturalmente atraído para lá.

- Nossa, a produção de comida está a todo vapor aqui. – Rose apareceu na cozinha.

- Oi Rose. – Dei dois beijinhos no seu rosto. Ela achava graça, porque dizia que era costume de carioca. – Como você está?

- Bem, e você? – Ela lavou as mãos e veio me ajudar a corta os legumes.

- Estou bem. Como foi seu dia no trabalho?

- Um pouco cansativo, quase pensei que teria que fazer plantão.

- Nossa você trabalhou três dias direto.

- Eu sei, mas eu pensei que o outro delegado iria inventar uma desculpa para não comparecer.

- Ainda bem que ele foi.

- Sim, mas ano novo eu vou ter que trabalhar.

- Nós vamos para o litoral do Rio. – Michele avisou.

- Sério?

- Kat não falou com você?

- Espera, esse nós inclui eu e meus filhos?

- Claro, vocês são nossa família. Júlia, Kat tem estado tão feliz com todos vocês por perto, isso as vezes me deixa um pouco triste, porque quando a conheci ela ia voltar para o Rio, mas desistiu para morar aqui comigo.

- Tenho certeza que minha irmã não se arrepende disso.

- Concordo com a Júlia. – Rose terminou de cortar os tomates. – Quer um?

- Quero. – Eu abri a boca e ela me deu um pequeno pedaço.

- Boa noite! – Virei para a porta e Bruna estava parada com algumas sacolas.

- Ah você deve ser a Bruna. – Michele limpou as mãos e foi cumprimenta-la. Ela era muito receptiva, muito mesmo, as vezes eu me sentia em casa por causa dela, não que Kat não fosse, mas Michele estava aposentada e passava o dia inteiro comigo, me ajuda com algumas coisas, até mesmo a costurar. O que descobri da vida dela, é que ela foi criada para ser a perfeita dona de casa, sabe cozinhar, bordar, lava, passa e simplesmente não reclama, seus pais ficaram decepcionados quando ela assumiu sua sexualidade, eles aceitaram bem, até ela dizer que iria se casar, depois disso as coisas entre eles nunca mais foram as mesmas. Eu não entendia em como ela podia estar agindo estranho, agindo como se tivesse traindo, ela passava mais tempo em casa que a própria Kat. – Eu sou Michele, parceira da Kat.

A amante do meu marido (Romance lésbico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora