A esperança de uma vida

A viagem

Emfin era domingo, eu não queria ir a essa viagem mais também queria. Estava frio e eu só pensava como minha mãe iria ficar, sendo que quem cozinhava,lavava ,passava ,arrumava a casa era eu...Mais ela não se importava com nada, ela não se importava comigo, só queria saber da suas drogas, fumar e cheirar era oque ela se importava, apenas isso. Eu sabia que mamãe queria se ver livre de mim, mais que espécie de filha seria eu se gostasse de ver sua mãe seca com o rosto abatido de tanto se drogar?
Não! Eu não sou assim...
Já não bastava o vovô morrer no começo desse ano(vovô era tudo que eu tinha nessa cidade), lidar com a morte da mamãe não seria uma boa!
Era 12:00, e eu já estava fazendo as minhas malas. Acabei! Peguei meu casaco e fui da uma volta por aí, não tinha amigos aqui, na verdade tinha, mais ela acabara de se mudar, e eu estava sozinha. Havia um lugar que eu amava ir pra ler e estudar também, era um jardim a 3 quarteirão de casa, havia muitas flores, e eu amava o que cheiro de grama molhada. Me sentei na escada e fiquei olhando lá de cima as flores dançando com o soprar da brisa. Fiquei lá por horas, quando vi no meu celular já era quase três horas. Eu costumo ser pontual mais dessa vez falhou!
Cheguei em casa cansada por sair correndo, nem vi se papai havia chegado ou não, só subir as escadas correndo já tirando a roupa por lá mesmo e emfin chegar ao chaveiro.
O chuveiro era um dos meus amigos também porque lá eu pensava melhor...
Terminei meu banho, me vesti colocando minha calsa jeans escura rasgada, uma jaqueta preta e meu all star preto.( estava pensando eu tingir meu cabelo de preto também, iria ficar gótica de mais). Desci as escadas correndo e dei de cara com papai, ele estava tão lindo... Ficamos se abraçando por um longo tempo que emfin decidimos pegar minhas coisas..
- Mãe, irei sentir saudades!
- eu irei também minha filha. Vê se você toma juízo!
- Eu tomarei mamãe!
E nós duas se abraçamos, não sabia se mamãe estava triste ou feliz. Não me importava mais...
- Adeus, Elizabeth! - Disse o papai já olhando pra aparência da mãe, com cara de quem sabe toda a verdade...
- Tchau Marcus, cuida dela!
Passamos pela porta e entramos no carro do papai, ele buzina e acena e sai andando...
Minutos depois ele diz:
- você não tá se drogado não é?
- Não papai...
- eu sabia, ela te mandou pra morar comigo pra ela ser livre... Eu não voltarei lá agora pois você não merece ficar com aquela mulher...
- é a mamãe pai - já disse eu, com os olhos pra baixo!
(silêncio).
Horas depois das nossas conversas engraçadas, eu cai no sono. Por horas dormir e acordei com o papai dizendo:
- filha, acorda chegamos!