Capítulo 1

209 16 11
                                    

Eu apaixonada? Não, definitivamente não. Eu sempre fui desconfiada digamos assim, eu tenho lá meus motivos, mais pra frente te conto, ok?! Eu nem sei oque é me apaixonar de verdade, tá... confesso que sinto alguns sintomas do amor, mas calma-la, apaixonada é uma palavra forte demais eu acho. Eu sou uma pessoa insegura demais, muito sonhadora, super pensativa (talvez esse seja um defeito meu), eu amo cachorros e fotografia, meus fones de ouvido são meus melhores amigos, eu sou um pouco ciumenta, aliás "pouco", é pouco, sou é super ciumenta, mas que culpa tenho eu, se oque é meu, é meu?! Eu vivo de dieta, a dieta da batata frita, hambúrguer, pizza... (nossa só de falar me dá água na boca) eu sou magra é de ruim. Eu vivo transbordando, ou sinto muito, ou não sinto nada. Não sou de deixar meu orgulho falar mais alto, eu faço papel de " trouxa" se for preciso, mas se vejo que estou dando murro em ponta de faca, melhor desistir, desistir não, eu não desisto, eu canso, é diferente. Tenho mil e uma decepções guardadas em uma caixinha no fundo do meu coração. Meu coração é uma bagunça, se alguém o visse não iria nem reparar na bagunça de meu guarda roupa, ou nos rabiscos do meu caderno. Eu já me apaixonei por quem só me decepcionava, e decepcione quem me amava.
Que educação a minha! Esqueci de me apresentar. Meu nome é Amanda, Amanda Dias. Tenho 20 anos e nunca namorei. Eu... tá, eu repito, tenho certeza que você deve estar aí pensando: "mas como nunca namorou??". Calma, eu explico, o negócio é bem simples, sou solteira por opção. Sim, por opção. Se for pra namorar alguém só pra ter um status nas redes sociais, muito obrigada meu bem! Eu quero namorar alguém que me ame, que me cuide, me proteja, não que esteja comigo pra passar o tempo. Bom, onde eu estava... ah sim! Eu sou uma garota confusa. Melhor dizendo, uma garota com coração de gelo, congelado por algum babaca que não soube cuidá - lo direito. Eu não sou de me deixar levar por meia dúzia de palavras bonitas, sempre desconfio de tudo, isso me atrapalha muito. Eu só gostaria de saber, se algum algum dia alguém vai conseguir derreter a pedra de gelo que tomou conta do meu peito. Quem sabe um dia não é? Eu acho que estou gostando de alguém, na verdade estou meio confusa entre duas pessoas, um me faz com que eu sinta uma paz, vontade de estar perto, de tentar ter algo sério, o outro me causa raiva, mais ao mesmo tempo sinto borboletas voando pelo meu estômago, ele mexe comigo de um jeito que não consigo entender, mas já me fez sofrer muito. Mais pra frente te conto essa história, ai iremos descobrir juntos oque irá acontecer, até por que nem eu sei, talvez eu fique sozinha mesmo, não é?! Até por que se eu não me apaixonar, não irei me decepcionar. Mas minhas experiências são tão ruins, que fico com medo de tentar outra vez, só pra acabar sofrendo. Sabe qual o meu problema? Enquanto as meninas de 13, 14 anos estavam aprendendo a enfiar a língua nos garotos, eu estava com a cabeça enfiada nos livros, eu era uma nerd, feinha, considerada "a estranha" do colégio. Agora cá estou eu, uma tímida de carteirinha. O bom, é que o tempo só me fez bem, eu me tornei uma mulher linda, isso é o que dizem. E, cá entre nós, é verdade! Eu me amo, e fico feliz por mim, tanto que já sofri por ser feinha, e agora sou uma mulher desejada, como o mundo dá voltas. Onde eu estava mesmo? Ah esqueci de dizer... sou esquecida também, não se assuste. Bom, enquanto minhas amigas estavam se divertindo, eu estava dedicada aos estudos. Até ontem eu não sabia nem beijar. Tá, ontem é exagero. Esses dias, digamos. Foi tarde, mas foi perfeito, pena que o príncipe virou sapo. Puxa uma cadeira aí e pega um café quentinho (eu amo café) que vou te contar. Bom, eu tinha 18 anos, sim 18. Eu não me envergonho disso, aconteceu na hora certa, sem pressa nenhuma, na hora em que eu estava preparada e não por que alguém insistiu ou algo do tipo. E foi "O BEIJO", aí e que beijo... lembro até hoje, se bem que não faz tanto tempo, né?!
Eu tinha prova na faculdade, ah, esqueci de falar! Faço faculdade para direito, eu não gosto, vou ser sincera, mas faço pela minha mãe, o sonho dela é me ver formada em advocacia. Faço meus, os sonhos dela. Bom, eu tinha avaliação sobre direito penal, um saco! Mas meu dia foi salvado, pelo príncipe, que depois virou sapo, né, bom... vou deixar você tirar suas próprias conclusões. Estávamos a um bom tempo se paquerando, aqueles famosos olhares fatais. Ele terminou a prova primeiro que eu e ficou me esperando na escada, foi impossível não notar que estava me esperando, eu amei a sua reação quando me viu, ficou meio nervoso e desceu a escada ao meu lado.
- Estava fácil a prova, né? - Roger puxa assunto derrepente
Aí meu Deus, ele falou comigo! Calma, só responde
- Aham, estava facil sim. Se bem que me confundi um pouco com a matéria, eu fiquei confusa nas primeiras questões, mas no mais estava fácil, era só prestar atenção né?
Aii falei demais, esse meu problema de sair falando tudo sem pensar quando fico nervosa, me deixa em maus lençóis!
- Ahaha verdade, tomara que tenhamos ido bem. - Roger me encara com um sorrisinho de lado
Aii ele riu? Será que falei besteira?Vem cá, será que meu nariz tá sujo? Aí Deus ou será que meu cabelo tá arrepiado? Aiii
- verdade, tomara mesmo - digo
- Então, você namora? - Ele me olha com aquele olhar fatal
- Não, e você? - respondo meio sem graça
- Não também. - Roger fala com ar de aliviado - E aí tá no horário do seu ônibus? - Fala com um ar esperançoso
- Não vai demorar ainda, agora de noite passa só de hora em hora.
Aí meu deus, que pergunta foi essa? Tô ficando nervosa.
- Que bom! - Roger exclama alegre - Oque você acha de sentarmos naquele banco, para conversamos, enquanto espera seu ônibus?
- Pode ser
Roger tem 26 anos, teve 3 relacionamentos mal sucedidos, Ele era alto, pele clara, moreno, com um sorriso encantador, ah... que sorriso! No primeiro momento pensei que daríamos certo, estava até pensando como seria o tal pedido de namoro (eu já disse que penso demais né?).
- Tá frio né? - Fala Roger enquanto caminhamos em direção ao banco debaixo de uma árvore grande, que fica no pátio da faculdade. O cenário perfeito para o primeiro beijo. As luzes eram fraquinhas, ficou igual ao escurinho do cinema, só que melhor... sem filme chato, e sim, com um céu lindo, repleto de estrelas brilhantes. Ele sabe puxar assunto, conversamos sobre os estudos, trabalho, amores... Até que observo meu ônibus, Roger olha para mim e diz:
- Você que sabe se quer ir, ou ficar. - Ele me olha com um olhar de quem quer dizer "fica por favor!", da um sorrisinho de lado, e mexe no meu cabelo, enquanto meu coração parece sair pela boca de tanto nervosismo.
- Eu fico. - respondi
Roger vai chegando perto, meus pensamentos parecem entrar em turbulência, " aí meu deus, e se eu não beijar bem?", "Será que ele vai notar que nunca beijei?", " Aii e se eu tiver bafo?", e ele simplesmente me beija, e me faz esquecer do mundo por alguns segundos. Minhas dúvidas foram desaparecendo como num passe de mágica, o segredo é deixar acontecer. Eu não poderia saber como era beijar, até porque isso nunca tinha acontecido antes, foi mágico, simplesmente aconteceu e eu beijei, deixando todas minhas dúvidas pra lá, esquecendo do mundo lá fora, fechei os olhos e beijei. E que beijo. Ele mordeu meus lábios confesso que achei estranho parecia que ele iria arrancar um pedaço da minha boca para levar para si, eu suei minhas mãos, tremia que nem uma vara verde, lembro de Roger perguntar se eu queria o seu casaco emprestado, era uma noite fria, e eu tremia mais ainda, pelo fato de estar nervosa, meu coração então... Parecia sair pela boca, mas no final deu tudo certo, ou talvez não.

Diário de uma garota com o coração congeladoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt