Capítulo 2 - Pequena ajuda

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(Jack na mídia)

Chego em casa e me jogo em meu sofá. Retiro o celular do bolso e, quando vejo as mensagens, tem mais de quinze mensagens de homens querendo meus serviços.

"Olá, eu quero marcar uma festa de família e eles pensam que estou namorando. Quero teus serviços. Me diga quando pode e vemos todos os detalhes.", "Ei garota, preciso do seu serviço daqui dez dias. Pode ser? Me liga se puder e acertamos tudo.", entre outras várias mensagens.

Dentre todas, uma me fez prender a atenção. Ela era igual, mas diferente de todas as outras.

"Bom dia! Tudo bem com você? Espero que sim. Bem, meu nome é Jack e tenho 22 anos. Eu vou fazer um cruzeiro em família e eu sempre disse a meus primos que eu tinha uma namorada de quase dois anos de relacionamento. Eles me pediram para levá-la. Você poderia me ajudar? Se puder me ligue, por favor. Obrigado desde já."

Ele fala de um jeito mais gentil que todos os outros. Logo que terminei de ler a mensagem liguei para ele.

Ligação:

Jack:- Alô?- responde uma voz grossa.

Jeana:- Olá, recebi sua mensagem. Quando podemos nos encontrar?

Jack:- Bom, estou livre o dia todo. Podemos nos encontrar no parque?

Jeana:- Ótimo, que horas fica melhor para você?

Jack:- Quem sabe nos encontramos no parque para um almoço naquele restaurante ao ar livre?

Jeana:- Ótimo. Então, uma da tarde pode ser?

Jack:- Claro. Até lá então.

Jeana:- Até.

Jack:- Beijo.

Ligação.

Parece que tem intimidade comigo pra se despedir assim. Mas esse "beijo" me fez corar. Sei pois senti meu rosto começar a esquentar. Me levantei e fui escolher minha roupa.

Jeana:- Ótimo, parece até que vou a um encontro com um namorado. Que roupa eu visto?

Pego uma calça jeans e uma blusa branca de meia manga lisa e vou até o espelho. Acho que não. É só um almoço no parque.

Volto a meu armário jogando minhas roupas na cama. Pego uma outra blusa, dessa vez preta com uma frase em inglês escrita em branco e junto com a mesma calça anterior.

Jeana:- Ele vai achar o que? Que eu não dou a mínima pro meu emprego.

Jogo na cama também e volto ao armário. O tempo vai passando e, quando vejo, são 11:00. Eu ainda não havia escolhido minha roupa. Não havia nada no armário.

Vou até a pilha de roupas na minha cama e vejo a ponta de um vestido por baixo de outro. Que mania horrível a minha de dividir um cabide para duas roupas. Pego o vestido e vou em frente ao espelho.

Jeana:- Perfeito.- falo com um sorriso no rosto.- Esse passa uma boa impressão.

O separo de toda a roupa. Pego minhas sandálias estilo gladiadora, mas sem salto, e um chapéu que eu amo. Guardo toda a roupa que estava na cama e já haviam se passado quase meia hora.

Corro para o banheiro e tomo um banho rápido. Volto para meu quarto e me visto. Arrumo meus cabelos e ponho o chapéu. Faço uma maquiagem rápida e já eram quinze para uma da tarde. Passo perfume e corro.

Saio de casa rápido. Levo, dessa vez, um bloquinho e caneta. Vou quase correndo para lá. Chego lá, ligo para Jack.

Ligação:

Jack:- Oi.

Jeana:- Como você está vestido?

Jack:- Como um homem deve estar vestido.

Jeana:- Sem brincadeiras, Jack.

Jack:- Ok. Você seria uma ruiva, de vestido amarelo claro com flores roxas, sandálias e um chapéu?

Jeana:- Sim. Como sabe?

Ligação.

Desligou na minha cara! Sinto alguém me tocar no ombro.

Jack:- Sei, pois era a única no celular por aqui. E eu ouvi tudo.- diz sorrindo.

Eu o imaginei o tempo todo. Imaginava um garoto, praticamente. Ou então um homem. Imaginava que seria um homem talvez meio feio. Mas ele era lindo. Acabo por encara-lo nos olhos.

Jack:- Há algo errado?- pergunta procurando respostas em mim com seus lindos olhos azuis.

Jeana:- Ah... Não. Vamos procurar uma mesa pra nos sentarmos.

Ele me oferece o braço e eu aceito. Vamos caminhando até o local e logo achamos uma mesa.

Jeana:- Bom, então me fale. Quando é esse cruzeiro?

Jack:- Mês que vem. Serão quinze dias de viagem com rumo ao Caribe.

Jeana:- Exatamente que dia?

Jack:- Dia três.

Jeana:- Ótimo. Preciso do seu endereço para te buscar no dia três.

Jack:- Quem disse que você que vai me levar?

Jeana:- Desculpe-me, mas não sou a mulher que aceita o tradicional do homem ir buscar. Eu que busco.

Jack:- Ahn.. Nananinanão. Eu te busco e ponto final.

Jeana:- Tá legal. Eu aceito.

Jack:- Ótimo, passo na sua casa às 8:00.

Jeana:- Ótimo. Vamos às regras. Cobro trezentos por dia. Ou seja, vai sair meio caro pra você. Então eu vou te fazer uma proposta de cento e cinquenta por dia.

Jack:- Obrigado.

Jeana:- Sobre o modo de agir como casal, mãos dadas sempre que quiser, mãos bobas não permitidas, beijos só quando eu quiser ou permitir e não faço sexo.

Jack:- Perfeito.

Jeana:- E mais uma coisa, você não pode se apaixonar por mim e nem fazer com que eu me apaixone por você.

Jack:- Tudo bem. Não farei nada pare que você se apaixone por mim.

Jeana:- Puxa, obrigada. Você é o primeiro que aceita tudo normalmente e não joga uma cantada.

Jack:- Eu escuto uma música a que diz "Sem cantadas..."

Jeana:- "... Ela prefere os originais."

Nós rimos um do outro.

Jack:- Não sabia que você escutava essa música. Você tem um jeitinho tão delicado, não tem jeito de quem escuta essa música.

Jeana:- Sabe, eu gosto das músicas dele.- sinto a barriga roncar.- Vamos pedir o almoço, estou com fome.

Jack:- Também não tem jeito de ser fominha.- fala rindo.

Dou um leve empurrão em seu braço e ele chama o garçom.

Jeana:- Hum... Eu vou querer essa lasanha e um suco de uva.

Jack:- Traga o mesmo pra mim.

O garçom anota os pedidos e se retira. Nós continuamos conversando a tarde toda. Para resumi-la, tive a melhor tarde desde o início do meu trabalho.

Foi Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora