20: Pietro Lancaster

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     Há momentos na vida que a pergunta mais frequente na cabeça é "aonde eu me meti?". As pessoas costumam criticar, duvidar, procurar respostas sobre algo ocorrendo ao seu redor quando ela mesma já sabe o porquê daquilo. Esse era o caso de Pietro Lancaster. Naquele instante o moreno sentado em sua cadeira da mesa de reuniões, batia freneticamente os dedos no vidro. Talvez fosse nervosismo. Preocupado. Prestes a ter um AVC. Uma convulsão. Acontece que a dona dessas possibilidades se chamava Nina Colt. Meia hora a secretária recebeu um telefonema da companheira de seu chefe, ela parecia nervosa e preocupada com algo. Pela quinta vez na semana Nina fazia brincadeiras só para ter certeza de que é importante para mim, porém, essa prova do nove estavam começando a irritar não só Pietro, Pedro, Fernando, mas a todos ao redor dela, pois começava a ir mais longe do que devia e se ela continuar usando o mesmo argumento pode ter certeza que um belo dia, ah que belo dia esse será, todos juram que a deixará ser o que for: Sequestrada, passando mal e etc..

     Na tentativa estupidamente de relaxar, o bilionário fechou os olhos cor do céu naquela manhã antes de levantar e sair daquela reunião chata e entediante. Os motivos eram: Primeiro: A cabeça estava bem longe daquela reunião. Segundo: Queria algo que chamasse a atenção do público e não algo que fizesse eles dormirem. A campanha publicitária de uma das filiais se tornou extensa demais e chata. Alguns passos depois, entrou no espaço da própria sala, os dedos apressados desfizeram aquele nó da gravata e por fim, sentou-se no sofá pequeno dali. Observando cada detalhe do ambiente - que um dia fora do seu pai -, percebeu não haver quase mudança, tudo do mesmo jeito: As grandes janelas iluminando todo o espaço decorado no jogo de preto e branco. Aliás, quando recordou de seu pai, um sorriso bobo surgiu no rosto, um daqueles maliciosos. O senhor e a senhora Lancaster acabaram de viajar para a Itália em busca da terceira Lua De Mel. Ele apenas pedia para não chegarem trazendo um terceiro tripulante no jatinho...

     Alguns segundos depois e as batidas na porta interromperam a linha de raciocínio. Ajeitou-se no sofá

    ─── Entra. - Disse até de forma rude demonstrando a alteração de humor.

     Ao abrir, a visão captou um rapaz alto, cabelos levemente úmidos e os olhos quase no tom dos seus. Era ninguém mais ninguém menos que Pedro Wich. Seu amigo de longa data.

    ─── Pietro, o que houve? Eu estava a sua espera para irmos almoçar depois da reunião mas acabaram de me dizer que você saiu da sala sem dizer nada. - Diz Pedro entrando e sentando ao lado. - O que há contigo irmão?

     Se conheciam ao ponto de um saber quando o outro não estava bem. Este era esse momento. Pietro permitiu um suspiro sair de seus lábios antes de movimentar para dar a resposta.

    ─── Ah Pedro é coisa boba e eu sai daquela reunião porque eles não fizeram o que eu mandei. - Suspirou passando a mão pelo cabelo. ─── Que bom que está aqui Pedro, estava te procurando. - Lancaster odiava ser o centro das atenções na conversa a dois. ───  Como vai a sua vida amorosa com a tal menina? - Realmente havia interesse em saber, alguém deveria ser feliz nesse mundo.

    ───  Ah.. Ainda estamos no mesmo barco, ela pra cá e eu pra lá. As vezes vou até o colégio onde a minha filha estuda para vê-la de longe. Se você soubesse a vontade que eu tenho de abraçar aquela menina linda... Dou minha vida por elas Pietro. - Sabia mas não sabia da história toda. Somente a parte em que seu amigo se tornou um babaca com a garota mais linda do colégio. ───  E quanto a você com a Nina? Tudo bem?

     Lá vai ele voltando ao centro.

    ───  Não como antes. Acreditaria se eu dissesse para você que ela anda fazendo brincadeiras de mau gosto? Toda hora liga para dizer que foi sequestrada ou algo assim? E na maioria das vezes eu acabo acreditando e sempre deposito um dinheiro em uma conta.

Golpe Da Barriga - FinalizadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora