No Arfar de uma Paixão

Capítulo 02

Olhares de desconfiança.

Aleph Bateu na porta da casa de Eleonora. A Sra. Maria veio enxugando suas mãos em seu avental, ele a cumprimentou com um aperto de mão amigável — Sra. Maria seu esposo já veio dos pastos?

— Chegou, ele está se lavando para jantarmos mais tarde, a filha está fazendo seu jantar sinhô Aleph?

— Sim ela está. Ela parece ser prendada, a senhora e o Sr. Pedro a educaram muito bem.

Um tanto tímida dona Maria sorriu se encolhendo — Ela mudou sinhô Aleph, é boa filha, boa moça, mais mudou. Estudos dela na cidade mudaram o jeito de falar — Riu — Senta, Pedro já vem.

— Obrigado senhora — Sentou — Estudos é para isso mesmo dona Maria. Mudar os pensamentos das pessoas, ou por ventura ela mudou para pior?

— Pior não. Mais daí vem aqui em casa coitadinha, nem temos assunto como era antes, só escuto, nem sei as coisas que ela conta às vezes.

Riram descontraídos. Uma senhora amável mesmo que dos tempos bem antigos a educação de rigor. Um cheiro delicioso de jantar no fogão a lenha invadia a casa toda, Aleph não resistiu e falou:

— Sua comida está um aroma fenomenal senhora.

Ela sorriu feliz — Gostou é, patrão? Que bom, mais não fui eu que cozinhei não. Foi à filha e depois foi lá na tua casa cozinhar para o Sr. André. Eu lidando com compotas me tirou à tarde de hoje. Uma pena que ela já está cozinhando, se não podia jantar aqui com a gente.

— Ela nem começou porque o tender, aliás, tudo está congelado no freezer e vai demorar ficar pronto.

— Então eu vou e eu chamo ela e janta aqui.

— Aceito, deixa eu mesmo a chamo, volto logo!

— Está bem então patrão.

Aleph animado foi até sua casa, Eleonora olhou-o apreensiva — Então, Sr. Aleph?

— Quero seu jantar Eleonora, não feita aqui, ao menos não hoje. Eu quero jantar na sua casa com você e seus pais, já sei que você quem fez a janta por lá.

Ela gargalhou largando pano de louças no ombro segurando sua cintura torneada — Que foi Eleonora, não agrada eu jantar na casa dos teus pais mais você?

— Não é isso Sr. Aleph, meus pais são reservados e aposto que nunca te convidaram para jantar lá em todos esses anos e não seria hoje esse convite inesperado, porque ela mandou-me eu fazer seu jantar.

— Engano seu Eleonora, elogiei o cheiro da comida dela, ela disse que foi você quem preparou e eu contei que aqui iria demorar a ficar pronto. Ela disse que viria te chamar, falei que eu viria e vim, jantaremos lá.

Eleonora riu sacolejando negativa sua cabeça — Inacreditável — Abriu seus braços — Booom, ou eles mudaram o jeito de ser ou a mãe ganhou do pai essa noite e está de bom humor!