- Cala a boca, e me da logo essa merda - ela disse perdendo a cabeça com o comentário do marido.

Sorrindo ele entregou o biquíni para ela, que ficou o encarando por minutos perturbadores, esperando ele vira-se para que ela se vestisse mais a vontade. Mas parece que o piloto não a entendeu, já que continuou encarando apenas o rosto dela.

- Então, Jorge, dá pra você virar?

- O que? - ele perguntou confuso.

- Virar, quero que você vire-se para eu me vestir- ela falou como se fosse óbvio, e Jorge deu uma pequena gargalhada, a deixando confusa.

- Por deus, Sílvia, eu já te vi assim inúmeras vezes, e em situações bem mais embaraçosas que essa, então deixa de frescura e veste logo essa merda.

Ela não queria discutir, então vestiu-se, sobre o olhar do marido, que ria da timidez da esposa.

(...)

- Pensei que não voltariam nunca - Luna comentou ao ver os amigos aproximando-se do local onde estavam.

Silvia e Jorge permaneceram em silêncio, assim como foi o caminho de volta, sem nenhum dos dois falarem absolutamente nada, ambos se sentiam desconfortável com a presença do outro.

- Estavam bem se pegando - Felipe disse, observando o casal que sentaram-se distante um do outro.

- Esses dois não pegam nem gripe - disse a loira, fazendo com que o piloto bufa-se.

- Vou da um mergulho - Jorge falou levantando-se - alguém vai?

- Eu vou - Felipe respondeu levantando-se também - você vem amor?

- Não, preciso ter uma conversa com a Silvia.

- O que você quer conversar comigo? - a castanha perguntou enquanto observava o marido adentra as águas.

- Quero te pedir desculpas por ter sido tão fria com você, mais é que eu realmente não consigo entender seu lado - disse a loira aproximando-se ainda mais da amiga.

- Eu sei, eu me comportei como uma vadia.

- Não, só foi um beijo... Que por acaso eu também considero traição, mas você não é uma vadia, talvez essa nova Silvia goste de beijar outros caras sem ser o marido.

- Hey! Eu só estou confusa - disse a castanha dando um soco no ombro da amiga.

- Se toda mulher confusa for beijar o primeiro cara que aparecer na sua frente, coitado dos homens -  a loira disse, e recebeu um olhar assassino da amiga.

- Não vamos mais falar sobre isso, vamos esquecer esse beijo - Silvia disse.

- Ok gorda.

- Gorda?- a castanha perguntou confusa.

- Sim, é seu apelido de infância, seu pai que botou - Luna explicou.

- Meu pai - ela repetiu pensativa, até agora, ainda não o conhecia, não fazia a menor ideia de como ele era - eu ainda não o conheço.

- Você conhece, só não lembra dele.

- Como ele é?- Silvia perguntou curiosa.

- Ele é incrível, bonitão, educado, e muito ciumento - a loira disse, dando uma pequena gargalhada.

- Ciumento? Como assim?

- Ciumento - ela deu outra gargalhada, deixando a castanha confusa - teve uma vez, que nossa, é de morrer quer que eu te conte?

- Claro, você assim já ta me deixando curiosa.

- Bom, quando estávamos na faculdade, no final de cada semestre, sempre dávamos uma festa e bom, todos já tinham dado uma festa em casa, menos você, então tudo pareceu conspirar a seu favor, seus pais tiveram uma viagem para fazer, e você aproveitou a ausência deles, e deu uma festa, até ai estava tudo perfeito, se não fosse o fato dos seus pais terem voltado três horas depois de começarmos a festa, ainda me lembro da cara que o Luíz fez quando chegou em casa e viu um monte de adolescente bêbados em sua casa, eu e o Felipe estávamos no início da escada, quando vimos ele subindo a escada furioso e o seguimos, quando a gente chegou no final da escada já dava pra escutar os gemidos vindo do seu quarto.

Memory • Parte IWhere stories live. Discover now