2 - Adam

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Revisado por Maryane Filgueiras.

Levantei cedo da cama para fazer minha corrida matinal. Vesti meu short de corrida e peguei meus fones de ouvido. Minha mãe já estava na cozinha me esperando para o café.

—Bom dia. — Disse e depositei um beijo no topo de sua cabeça.

— Bom dia, meu bem. Como você está? Dormiu bem? —Ela perguntou docemente.

—Sim, estou pronto para mais um dia!

— Não sei como você aguenta fazer tanto esforço físico, Adam. — Fiquei aflito ao notar a preocupação dela. Minha mãe é a coisa mais preciosa que eu tenho. Faria de tudo por ela sem pensar duas vezes. Boa parte do dinheiro que eu ganhava nas minhas lutas era para sustentar minha família, já que minha mãe não ganhava muito como faxineira e meu irmão ainda estava em busca de um emprego de meio período. Meus pais acabaram se separando há dois anos, e desde então meu pai não deu mais as caras por aqui. Como homem mais velho da casa eu sentia que tinha o dever de manter tudo em ordem.

— Não se preocupe, mãe. Eu tenho preparo físico para aguentar tudo isso. — Disse para tentar tranquiliza-la.

Nosso café da manhã seguiu tranquilo e silencioso, já que Patrick já tinha ido para a escola.

— Vou sair para correr. — Avisei antes de sair pela porta. Eu sempre saía para correr ao redor do enorme lago durante a manhã. Sentia que apenas os treinos da academia não eram suficiente, além do fato de eu adorar correr na beira do lago em meio á natureza.

Meu celular começou a tocar e um sorriso surgiu em meu rosto ao ver o nome da Aline no visor.

Ei, baby, o que você está fazendo? — A voz melosa dela se pronunciou.

— Estou correndo.

— Estou sozinha em casa...

—  Passo aí em 15 minutos.

Aline e eu nos conhecemos em uma festa na semana passada. Ela é mais nova que eu, ainda está no colegial, mas eu realmente não ligo, não temos muita diferença de idade. Patrick odeia que eu pegue garotas que ele conhece, pois acha que sou um ''quebrador de corações'', então vive me enchendo o saco por causa disso.

Eu não concordo com isso. Eu fazia questão de avisar as garotas que eu não queria nenhum relacionamento sério, então todas sempre estavam conscientes do meu tipo de relacionamento. Elas geralmente também só estavam procurando uma boa noite de sexo, então tudo funcionava bem.

Eu nunca fui apegado a ninguém além de minha mãe, e também acho que ainda sou muito novo para assumir um relacionamento amoroso com alguém. Tenho apenas 20 anos e por enquanto tenho grandes sonhos dentro do mundo da luta, um compromisso com uma garota não seria conveniente agora, além do mais, eu ainda não achei nenhuma que me interessasse além de sexo. Podem me xingar, mas é a verdade. Nenhuma garota nunca me procurou para conversar, então era difícil achar alguma com algum conteúdo.

Toquei a campainha da casa de Aline apenas uma vez e logo ela veio me receber. Agarrei-a pela cintura e beijei seus lábios com certa urgência.

— Eca, você está todo suado. —  Ela disse com a voz enjoada.

— Aline, eu não vim até aqui para escutar você reclamar do meu suor. — Disse irritado.

— Me desculpe, amorzinho. —  Ela pediu e em seguida eu fechei a porta atrás de nós. Logo os gemidos de Aline se tornaram audíveis no andar de cima da casa.

♥♥

Assim que sai da casa da Aline fui direto para academia. Uma academia de dança estava se mudando para lá, então tudo estava uma bagunça, e eu estava ajudando Drake a administrar as coisas.

— E aí. — Ele me cumprimentou assim que eu cheguei.

— E aí, Drake, como está a mudança?

— Bem, por enquanto. A professora é gente boa, além de ser uma gata.

— Vai se dar bem, hein. — Não podia perder a chance de zoa-lo, mas em seguida sorri cúmplice para ele. Drake sempre foi como um irmão mais velho para mim.

— Bora treinar, você tem uma luta no final dessa semana. — Ele advertiu.

Passei a manhã inteira ajudando na organização da nova academia, que agora começaria a ficar agitada já que teriam vários garotos e garotas frequentando o local. Nossa academia de luta era tanto para garotos como para garotas, mas nenhuma nunca procurou o local.

Logo depois do almoço comecei a me preparar para o treino. Vesti minha roupa de treino e enrolei as bandagens ao redor dos meus pulsos e mãos.

Passei boa parte do treino socando apenas o saco de pancadas e depois chamei um dos novatos para treinar comigo no tatame. O meu próximo adversário não era tão intimidante, então eu estava mais do que tranquilo. Eu nunca ficava nervoso para as lutas, pois sempre sentia que estava preparado, e essa determinação sempre me trazia vitórias.

Acabei ficando por último e quando estava prestes a fechar a academia escutei uma movimentação no andar de cima.

— Você sabia que poderia ter ficado trancada aqui? —  Disse de forma rude ao observar uma garota descer as escadas apressadamente.

— Não. Até onde eu sei, a academia não tem hora para fechar. — Ela respondeu sem mostrar um rastro de simpatia.

Percebi que ela me analisava e então parei para analisá-la também. Ela era bem mais baixa do que eu e o decote de sua roupa realçava seus seios grandes.

Me desculpem, não tinha como eu não reparar.

Algumas sardas espalhadas logo abaixo dos seus olhos profundamente azuis também chamaram muito a minha atenção.

Ela era linda, eu precisava admitir.

Muito bonita e irritante.

— Pois saiba que nas segundas ela fecha cedo, gatinha. — Provoquei.

— Não lembro de ter lhe dado permissão para me chamar de gatinha. — Ela disse visivelmente irritada.

Ela realmente era estressadinha, e eu odiava isso.

— Preciso pedir permissão? — Perguntei.

— É obvio que sim. Para começar, você não me conhece. — Ela disse como se fosse óbvio.

Relaxa, bailarina.  Falei só para ter o gostinho de vê-la irritada mais uma vez.

Eu geralmente me irritava muito fácil com pessoas estressadas pelo fato de eu ter um senso explosivo para tudo. Mas se fosse para ela me fazer perder a cabeça, seria de outra maneira, e não me irritando.

 Pare com esses apelidos estúpidos. — Ela pediu mais uma vez e eu decidi respeitar.

— Você é bem irritadinha, hein? — Disse pela última vez e então a vi sair pela porta principal.

Comecei a rezar para não cruzar com ela mais vezes. Não tinha tempo a perder com garotas irritantes como ela.

Naquela noite Aline voltou a me ligar, e então resolvi dar fim ao nosso caso. Se tinha uma coisa que eu não gostava, era enrolação, e eu não pretendia ficar enrolando Aline com nenhuma promessa.

Ao fechar meus olhos, aquele maldito rosto veio em minha mente, e então fiquei me perguntando porque havia agido daquela maneira na presença dela.

♥♥

Nota da autora: Hey gente, tudo bem?

Gostaria muito que vocês falassem nos comentários o que estão achando da história e dos personagens até agora. Também gostaria que vocês comentassem o que esperam da história e o que acham dessa forma de atualizar com um capítulo do ponto de vista de cada personagem, sendo que um capítulo sempre será um pouco menor.

Por favor, comentem! Estou curiosa para saber o que estão achando.

Caso alguém não se sinta confortável aqui, pode me procurar no meu ask que é @mariafics.

Vou deixar os links nos comentários.

Beijão <


Com amor, Louisa.Where stories live. Discover now