CAPÍTULO 1

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   Todas as vezes que você achar que venceu, achar que não há mais problemas para resolver, achar que a vida pode ser um misto gostoso de calmaria, algo lembrará você que não é bem assim. Com o tempo  aprenderá ver a alegria até em dias frios. A vida é um misto de levanta e cai constante, o mundo não é justo e quem diz ao contrário está mentindo.
Tendo isso em mente, nossa história se passa na cidade em que  tudo acontece  e nada para. Ruas movimentadas  não é raro de se ver por aqui. A famosa terra da garoa, São Paulo.  Mais bonito que o dia, somente a luz da lua iluminando todas as   ruas de São Paulo.


Sophia acordará assustada com fortes batidas na porta de seu quarto, levantou rapidamente na defensiva. Tinha uma leve sensação de todos os santos dias ser essa tortura, bem provável ser seu pai. Soltou um leve suspiro, um misto de preguiça e preocupação,  ficou quietinha por alguns minutos esperando as batidas fortes paparem, ainda assim o escândalo continuou.
Caminhou em direção a porta, mas logo parou quando sentiu um arrepio gelado  percorrer seu corpo, a memória se fazendo mais clara do que nunca.

flashback on

Sophia acordou   assustada com a gritaria que estava acontecendo  em sua casa, passou as mãos em seus cabelos, numa tentativa de organizar os pensamentos. Pegou o roupão que estava próximo de sua cama e vestiu rapidamente. Desceu as escadas de forma cautelosa ao perceber que a gritaria ficava mais alta ao se aproximar da sala de estar. Abraçou-se instintivamente, não havia luz nenhum pelo caminho, ao chegar na sala, viu uma luz fraca passar pelas janelas da sala, graças a Deus o bairro era bem iluminado. Quase pulou de susto ao ver o pai  sentado no chão da sala, em uma de suas mãos uma garrafa de whisky, sua roupa totalmente amarrotada, quem diria que alguém, ou algum dia chegaria a vê-lo assim. Suspirou frustrada, ia dar meia volta quando ouviu uma voz baixa e rouca falar. Instintivamente pegou a primeira coisa que suas mãos alcançaram.

Xxx: Ele estava arrumando briga mais uma vez querida, isso precisa parar. Não está certo. Pelo amor de Deus , solte o vaso Sô. Sou eu, o Tio Fernando- disse, com um divertimento diferente na voz.

Sophia: Pelo amor  de Deus digo eu Tio- disse exasperada. - Aqui está tudo escuro, acenda  a luz por favor.- pediu um pouco mais calma.

Fernando: Pequena, isso precisa parar. Temos que interceder por ele - disse, preocupado -  Não dá mais para viver assim, Aquele dia eu cheguei a tempo. Hoje trouxe ele até aqui, não vou esperar ele colocar você em perigo mais uma vez, eu não vou suportar - disse calmo, mas sua voz possuía um tom mais preocupado, mais cauteloso. - Prometi a minha irmã, ele já está passando dos limites...

Sophia: Eu sei, eu juro que sei.- disse,num tom casado. Sentia que o mundo ia desmoronar. - Agradeço por ter trago ele, agora eu assumo daqui, por hoje fique despreocupado.

Fernando: Sô, ele apostou você numa mesa de bar, o filha da puta apostou você- disse  irritado- Se  eu não estivesse vindo aqui ver o que estava acontecendo, sabe lá Deus o que aqueles vermes  teriam feito com você. Não  suporto nem pensar.

Sophia: Olhe, se acalme- pediu.- Tudo vai acabar, não vamos precisar ter mais conversas assim. Você sabe que amanhã  estarei indo embora. Então só por hoje tenha paciência.

Fernando: Eu amo você, me orgulho tanto. Procure ficar bem.

Soph: ficarei tio- disse sorrindo.

Fernando: Boa noite, boneca. Qualquer coisa me ligue e eu juro que chego o mais rápido que eu puder.- Sophia sorriu com o cuidado. Fernando logo  beijou sua  testa e foi embora.

Deixando para trás o barulho da porta, Sophia viu seu pai respirar profundamente.
Não precisava de muito desde que Fernando estivesse ali, desde que ele fosse o apoio que ela precisasse.

Sophia: Deus abençoe você- disse organizando o pensamento- Você precisa de um banho.

Renato: Cale  a boca, não preciso da sua ajuda. Na verdade nunca precisei-disse todo prepotente.

Sophia: Chega a ser  ridículo  sua arrogância.

Renato: Eu não preciso de uma cópia fiel de sua mãe, me falando o que eu preciso fazer ao não. Disse uma vez e torno a repetir, não preciso de você e não quero sua ajuda.

Sophia: Deixe eu te ajudar, vamos, eu lhe coloco na cama e você não precisa mais ouvir minha voz.

Renato:  EU DISSE SAÍA SOPHIA, MERDA. NÃO QUERO E NÃO PRECISO DE VOCÊ— disse mais alto do que ela esperava. Quase não se aguentava sentado, e ainda assim havia força em sua voz. A mesma arrogância e prepotência de sempre.

Sophia: você é um misto de emoção que eu não consigo classificar. Me envergonha, me dá nojo e mesmo assim estou aqui suplicando para que você deixe eu lhe ajudar. A todo momento eu estou tentando. Até me colocar em perigo você conseguiu ser capaz.- disse, limpando as lágrimas que insistiam em cair. - QUATRO CARAS NO MEU QUARTO. Q U A T R O. ERA O SEU DEVER  ME PROTEGER, QUE TIPO DE HOMEM VOCÊ SE TORNOU- perguntou. - QUE TIPO DE PAI VOCÊ PASSOU A SER DEPOIS DESSA MERDA TODA. AMIGÃO, NÃO ESTÁ SENDO FÁCIL PARA NINGUÉM AQUI, TENHA DECÊNCIA.- disse encerrando a conversa e subindo rapidamente as escadas.

flashback off.

Sophia pegou o celular e verificou  as horas. Gemeu  baixinho por ser tão tarde.

Sophia: Eu não vou abrir, tão pouco me levantar. vá dormi pai, é quatro horas.- disse,voltando para cama.

Renato: Não lhe perguntei as horas, mandei abrir. -falou sério.

Soph: Estou me perguntando qual é a parte que você não entendeu- disse debochada.- Eu não vou abrir  colega.-Ele não falou nada, soltou um palavrão que ela entendeu como "porra" e revirou os olhos.- Vou  embora amanhã e preciso descansar, vá embora.

Renato: Você vai e não vai voltar mais. Estou aqui para reafirmar isso. Aqui não é mais sua casa.

Sophia: recado dado, recado entendido.- devolvi no mesmo tom.

E assunto encerrado por tempo...

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