Marceline e Joseph

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-Mãe, por favor, me ajuda! Porque não consigo ver nada? - Pergunto, aos berros.

- Me desculpe meu filho... - Ouço a voz da minha mãe. - Você perdeu a visão - Ela diz, chorando. ''

Essa história não começa aqui. Irei contar do começo, para que você possa entender o sentido de tudo. Mas saiba que não me responsabilizo para qualquer dano que isso possa trazer para sua vida. Apenas contarei a minha história, e o que me levou a ficar cego. Passei bastante tempo pensando nisso, então resolvi contar ao mundo. Se quiser rir, ria. E se quiser chorar, chore comigo. Não tire conclusões precipitadas. Nem sempre fui uma boa pessoa, e às vezes acho que fiquei cego por causa disso.

Tudo começou a cinco meses atrás, e quando digo tudo, falo sobre o tempo que conheci uma pessoa, e me arrependi de ter tratado ela mal.

Começaremos pela tal pessoa. Marceline é o nome dela. Ela é o tipo de garota que todos acham estranha, mas sempre que tem uma prova em dupla, ela é a melhor opção de todos. Ela é uma das garotas que eu mais acho bonita na escola, mas ninguém a deseja, pois ela tem a mania estranha de sempre ser melhor que todo mundo da escola, ou talvez todos fossem piores que ela em algo.  

Ela não mexia com ninguém na escola, mas também não era o tipo de pessoa que pode ser considerável “sociável”. Ela costuma ser ignorante com todos que chegam nela. É por isso que ninguém a perturba, ela tem resposta na ponta da língua com todos, menos comigo.  Eu havia descoberto isso há algum tempo atrás, quando ela resolveu levantar a voz pra minha ex-namorada, eu me envolvi e ela abaixou a cabeça. Isso só aconteceu comigo, e foi quase como um “sim, senhor”. Mas não abuso disso. Desse meu poder sobre ela. Ou pelo menos não abusava, até um grande desafio que me fizeram.

- Eu te desafio a seduzir a tal Marceline. E ela tem que dizer “eu amo você”. E você tem que filmar tudo. – Brad me desafia, com malicia no olhar.

Brad é o tipo de garoto que se acha, mas não entende nada sobre ser legal. Ele é um filho de papai metido, que só pensa em si mesmo... Igual eu.

- Porque preciso fazer isso? – Pergunto confuso.

- Porque você precisa renovar a sua estadia no nosso grupo. – Brad me olha de um jeito maduro.

- Eu sou a alma desse grupo. – Respondo com um ar de autoridade.

- Não custa nada fazer isso, né? – Ele diz sorrindo. – Ela não fará nada depois, ela gosta de você. Só quero que ela diga isso. Diga que te ama.

- Ela não gosta de mim, você esta blefando. – Digo, meio que tentando convencer mais a mim do que ao Brad.

- A garota só falta te comer com os olhos quando você passa. Qual é. – Brad fica sério. – Você tem o fim de semana todo pra fazer isso. E domingo eu quero ver a gravação.

E esse era o desafio, eu preciso fazer a Marceline dizer que me ama. Mas... Como irei chegar nela?

Então surge a oportunidade, graças a professora de história, terei que receber a Marceline na minha casa para que possamos fazer um trabalho em dupla.

- Vamos fazer o trabalho na sua casa. – Ela diz, curta e grossa.

- “Poderemos fazer o trabalho na sua casa, Joseph?” ‘’ Ah, claro que podemos.” – Debocho. – Ok, faremos o trabalho na minha casa, senhorita educada.

- Ok, estarei na sua casa, as sete e meia. Se der bolo, já sabe. – Ela me ameaça, com um meio sorriso no rosto. E caminha em direção a porta de saída da sala de aula.

- Então essa é a parte que sinto medo? – Respondo quase gritando, para que ela possa me escutar.

- Você não precisa sentir medo de mim. – Ela para, e se vira pra me encarar. – Não precisa sentir pouco medo. – Ela ri, e se vai pela porta.

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⏰ Last updated: Dec 26, 2013 ⏰

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Marceline e JosephWhere stories live. Discover now