O churrasco aconteceria no sábado. Eu não tinha planos para nada, afinal de contas o Paulo ia visitar uma tia da Tati-cara-de-cu e a Dani ia no Estância Alto da Serra com a namorada. Eu troquei meu horário, iria trabalhar das 14 às 22 e folgaria no domingo. Cansei de pedir para eles fazerem no domingo, mas cada um tinha um compromisso. Toparam fazer o churras no sábado mesmo sabendo que eu sairia cedo.

Comprei dois engradados de cerveja e levei até a casa da frente, a casa do Danilo. Da minha casa dava para ver a fumaça e sentir o cheiro de churrasco que vinha da casa dele. Danilo tinha uma filha de três anos com a Paola, elas moravam com ele e com os pais dele. Fui para lá e o pessoal me recebeu com beijos e abraços, afinal de contas foi uma vida de convivência. Não demorou muito o Gustavo chegou. O pessoal ligou o som e a gente começou os preparativos pro churrasco. Começamos a beber não era nem 10 da manhã. Quando deu onze e meia, as carnes, depois de temperadas, foram para a churrasqueira. Foi quando os pais do Danilo disseram que iam buscar uma cunhada e depois iam passar na casa da Paola para pegar os pais dela. Danilo disse que tudo bem e nós ficamos com a casa vazia só para nós três. Há muito tempo não ficávamos sozinhos.

—  E aí, Fabinho, pegando muita mina lá no ABC? — Danilo perguntou.

—  Não muita, véi. — Eu disse — É foda trampar e estudar.

—  Também, ce foi trabalhar e estudar longe pra caralho. — Gustavo falou — Os pais da minha namorada são de lá.

—  Esqueceu dos amigos... — Danilo disse.

—  Vai se foder, seus trouxas. — Eu disse dando risada.

Era muito bom estar de volta. A gente já estava bem alegrão por causa da breja.

—  Chega ae. — Danilo falou — Quero te mostrar um bagulho.

—  Vai lá. — Gustavo falou, matando a latinha de breja que segurava na mão.

Levantei e fui até um corredor lateral que tinha na casa do Danilo. Quando cheguei no corredor, vi a piscina do Gustavo armada e cheia d'água.

—  É naaaaada! — Gritei.

—  Comprei do Gustavo, a Paola vive com a nenê aí quando está calor. — Danilo disse.

—  Nossa, véi! Eu nem acredito! — Eu disse arrancando a camiseta.

Tirei o shorts, o chinelo, fiquei só de cueca e me joguei na piscina de montar. Joguei água neles.

—  Pára, corno! — Gustavo xingou.

Com o calor que estava, a água estava na temperatura ambiente. Estava muito bom.

—  Chega ae. — Eu convidei.

—  Sai fora que eu vou entrar com macho na piscina. — Gustavo falou.

Mas antes que ele pudesse pensar, Danilo pegou ele pelo braço e chegou perto da borda. Ele gritava:

—  Solta, caralho! To com celular no bolso da bermuda, porra!

—  Segura ele, Fabinho. — Danilo falou.

Segurei Gustavo com os braços atrás das costas e o Danilo puxou a bermuda com cueca e tudo para baixo. Eu puxei ele para dentro da piscina e o larguei na água.

—  Vão se foder, seus cabaços! — Gustavo gritou se levantando. Tinha molhado a camiseta e estava nu da cintura para baixo.

Danilo ria tanto que parecia que ia ter um ataque do coração.

—  Vamos pegar esse filha da puta, Fabinho! — Gustavo gritou.

Eu e Gustavo saímos da piscina e fomos atrás do Danilo, ele fugiu.

2 HÉTEROS NUMA BALADA GLS (2016)Where stories live. Discover now