Obra Registrada na Biblioteca Nacional.
O que pode fazer alguém fugir tanto do seu grande amor?
Qual força seria o necessário para fazer somente o racional de uma pessoa conduzir sua vida? Para Luna Smi...
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—Vamos lá! Chegou a hora — Luna repetia para si mesma.
Ela estava em frente à misteriosa escada, que se estendia aos seus pés, a curiosidade e a sensação do proibido lhe chamavam a explorar o subsolo da casa em que vivia, o mesmo que era expressamente proibido para ela e seu irmão irem desde... Bom, desde sempre.
A casa em que moravam na verdade era como um grande presídio, cheio de alarmes e homens armados, o clima era sempre triste e tenso, sua mãe os mantinha praticamente o dia todo no quarto dela, sempre olhando por trás dos ombros. Eles eram orientados a não falar com ninguém, não se envolver em nenhum assunto de adulto, nunca ficarem sozinhos em áreas comuns e, sobretudo, manter distância do subsolo. Luna podia ouvir a voz de sua mãe determinando que o escritório de seu avô, a biblioteca e tudo mais que houvesse no subsolo eram território proibido para ela seu irmão mais velho. Sua mãe nunca tinha explicado o motivo de tais ações, simplesmente os proibia de irem lá.
Bom, mas agora ela já tinha seus nove anos, já era esperta o suficiente para ir até lá sem que ninguém notasse; pelo menos foi o que pensou na hora, ela estava realmente otimista com o plano que tinha armado.
Discretamente, na calada da noite, saiu de seu quarto pé por pé para não acordar ninguém, com sua lanterna nas mãos passou pelos corredores, de estilo vitoriano impecavelmente decorado, escondeu-se rapidamente quando um dos muitos seguranças da casa passou pelo corredor, e finalmente chegou diante da escada. Um arrepio passou por sua espinha, o medo de ser apanhada estava ali, quase podia ouvir seu irmão a recriminando por aquela ideia. Com toda a sua coragem, desceu as escadas escuras rapidamente e pôde sentir a queda da temperatura do ambiente.
— Vamos lá, Luna. Seja corajosa, não é hora de dar para trás! — ficava repetindo para si mesma.
Quando virou a esquina no corredor, viu uma porta com a luz acesa, surrupiamente se aproximou da porta e começou a ouvir vozes abafadas, chegando mais perto reconheceu a voz de sua mãe e depois a de seu avô, sua mãe parecia que chorava. Luna escutou aterrorizada o que eles falavam, quando sentiu alguém chegar por trás e apertar de leve o seu ombro, o susto misturado com a sensação de ser pega foi o bastante para sair correndo pelo corredor, mas não antes de ouvir seu avô ameaçar desaparecer com sua mãe.
Sentiu forte a adrenalina enquanto corria pelo corredor e relembrava as palavras que tinha ouvido. Oh meu Deus! Eles tinham que ir embora daquele lugar, ali eles estavam em perigo. Ela estava com tanta raiva e medo que não percebeu a presença de um dos seguranças na sua frente e chocou-se diretamente com ele. Tinha sido pega!
Luna acordou assustada, um breve cochilo de 20 minutos era o bastante para trazer de volta aquela maldita lembrança, a mesma que não saía de sua cabeça desde que sua mãe sumiu da face da terra. Já faz quase quatro anos que Helena estava desaparecida, e bastava fechar os olhos para ouvir a voz do seu avô ameaçando desaparecer com ela. As coisas tinham que estar ligadas, não era possível. Bom, mas agora não era a hora para pensar nisto, tinha que se concentrar na missão e em seus alvos.
