Capítulo 1

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Era uma vez um menino maluquinho.

Ele tinha o olho maior que a barriga.

Tinha fogo no rabo.

Tinha vento nos pés.

Umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo)

E macaquinhos no sótão (embora nem soubesse o que significava macaquinho no sótão)

Ele era um menino impossível!

Ele era muito sabido ele sabia de tudo a única coisa que ele não sabia era como ficar quieto.

Seu canto

Seu riso

Seu som

Nunca estavam onde ele estava.

Se ele quebrava um vaso aqui

Logo já estava lá

Ás vezes cantava lá

E logo estava aqui.

Pra uns, era um uirapuru

Pra outros, era saci.

Na turma em que ele andava ele era

O menorzinho

O mais espertinho

O mais bonitinho

O mais alegrinho

O mais

Maluquinho.

Era tantas coisas

Terminadas com inho

Que os colegas não entendiam

Como é que ele podia ser

Um companheirão.

Se ele perdia um caderno no colégio

(e ele perdia um caderno todo dia)

Era fácil encontrar seu dono

Seu caderno era

Um dever e um desenho

Uma lição e um versinho

Um mapa e um passarinho

"Esse caderno só pode ser do menino maluquinho"

A melhor coisa do mundo

Na casa do menino maluquinho

Era quando ele voltava da escola

A pasta e os livros

Chegavam sempre primeiro

Voando na frente.

Depois

Entrava o menino

Com seu pé de vento

E a casa ventava

Os quartos cantavam

E tudo enchia

De som e alegria.

E a cozinheira dizia: "Chegou o maluquinho!"

E o maluquinho: Tou com fome! Me dá leite! Cadê a minha bicicleta? Viva a Maria!

Um dia, num fim de ano

O menino maluquinho

Chegou em casa com uma bomba: Mamãe, tou aí com uma bomba!

"Meu neto é um subversivo!"

Gritou o avô

"Ele vai matar o meu gato!"

O Menino MaluquinhoWhere stories live. Discover now