Prólogo

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Muitos podem dizer que o destino não existe que tudo é consequência de nossas próprias decisões, e que muita coisa pode mudar quando decidimos qual caminho tomar, se optamos por dizer ou se calar e até mesmo por nossa forma de se posicionar perante momentos da vida. Porém, algumas coisas parecem não ter outra explicação a não ser o destino e um belo exemplo disso é o que aconteceu com a vida de Liah.

Ela morava com os pais em São Paulo, tinha amigos, estudava em uma escola pública, nunca foi a adolescente problema, porém não era a filha perfeita, como qualquer adolescente que tem seus momentos de erros e acertos. Não fazia a linha popular, mas também não era o "patinho feio excluído", era simplesmente ela, pacata, que estudava para não reprovar, mas que também tinha seus momentos de diversão.

E é claro que em toda existência adolescente tem que ter ao menos um romance, mesmo que seja aquele platônico que faz soltar suspiros e sonhar acordada. Com Liah não era diferente, a paixão dela era o colega de classe Jordan, que chegou do nada na sua turma de inglês, quando ela menos pensava em se apaixonar.

Como ainda eram muito novos, continuaram a se ver somente assim, nos intervalos das aulas, nas festinhas com os amigos, mas nada evoluiu para um verdadeiro namoro, primeiro porque Jordan nunca se mostrou interessado em algo mais sério e segundo porque Liah tinha medo do que os pais poderiam fazer se ela dissesse que estava namorando, com apenas 15 anos.

O tempo passou e eles seguiam com a mesma rotina, se vendo na escola e às vezes nos finais de semana, até que no último ano de estudos esse "namoro" foi oficializado em sua festa de aniversário, com toda a família e amigos presentes. E então eles não se desgrudavam mais, faziam tudo juntos, planejavam viagens, faculdade, mudanças e até um casamento futuro, porém, o destino não foi muito legal com eles.

Dois anos depois Jordan chegou com a notícia de que seu pai tinha feito sua inscrição para a faculdade de direito em Nova York, o que deixou Liah arrasada, pois se o namoro deles já era complicado ali, na mesma cidade, justamente pela influencia do pai de Jordan, em outro país isso seria praticamente impossível.

Jordan se mudou para Nova York meses depois que sua carta de admissão chegou e a promessa deles foi de que nem mesmo toda essa distância os separaria e que logo que Liah tivesse condições, iria a seu encontro, porém não foi bem isso que aconteceu. Um ano depois de sua partida, o namoro à distância foi ficando mais frio, se falavam com menor frequência pela diferença de horários e agendas de compromissos de ambos, Liah havia começado a trabalhar como ajudante na boate de sua prima Mara e sempre estava exausta, Jordan por outro lado vivia entre livros e trabalhos extras para o currículo da faculdade. E por mais que tentasse contato, a vontade de que isso acontecesse foi se tornando cada vez menor para eles, até que a rotina da vida fez o resto, separando de vez o casal.

E mesmo tristes pelo fim, fizeram como todo jovem, Jordan aproveitou o quanto pôde sua vida na faculdade, fazendo novas amizades, conhecendo outras garotas e claro, vivendo todo aquele mundo, com festas e muita curtição.

Liah continuou em São Paulo, trabalhando como ajudante de mídias sociais da boate, fotografando e divulgando festas e eventos. E foi assim, com um emprego temporário e divertido que Liah descobriu sua paixão e profissão de vida, a fotografia.

Destino (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now