Capítulo Um

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Maressa POV

Dois anos antes...

E infelizmente se acabaram as minhas ferias de Julho. Eu amava estudar, mas odiava a escola. Cheio de garotas metidas que só ligavam para beleza e garotos idiotas que só ligavam em pegar as tais meninas metidas. E eu sou aquela que eles consideravam "a nerd".

Levantei sonolenta da cama e fui cambaleando até o banheiro, que ficava no final do corredor, pois o meu quarto era o de hóspedes. Morava com meus pais na casa dos meus avós maternos. Decidimos morar com eles pois estavam ficando muito idosos e sozinhos. Por isso eu não tenho um banheiro só meu, o que é uma droga.

Tomei meu banho, voltei para o quarto e me arrumei. Rabo de cavalo, óculos e um vestidinho florido que achei no armário. Peguei minha mochila, que estava extremamente pesada por causa dos livros, que eu acho que eu sou a única que leva todos.

Fui tomar meu café e lá estava minha mãe. Ela era tão linda, tinha os cabelos ruivos como os meus, olhos azuis tão claros quanto água e um corpão de dar inveja. Já eu era tão magra quanto um palito de dente e tinha os olhos em um tom de verde tão escuro que pareciam musgos de um pantano.

-Oi minha princesa, dormiu bem?- ela perguntou assim que me viu.

-Oi mãe, na verdade não, tive um sonho estranho.- disse enquanto me sentava na mesa me lembrando do sonho.

Naquela noite sonhei que estava em uma festa, com supostas "amigas" que eu nunca tinha visto e eu estava bebendo e fumando, coisas que eu odiava, mas no sonho eu estava me divertindo muito.

-Quer me contar?- minha mãe se sentou ao meu lado.

-Não mãe, tudo bem.- dei um sorriso e ela me retribuiu. Se levantou, me deu um beijo na testa e foi para o seu escritório para arrumar sua coisas para ir trabalhar. 

Ela era advogada, e não é querendo me gabar mais ela é uma das melhores, se não a melhor. Em seus dez anos de carreira já ganhou doze processos e só perdeu dois. Já meu pai, é arquiteto.

Eles se conheceram justamente quando meu pai precisou de um advogado para tirar meu tio Estevam da cadeia. Ele tinha se envolvido em uma briga de trânsito, infelizmente foi com um policial. Ele tinha, digamos, o pavio curto.

-Maressa! Rebecca! Vamos!- era o meu pai chamando eu e minha mãe para irmos. Só tinhamos um carro, não por falta de condições, mas por opção, e íamos todos os dias juntos.

Peguei minha mochila e uma maçã para comer no caminho. Sai de casa e minha mãe veio logo atrás correndo. Ela sempre vivia atrasada.

Meu pai me deixou na escola. Eu estava na oitava série, eu já tinha várias expectativas para o ensino médio. Logo avistei Luana, minha única amiga, minha única colega. Nós éramos amigas de infância, nunca nos separamos e nunca vamos nos separar.

-Você não sabe quem me chamou para ir na festa da Ashiley.- Luana veio falando comigo saltitando e dando gritinhos. Ashiley era uma das patis da escola e vivia fazendo festas, para quais eu nunca era convidada, pelo simples fato de ter derramado achocolatado em seus lindos cabelos loiros na terceira série.

-Quem?- perguntei fingindo estar curiosa, mas por dentro não ligava muito. Odiava festas e garotos, eram todos idiotas, sem exceções.

-O Bryan.- ela deu um grito que provavelmente estourou um dos meus tímpanos.

Ela era apaixonada com o Bryan desde a primeira série, quando ele pegou o lápis dela que havia caído no chão. E desde então ela acha que eles foram feitos um para o outro. Eu acho isso uma grande bobagem.

-Que bom amiga!- falei dando um gritinho e fingido animação.- Agora ele pode usar seu coraçãozinho como saco de pancadas.- desfiz minha expressão de animação e apertei o seu queixo.

-Credo sua amarga. Nem pra fingir que se importa.- Luana soltou um suspiro de decepção.- Afinal, qual o seu problema com os garotos?- ela me encarou, como se pudesse ler meus pensamentos.

Ignorei sua pegunta e fui andando pra sala de aula. Eu não tinha nada contra os garotos. Eu nunca nem se quer tive amizade com algum. 

Entrei na sala, só faltava alguns minutos para bater o sinal. Arrumei minhas coisas na mesa, peguei um livro que estava lendo há alguns dias e comecei a ler. Se tinha uma coisa que eu amava era ler. Lia um livro a cada semana e tinha uma vasta coleção em meu quarto.

-Vou fingir que você não ignorou minha pergunta e vou fingir também que você não tem algo contra os garotos, mas só porque sou sua amiga.- era Luana atrapalhando minha leitura. 

Não deu nem tempo de responde-la, pois o professor de inglês já havia entrado na sala.

*********

As aulas aquele dia foram ótimas. Vou conseguir voltar a forma rapidinho. Como meu pai e minha mãe trabalhavam no horário em que eu saía da escola eu voltava de ônibus, pois minha casa ficava um pouco longe da escola. Peguei o ônibus e fui o caminho todo escutando música e lendo aquele mesmo livro de antes.

Quando chegou no ponto perto da minha casa, eu desci, mas no mesmo ponto que eu desci entrou um garoto que me chamou a atenção. Ele tinha olhos verdes como esmeralda, cabelos pretos, era alto e másculo. Uma verdadeira obra de arte. Fiquei alguns longos minutos no ponto me lembrando do garoto. Eu nunca tinha me sentido assim com menino nenhum.

Saí de meus devaneios e fui para casa. Meus avós não estavam em casa quando cheguei, mas minha vó tinha deixado o almoço pronto. Nem subi para o meu quarto, fiquei ali na cozinha e almocei de uma vez. Tinha arroz, feijão, bife, batata frita e salada. Estava tudo muito bom. 

Lavei meu prato quando terminei e subi para o meu quarto para estudar. Queria fixar algumas matérias de hoje.

Trim trim 

Meu telefone tocou após uns trinta minutos. Era Luana.

-Oi Lu. Que foi?- perguntei.

-Vamos tomar sorvete daqui a pouco?- ela perguntou alegre de mais para o meu gosto.

-Não vai dar. Pretendo estudar a tarde toda hoje.- falei e consegui ouvir ela bufar.

-Credo sua nerd!- ela falou meio irritada.

-Nerd que vai fazer uma ótima faculdade e vai ficar rica.- falei revidando o seu insulto.

-Aff. Deixa pra próxima então...- ela nem disse tchau e deligou o telefone. Se dependesse da Luana a gente nunca iria parar em casa de tanto que ela gosta de sair.

Coloquei meu telefone no silencioso e voltei a estudar.

Garotos, Sexo e Drogas.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant