"Diacho de menina"

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-acha que posso entregar uma presente a ela no intervalo?- a turista questionou, com um sorrisinho

A garçonete acenou que sim, e a levou por dentro da cozinha.

Iolanda estava terminando o último verso, e foi ovacionada por palmas e gritos felizes. Ela agradeceu juntamente com Amadeu, voltando ambos, cada um para seu camarim. A mais velha tomou um gole de água, assim que sentou na cadeira em frente ao grande espelho. Passou o lenço por seu rosto, estava suando, e respirou fundo. Para só então perceber um pequeno embrulho vermelho em cima de sua penteadeira, seu rosto brilhou.

Ela pegou o pequeno embrulho, pesado por sinal, tirou o laço e o papel de presente, o mais delicado que conseguiu fazer, contendo sua curiosidade. Até que finalmente viu o que era, e ficou tão emocionada.

Um pequeno quadrado de vidro, longo, com uma única rosa lá dentro, de uma cor que Iolanda nunca tinha visto. Uma espécie de roxo nas pontas das pétalas e branco no resto, enorme, linda. Tão delicada. Porém não havia nenhum cartão, nem nenhuma assinatura.

-sabia que a flor de Lisianthus é tida como uma das coisas mais encantadoras do mundo?!, mas mesmo assim, ela é a flor que sobreviveu ao pior inverno da Australia, linda, delicada e forte... me lembra você- A morena sentiu sua pele arrepiar, e colocou a mão no peito, ao ouvir a voz tão baixa e calma. A mais velha levantou, ainda com o presente em mãos, para encarar a figura agora em sua frente.

Samantha tinha as mãos atrás do corpo, e um sorrisinho.

-foi tu que me deu?- perguntou Iolanda

A mesma acenou que sim. E recebeu um sorriso enorme da cantora.

-não... não é nada demais, eu só, pensei em te trazer algo bonito quando vir- ela confessou

Iolanda deixou o presente em cima da bancada, e virou-se para a menina, que não devia ter mais que 18 anos, linda. Muito branca, com cabelos bem negros, curtos atrás e com duas pontas. Os olhos grandes bem delineados e o lábios nudes.

-e tu já me conhecia?- questionou a mais velha

-na verdade, não, uma prima minha... ela veio aqui uma vez, e gravou a senhora cantando, meu primeiro amor. E bem, é minha música favorita, então ela me mostrou, e como eu vim tirar férias, eu resolvi que não podia deixar de vê-la cantar- confessou a morena

Iolanda não conseguia parar de sorrir, com as mãos na barra da penteadeira, sentindo aquelas borboletas no estômago novamente.

-é muito gentil de tua parte visse, obrigada- ela agradeceu, vendo a menina acenar que sim e ir rumo a porta

-não, espere...- Iolanda chamou

-qual teu nome?-

-Samantha, mas, pode me chamar de Sam, ou como preferir- ela explicou

-Sam! É um nome muito bonito visse- a cantora elogiou

-tu ta indo embora? Eu vi tu indo embora!- ela acaba questionando, e a turista se pergunta se ela tinha notado ela mais cedo

-eu, me senti um pouco desconfortável, um pouco cansada também, estava voltando por hotel. Só voltei pra entregar seu presente...- a mais nova afirmou, enfiando as mãos no bolso da calça

-não se vá não, fique só mais um bocadinho, eu só vou cantar mais uma música e depois, se tu quiser, a gente proseia mais- o coração de Iolanda estava inflamado, ardendo na verdade.

-eu... estou realmente cansada- ela afirmou, dando um sorriso triste, ela realmente não queria ver mais de Iolanda e aquele serzinho se esfregando pelo palco.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 22, 2016 ⏰

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Flor de lisianthus [romance lésbico]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora