Iolanda podia estar acostumada a cantar ali todos os dias, mas o nervosismo nunca deixaria seu corpo, as borboletas no estômago, lembravam sua adolescência. A energia boa, as pessoas estavam ali para vê-la e aquilo era mais do que ela poderia querer para sua vida toda.
-louco de amor que não sabe escutar
Tonto se perde em falar
Trago um silêncio pra te encantar-Samantha estava inclinada sobre a mesa, com as mãos cruzadas sobre a mesa, com um brilho nós olhos nunca visto. E um sorriso muito bobo. Até mesmo a garçonete percebeu, a mulher estava olhando mais para a turista do que para Iolanda, ela podia ser velha, mas sabia reconhecer paixão quando se encontrava frente a frente com ela.
-Dias perdidos não podem voltar
Mas tem a dona esperança no ar
Gosta se encosta me deixa entrar-O pianista largou o piano, ficando dessa vez ao lado de Iolanda, tomando-a nós braços e dançando lentamente sobre o palco. Enquanto os mesmo cantavam, dessa vez juntos.
Samantha teve o ar de arquear a sobrancelha, e semi cerrar os olhos, fazendo um bico torto e catando seu celular na bolsa. Ao mesmo tempo que se pergunta porque diabos estava com ciúmes de uma mulher que nem a conhecia.
O casal seguia dançando pelo palco, claramente conectados, olho no olho, ensaiados. Samantha se perguntava se eram marido e mulher, ou noivos, ou sei lá. Amigos com benefícios?! Milhões de perguntas pulavam na mente da menina, mas na verdade ela só queria ir pra seu hotel e tomar uma ducha e dormir o máximo possível.
Ela tinha recolhido suas coisas, e pegado sua conta, e levantando foi até o caixa. Sem ao menos olhar para o palco. Nem ela sabia porque estava tão magoada.
-dinheiro ou cartão?- a senhora do caixa questionou
-dinheiro- ela respondeu, batendo os dedos nervosamente sobre a bancada do mesmo
-Vem dormir nós meus sonhos
Me acordar com teus sorrisos
E a tristeza já quer dançar- tudo estava indo bem, até Iolanda pregar os olhos na pequena figura que intencionalmente se recusava a olhar para o palco, os cabelos curtos, a roupa formal, claramente uma turista. E ela estava indo embora?! Bem na hora de seu show?! Não tinha gostado?! Iolanda ficou incomodada. Isso nunca acontecia.A garçonete que estava servindo mais uma cerveja, acabou captando o olhar de Iolanda, e chegou até a moça que já estava saindo do local. Apressadamente. A mulata correu até a saída.
-menina... menina...?!- chamava a mesma
Samantha parou do lado de fora da porta, achando que tinha deixado alguma coisa na mesa.
-tu tá bem moça?!- a garçonete perguntou
A morena acenou que sim.
-eu só, me senti desconfortável- afirmou a turista, mexendo no cabelo
-tu gosta muito de Iolanda né? Se tu quiser, eu te levo no camarim dela depois do show, pra tu conversar com ela- A morena arqueou ambas as sobrancelhas
-eu creio que não, não quero ser incomodo, e depois do show ela deve querer descansar juntamente com o marido... eles trabalham muito bem juntos- ela afirmou, dando de ombros
-marido? Ah, o pianista? Mas oxê, eles não são casados não visse...são amigos, Iolanda é viúva e eu acho que ela vai gostar de falar com tu visse-
Samantha balançou as chaves nas mãos, olhou para o ponto de táxi, respirou fundo e mordeu o canto da boca.
Acenou que sim, e foi praticamente arrastada para dentro pela mulata.
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Flor de lisianthus [romance lésbico]
ChickLitIolanda é uma mulher que por muito tempo foi amargurada, mas que atualmente, após a ríspida separação do seu ex marido ou melhor, coronel. Ela canta todas as noites em um pequeno bar, onde é muito feliz. Sua noite muda completamente quando recebe a...
"Diacho de menina"
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