Prólogo

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21 de janeiro de 1864

Com o crescimento da população em Chermont, D. Bastien Chermont via a necessidade de criar leis para não perder o controle do reino que, querendo ou não, salvou sua família de uma grande crise econômica.

— Bastien? — uma voz feminina chamou o homem.

— Saia daqui, Camille — foi tudo que o rei respondeu, fazendo Camille tremer da cabeça aos pés.

— Os Conselheiros estão o esperando — a garota disparou a falar, já fechando a porta para não dar chances ao companheiro de xingá-la.

A falta de consideração com mulheres não era novidade quando se tratava de Bastien. Nem mesmo a mãe do rei fora capaz de amolecer seu coração, por que com Camille seria diferente?

Camille não poderia ser considerada uma mulher de sorte. A pobre garota foi forçada a se casar com Bastien ainda muito jovem, quando a situação financeira da família apertou e a única solução encontrada foi a filha mais nova se casar com o rei.  E funcionou. Camille e sua família agora viviam em um lugar aconchegante e cheio de luxo. Além do mais, o fato de nobres não poderem se casar com plebeias nunca foi um problema para Bastien. O homem nunca ligou muito para as regras, só se importava com o seu bem-estar.

O rei colocou a pena que segurava para escrever uma anotação sobre seu caderno e respirou fundo. Na folha do caderno surrado havia uma carta, que foi logo coberta por uma frase recém-escrita por Bastien:

"Mulheres não governarão"

Bastien se levantou ao mesmo tempo que fechava o caderno e o colocava debaixo da cama. Saiu andando pelos corredores pensando na mesma coisa durante todo o caminho: mulheres não governarão. Estava determinado.

18 de agosto de 1998

Aquele deveria ser um dia para ser comemorado por todos de Chermont, mas, na verdade, ninguém poderia saber o quanto aquele dia era importante para a princesa Elena e o príncipe James.

A pequena Celeste estava deitada em um berço, ao lado de sua mãe. James segurava a mão de Elena ao mesmo tempo que sorria para sua pequena, aquele sorriso bobo que só pai sabe dar.

Elena apertou a mão de James, que voltou os olhos para a esposa.

— Precisamos começar a pensar em um jeito de protegê-la — a princesa disse se referindo à filha.

— Elena, podemos pensar nisso depois?

— Não, James. Temos que decidir isso agora.

Elena era firme e James, conhecendo muito bem a esposa, sabia que ela não se daria por vencida. Balançou a cabeça concordando e perguntou:

— O que você sugere?

— Ela, infelizmente, não poderá circular pelo castelo na hora que bem entender. Não podemos proibir a entrada de jornalistas de uma hora para outra, sendo que sempre foi permitida. E os empregados... Eles terão que fazer um juramento. Não poderão contar nem à família que a princesa nasceu. Ninguém pode saber. Se eles falarem alguma coisa, poderão ser condenados à morte — James arregalou os olhos com a última frase, fazendo Elena suspirar. — Eu sei que parece pesado demais, mas não posso colocar a vida da minha filha em risco.

James tocou com o indicador uma mecha do cabelo da esposa e colocou-a atrás da orelha, ao mesmo tempo que dava um beijo em sua testa. Se levantou e saiu do quarto.

Princesa Proibida - Em Busca da Liberdade (Vol. 1) [DEGUSTAÇÃO]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang