Capítulo 1 - A Grande Explosão

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Uma porta dupla branca é aberta com extrema violência. Todos que se encontram no local se assustam. Uma das pessoas presentes, um homem, retira sua máscara hospitalar, enquanto distancia seus olhos do microscópio, e não hesita em perguntar:

— Qual é Fred? Estamos trabalhando aqui. – Ele ergue os braços e franze a testa em reprovação a atitude observada.

— Fica frio, Marcelo, ninguém vai morrer e além do mais, já esqueceu quem manda no pedaço? – Fred sorri provocantemente.

Fred caminha em direção a sua irmã, Manoela, a quem carinhosamente chama de Manu, passando por Marcelo e Shang, que está sentado ao lado de Marcelo examinando uma amostra também num microscópio.

Enquanto isso, do outro lado da sala, que por sinal não é muito grande, encontram-se Mitch e Fernandes catalogando algumas amostras.

— Infelizmente o babaca já chegou. – Fernandes sussurra irritado.

— Só foca no que você está fazendo, Fernandes.

Fred puxa uma cadeira e senta-se ao lado de Manoela, encarando-a por alguns segundos enquanto ela nitidamente o ignora.

— Então, Manu, vai dizer por que não me esperou?

— Por mais que isso aqui só seja um estágio, não significa que não seja um ambiente de trabalho, portanto, aqui, você me chama de Manoela. – Ela responde grosseiramente.

— Tá bem, maninha. – Fred apenas sorri achando aquilo tudo muito divertido. – Fernandes, vai pegar um cafezinho pra mim e aproveita a viagem pra checar se o sistema de resfriamento está ok.

Ao ouvir isso, Fernandes cerra seus olhos e fecha os punhos com bastante força, fica claro para Mitch que ele está à beira de um ataque de fúria, então resolve tentar acalmar o amigo por dizer:

— Escuta, cara, um dia ele vai reconhecer que o que fazemos aqui é relevante.

— Anda Porchant! Se eu mandei é porque eu quero agora. – Fred fala virando-se para Fernandes.

— Certo, chefinho. – Ao dizer isso, ele sai com muita raiva da sala, batendo a porta com muita força, e o clima fica tenso.

— Não entendi... Eu falei alguma coisa errada? – Fred comenta ironicamente, sem tirar o seu riso cretino do rosto, enquanto aponta o dedo para si mesmo.

— Por que você é tão idiota, Fred? Precisava mesmo falar assim com ele? – Manoela pergunta sentindo a mesma raiva que Fernandes estava sentindo, porém ela deixa de fazer seu trabalho na centrífuga e volta sua atenção para o seu irmão, Fred.

— Assim como, Manu? Eu sou o supervisor de vocês. Se eu digo uma coisa aqui, todo mundo tem que me obedecer. Essas são as regras.

— Nós não estamos aqui pra ficar pegando droga de cafezinho nenhum pra você. Se você quer beber algo, vá você mesmo, pegue e beba.

— Eu não estou te entendendo... Você é minha irmã e deveria me apoiar, não estar contra mim. Todos nessa sala me respeitam e estão comigo, não entendo por que você parece não estar. – Dessa vez, Fred fala baixo, num tom mais calmo, com certa surpresa na reação que Manoela esboçou.

— Você está errado, Fred. – Ela ri achando graça nas palavras ditas pelo seu irmão. – Ninguém nessa sala está com você, te respeita, concorda com você... ou seja lá o que for que você pense. A única diferença entre meus colegas e eu é que falo tudo na sua cara.

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