Chapter 15

145 15 3
                                    

<3 Repostando <3

Na manhã seguinte vou fazer a higiene e minha aparência é pavorosa quando olho no espelho. Chorei a noite toda até cair no sono. Essa história toda acabou comigo! Escovo os dentes e arrumo meu material. Não quero comer. Tudo ainda embrulha o estômago. Céus, Aubrey e eu estávamos com o mesmo homem? E sabe Deus quem mais! Arrepio só de pensar. Então pego minha chave e saio. Digo um bom dia murcho para Syd e sigo meu caminho. Kim se assusta quando me vê. Pergunta o que aconteceu e digo tudo a ela. Não estou nem aí se vão saber ou não, mas Kim é discreta e sei que não irá espalhar algo tão deprimente. Ela me ouve com atenção e suas expressões não negam o quanto estou passando. Sim, ser apenas mais uma é horrível! Ela tenta me consolar e não sai de perto de mim até a hora de ir embora. Ela até queria me acompanhar até em casa, mas neguei. Não quero dar trabalho pra ninguém, quero ficar sozinha.

E fico assim por dois dias seguidos. Vou apenas pra faculdade e volto pro apartamento. Recebo inúmeras mensagens de Benjamin e Aubrey, e não respondo nenhuma. Ligações enchem meu telefone e secretária eletrônica. Ignoro todas. Todas as vezes que escutei as mensagens dele tive um misto de emoções entre jogar o aparelho na parede ou pegar o gancho e perguntar por que tinha feito tal crueldade comigo. O que eu tinha feito para merecer esse castigo?

No terceiro dia em silêncio total não consigo escapar. Aubrey me encontra na rua e exige que eu a escute por pelo menos cinco minutos. Continuo andando até que ela pega meu braço:

- Pelo amor de Deus, Leena, se tem algum sentimento por mim ainda, me escuta! Estou muito preocupada, caramba! – Com essa frase paro e olho firme.

- O que você quer explicar, Aubrey? Que ele foi o seu cretino sedutor enquanto estava sendo o meu cupido? – Sim, eu disse Meu Cupido. Que droga! – Eu já entendi tudo. Não precisa vir atrás de mim pra pisotear em cachorro morto. Eu não preciso da pena de ninguém.

- Deus amado! Você é terrível quando está deprimida! – Ela exasperou respirando fundo. – Eu sei que você está ferida e não quer ver a minha cara, só que EU PRECISO falar com você e se depois disso não quiser a nossa amizade... Eu sumo pra sempre. A decisão é sua!

Avalio o que ela me diz. Não quero que nossa amizade sofra por causa de um qualquer. Sempre fomos amigas e não podemos quebrar o pacto de "amigas antes dos homens". Lembro até hoje como nos comprometemos e foi tudo bem, até sermos provadas de verdade. Solto um suspiro pesado e respondo:

- Ok. Vamos lá. – Digo.

Aubrey quer sorrir, porém, se contém. Não estou para sorrisos e ela compreende. Depois de tanto barrá-la por contatos e sua entrada no prédio, é hora de saber a versão dela sobre essa bagunça toda. Entramos no apartamento. Coloco minhas coisas sobre a mesa e sinto sua presença me acompanhar até o sofá. Estamos de frente uma pra outra. Aubrey parece não ter dormido estes dias, pois seus olhos estão fundos e com olheiras. Vaidosa como é nunca deixaria transparecer estes sinais se não fosse tão ruim.

- Pronto, Aubrey, sou toda ouvidos! -Digo sem paciência. Ela não vai me contar nada que eu já não saiba.

- Primeiro tenho que pedir desculpas por ter explodido daquele jeito. Foi errado e sem sentido. Eu deveria ter agido de outra maneira, mas... Não aguentei quando vi o Ben na sua sala amiga... Eu sinto muito! Muito mesmo! – Ela fala sentida.

Só em ouvir o nome daquele cretino, sinto vontade de chorar de novo.

- Tudo bem, Aubrey... Eu faria o mesmo se encontrasse meu namorado com outra! -Mal termino de falar e vejo-a mudar o semblante para uma expressão engraçada.

- Namorado? Ficou maluca? Ele é lindo, mas nunca seria homem pra mim. Nunquinha!

Como assim ele nunca seria homem pra ela. Eles não são namorados? Não estou entendendo mais nada.

Adorável PsiqueWhere stories live. Discover now