Erros

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Capitulo 1 - Erros

O lado bom e o lado ruim de ser filho único? É bem isso, sou filho único. Sempre tive tudo dos meus pais, menos atenção deles. Sou filho de uma juíza e um cirurgião geral. Os dois sempre estão mais em seus trabalhos que em casa comigo. Na escola eu sou estranho, sou aquele aluno que só faz merda, mas tira notas boas. Bem só esse ano já passei por 3 escolas diferentes, sempre arranjo algo pra ser. A primeira eu quebrei a perna traseira do lado esquerdo e da frente do lado direito, da cadeira da professora de matemática, ela caiu que nem um hipopótamo mergulhando. Na segunda eu coloquei elásticos com balões de tinta presos neles dentro das gavetas da mesa da professora de inglês, foi a festa, ela além de vermelha de raiva ficou azul, verde e preto, todos riram, e eu fui expulso de novo -risos-
E na terceira, eu fiz uma escultura de um pinto penetrando uma vagina, todo detalhado, todo colorido, e pendurei na faixada da escola, e ainda dei um banho de tinta no carro do treinador de futebol da escola (velho desgraçado).

  
Bem e agora estou aqui na direção esperando minha mãe sair da sala do diretor.
Quando minha mãe sai da sala do diretor, ela nem me olha, somente sai e faz sinal com a mão para mim seguir ela.
Dentro do carro já saindo do estacionamento da escola minha mãe continua sem nem olhar, apenas começa a falar.

-Pode me dizer qual o seu problema Eaton? Esse é o terceiro colégio ao qual você é expulso por fazer alguma coisinha dessas, e você mais que ninguém sabe que qualquer deslize é questão de expulsão não é?! Porque não usa essa energia que tens para aprontar, para o seu bem?  Isso iria ser ótimo para todos. – Ela me dizia tudo isso sem ao menos tirar os olhos da estrada. Estávamos já quase chegando ao prédio onde morávamos.

-Sabia que essa sua faminha infantil esta se espalhando? Daqui uns dias nem colégio públicos irão querer ter você como aluno. – já estávamos dentro da garagem do nosso prédio indo em direção ao elevador.

-Eu irei conversar com teu pai hoje. E discutiremos sobre oque fazer contigo. – já estávamos a caminho do 6° andar do prédio.

-Bora estudar aqui em casa então, sem problemas e acho que aqui não posso ser expulso, assim eu acho né não mãezinha. – eu digo abrindo a porta do apartamento e me virando para ver minha mãe com a mãe segurando a porta do elevador.
-Hã!!! – é somente isso que escuto antes dela adentrar novamente no elevador e descer novamente.

 
Eu entro no apartamento e vou direto para o meu quarto, jogo minha mochila em qualquer canto visível e me jogo na cama. Mas logo me levanto ligando minha SmartTv, pondo alguma musica pra tocar e aumento o máximo do volume. Logo depois sinto meu celular vibrar no meu bolso, e no visor tem a foto da pessoa que mais suporto e amo na vida.

-Fala rapariga!!! – Digo meio gritando.

-desgraçado, abaixa essa musica. – Juli, minha melhor amiga desde sempre diz meio alto do outro lado da linha.

E assim faço pego o controle e abaixo o volume da televisão.

-Está bom assim? – Pergunto sarcasticamente.

-Ótimo! Então já sabes qual é o próximo colégio? – Ela pergunta já sabendo o desfecho da minha bela escultura.

-Nem sei, a mãe disse que iria conversar com o pai hoje sobre isso. – Digo me jogando novamente na cama.

-Vishi! Então vem coisa feia ai Eaton. – Ela gargalha do outro lado da linha.

-Nem me esquento mais... Mas eai bora patinar? – Pergunto entusiasmado.

-Lago ou parque? – Ela pergunta demonstrando animação na voz.

-Parque!!! Lago já fomos semana passada toda, e tu nem viu mais o seu fudidor mental, sua desgraça. – Digo tentando ofender ela, que claro não da certo.

-Ai viado, mais eu te arranjei um pega muito dos bons. – Ela diz me fazendo lembrar do cara que ela me jogou pra cima dele (literalmente gente). Okay não posso negar, valeu muito a pena. Rio!

-Okay, to pegando meus patins e indo ai. – Desligo tudo e logo desço.

Juli morava no prédio ao lado, então era muito perto. E geralmente nos íamos e voltávamos da escola juntos de patins. Conheço ela desde sempre, e essa mania dela me jogar pra cima dos outros quando estamos andando é comum dela, como algum tipo de charme (que quase sempre da certo!)

-Viadooooooooo. – Escuto ela gritando comigo assim que me vê na portaria de seu prédio.

-Boa tarde Seu Antônio. – Eu comprimento primeiro o porteiro do prédio, fingindo que nem vi ela ali.

-Puta. Vai me deixar falando sozinha? – seu Antônio é só risada com a gente. Ela me da um tapa na cabeça oque faz eu xingar muito ela, e faz seu Antônio rir ainda mais.

- Ai biscate. Vamos logo, quero correr. – Digo puxando ela pelos braços. – Boa tarde seu Antônio, ate mais. – me despeço do porteiro e rumamos a rua, já com nossos patins em nossos pês.

Ela tentando me jogar pra cima dos caras, eu tentando jogar ela na grama que estava um pouco molhada da chuva dessa noite, só pra me vingar dela. Ate quando eu sinto meu celular vibrando no bolso de trás da minha bermuda. Olho no visor e estar escrito MÃE.

Descobrindo o Costa Sul (Romance Gay)Where stories live. Discover now