- Sua maldita! Como ousa?!

   - Ah, Tereza!… Mas eu ouso!… E pode se preparar que eu vou arrancar o seu couro! - disse Maria com os olhos cheios de fúria.

   Ela parte para cima de Tereza, impedindo que está se levantasse. Maria distribui tapas, socos, puxões de cabelo.

   - Sua louca!… O que você quer?!… Me matar?! - exclamava Tereza tentando se defender, mas era inútil.

   - Nenhum jure me condenaria se soubesse a víbora que você é! Você enganou minha irmã pra separa-la do Estevão!… - exclama Maria. -… Mandou um dossiê pra ele dizendo que eu estive na cadeia por assassinato!… Quis colocar os meus sobrinhos contra mim! - disse ela batendo a cabeça de Tereza no braço do sofá, fazendo com que essa quebrasse o nariz.

   - Sua desgraçada!… Eu vou te matar!

   As duas se engalfinharam. Maria saiu com alguns arranhões, mas Tereza ficou bem pior.

   - Eu devia te matar, sua vadia!… - disse Maria. - Mas eu não vou sujar minhas mãos com você… Não ainda!… - ela tentava recuperar o fôlego. -  Porque se eu descobrir que você também teve algo a ver com a morte de minha irmã… Nem que eu passe mais vinte anos na cadeia, Tereza,… Eu vou te matar, eu juro! - disse ela saindo.

   - Maldita!… Sua vaca, desgraçada!… Você vai me pagar por isso! - exclamava Tereza com cólera.

   Maria vai embora, deixando Tereza muito machucada. Mas como Maria descobriu onde Tereza estava hospedada?
   A resposta é…? Luíza.

   _Uma hora antes._

   Estevão e Henrique já haviam ido trabalhar. Pedro, foi para o seu treino de luta. Luíza já estava saindo, quando seu celular toca.

   - Oi, tia Maria.

   - Como está, meu anjo?

   - Não tão bem quanto você e o papai!… A noite foi boa, não? - disse Luíza.

   - Luíza, quer parar de me deixar sem graça! - disse Maria.

   - Desculpa, tia. Pronto, parei. … Mas me diga, o que posso fazer pela senhora?

   - Preciso que dê o endereço da Tereza?… O hotel pra onde ela foi. - disse Maria.

   Luíza não era boba. Tinha uma ligeira ideia do que sua tia faria com Tereza. E foi, exatamente por isso, que ela lhe deu o endereço.

   _Momento Atual_

   Empresas San Roman.

   Estevão e Henrique conversavam.

   - Sem querer parecer insistente como a Luíza, pai, mas o senhor perguntou a tia Maria sobre ela ir morar lá em casa?

   - Sua tia ainda está receosa sobre isso, filho. Talvez ela pense que poderia estar ocupando o lugar de Marcela. - disse Estevão. - E só o que Maria quer é o seu próprio lugar.

   - Eu compreendo. … Tomara que ela aceite. Vai ser bom ter alguém que nos ame como filhos, assim como a tia Maria nos ama.

   - Fico muito contente que você é sua tia tenham voltado a se dar bem.

   - Ela me abriu os olhos sobre muitas coisas, pai.

   ***

   Apartamento de Alberto.

   Ele manda uma mensagem para Maria. Precisava falar com ela.

   - Vim o mais rápido que pude, Alberto. Qual é o problema? - pergunta Maria.

   - Bom, Maria… Eu tenho novidades sobre o caso de sua irmã.

   - Sério?!… Conte-me tudo. - disse Maria.

   - Talvez exista um homem que possa ser a pista pra descobrirmos o que, realmente aconteceu com Marcela. O nome dele é Arnaldo. Ele foi motorista dos San Roman. - disse Alberto.

   - Eu vou perguntar ao Estevão. Ele, talvez, possa nos ajudar em alguma coisa.

   - Quer dizer que vocês estão de boa novamente? - disse Alberto.

  
   Maria ficava sem jeito de falar aquelas coisas com Alberto. Ele era seu melhor amigo, mas tinha sentimentos por ela.

   - Não precisa olhar assim pra mim, Maria. - disse Alberto. - Eu não sou masoquista. Só estou querendo saber se as coisas se resolveram entre você e os San Roman.

   - Sim. - disse Maria sem poder esconder o sorriso. - Está tudo bem, agora.

   - Fico feliz por você, Maria. De verdade.

   - Obrigada, Alberto.

   ***

   Nas empresas…

   Maria chega para falar com Estevão sobre as coisas que Alberto descobriu. Porém, ao entrar na sala, encontra ele dando um copo de água com açúcar para Tereza.

   - O que ela faz aqui?! - disse Maria.

   - Maria, temos que conversar. - disse Estevão bem sério.

   - Tire ela de perto de mim, Estevão! Ela tentou me matar! - gritava Tereza fingindo estar em pânico.

   - Se eu quisesse matar você, acredite, estaria morta. - disse Maria friamente.

   - Então o que ela disse é verdade?! - disse Estevão com certa indignação. - Você fez isso com ela?!

   Maria cruza os braços.

   - E não me arrependo. - disse ela sem demonstrar nenhum remorso.

   - Está vendo só, Estevão! - exclama Tereza. - Ela confessa! Eu devia denunciar essa mulher pra polícia!

   - Se fizer isso, Tereza, também vou ter que te denunciar por calúnia e difamação. - disse Estevão. - Você passou anos me difamando pra minha esposa lhe dizendo que eu era infiel.

  
   Tereza se cala.

   - Maria e eu precisamos conversar. Nos deixe, por favor. - disse Estevão.

   Assim que Tereza saiu. Estevão dispara para Maria o seu olhar de desaprovação.

   - Eu não posso acreditar que você fez isso, Maria!… Como pôde deixar Tereza naquele estado?! - disse ele.

   - Fiz o que você deveria ter feito quando descobriu que aquela vadia enganou você e a sua família! - disse Maria.

   - As coisas não se resolvem com os punhos, Maria.

   - Há coisas que não se resolvem sem eles, Estevão.

   - Isso é a Maria com quem passei a melhor noite da minha vida ontem. Ou é a Maria ex-presidiária falando?

   Agora a vez de se indignar era de Maria.

   - Quer dizer que primeiro vem o "eu te amo" pra depois você passar na minha cara que eu estive na cadeia?!


  

Coração Dividido Where stories live. Discover now